Saí de São Paulo com destino à Jaboticabal na sexta feira, dia 04. O objetivo do final de semana era encontrar os amigos, dar risada e ir para Ribeirão Preto assistir o "espetáculo da maior e melhor categoria do automobilismo nacional", a Stock Car.
O que seria diversão com os amigos, se transformou em desentendimentos e desinformações a respeito do evento, a começar pela pista e formato das arquibancadas que mudaram 3 vezes. O que vi por lá foram só problemas, a começar pela venda de ingressos e os preços abusivos lá praticados (lembrando que o preço médio das etapas da Stock em São Paulo é de aproximadamente R$ 30,00 e o praticado em Ribeirão Preto, R$ 100,00). Por conta da taxa de administração e até da facilidade de locomoção até o local do evento, os amigos de Jaboticabal foram incumbidos da compra dos ingressos (gastaríamos cerca de R$ 1.200,00), ao chegar no ÚNICO ponto de venda físico, muita desinformação, péssimo atendimento e uma venda restrita dos ingressos. Conclusão, tive que comprar pela internet e pagar, além da taxa de conveniência, uma taxa de retirada do ingresso no local. Como era para ser uma diversão, acabei aceitando, pagando as taxas oferecidas e as passagens de ônibus para assistir a corrida.
Sábado cedo, cumprimos a nossa programação normal e com mais 15 pessoas saímos de Jaboticabal rumo à Ribeirão Preto, distante cerca de 60 minutos do local da pista. Ao chegar lá, encontramos bela sinalização, estacionamento autorizado a preços que se pagam também em Interlagos (com a diferença que lá nós paramos no asfalto e não no barro) e uma barraca indicando a retirada dos ingressos, porém sem uma única alma viva da Tickets For Fun. Na fila de entrada, após truculência dos organizadores, fomos informados que teríamos que ir até o shopping trocar os ingressos (mesma razão do pessoal que comprou o ingresso nos postos Ipiranga). Eram 9h da manhã, chovia fraco e fazia frio. O shopping estava fechado, ou seja, teríamos que esperar até as 10h da manhã, pegar o carro, sair do estacionamento que já havíamos pago, ir até ao shopping, pagar o estacionamento do shopping, ir até o ponto de venda e trocar. Resolvemos ir a pé, mas por conta da pista, não pudemos chegar até o shopping.
Quando voltamos, o número de pessoas insatisfeitas era enorme, cerca de 50 pessoas estavam revoltadas com as condições impostas e com a falta de respeito ao público pagante. Houve muito bate-boca entre o pessoal do Staff e o público prejudicado. O jeito foi recorrer à Polícia para garantir a nossa entrada. Muita conversa depois, ressaltando a conduta maravilhosa e exemplar dos policiais e do comandante da polícia de Ribeirão Preto, fomos aconselhados a esperar pelas providência da organização para que pudessemos entrar. Minutos se passaram até que um representante da Vicar apareceu e liberou as entradas daqueles que tinham os comprovantes da compra do ingresso, mesmo sem efetuar a troca.
Chegamos ao nosso setor (PB2) e vimos que ele se dividia em 3, com acesso controlado por meio de seguranças, algo que poderia ser suprimido pela confecção de pulseiras de identificação, como fora feito na SP Indy 300. A vista da pista era praticamente nula por conta da passarela de acesso e da pista auxiliar que fazia com que a arquibancada ficasse a uns 30 metros da pista, apesar da altura das mesmas. O jeito foi acompanhar os treinos e tentar achar um lugar menos ruim para o domingo.
Como todos os setores ficam sobre a mesma praça, pudemos observar as vistas de cada um, mesmo que no chão e reconhecer o terreno. Apesar dos vários banheiros químicos disponíveis, as opções de comida se restringiam a UMA única barraca de pizza cone, UMA única barraca de sanduíche natural, UMA barraca de batata frita, UMA barraca de refrigerantes e umas 5 barracas que vendiam cervejas e outras tantas moças que ofereciam energético, para as 10 mil pessoas que estavam lá, ou seja, caos e filas maiores que as do GP Brasil de F1. Imagine como seria o domingo...
No domingo, mais um exemplo de como não se tratar o público pagante. Faltou orientação e, como muitos que estavam lá não estão habituados com grandes corridas, faltou explicar melhor os horários de chegada. Resultado: quem chegou às 10:30h ficou de pé ou na grade do último degrau das arquibancadas ou embaixo do setor, gerando reclamação de quem estava sentado nas arquibancadas e insatisfação de quem havia pago o tal valor para ficar de pé, mesmo chegando tarde.
Ah sim, teríamos corrida. E no domingo, a única parte interessante e que dava pra ver alguma coisa, mesmo que de longe, foi tapada por uma placa de publicidade...Era mais fácil falar que a corrida só era para ser transmitida pela TV, não precisando de público.
Esse foi um final de semana para se esquecer em termos de corrida, emoção, ultrapassagens, disputa. Foi um final de semana para se lembrar das risadas com os amigos e para nunca mais voltar a assistir a Stock Car, enquanto ela for gerida pela Vicar.
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