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quinta-feira, 10 de abril de 2014
Massa poderia ter ido ao pódio no Bahrein?*
* Por Julianne Cerasoli
Nico Rosberg levou uma lavada de Lewis Hamilton na Malásia, estudou os dados com sua abordagem toda técnica, e foi fracionalmente mais rápido que o inglês no Bahrein. E perdeu de novo. Agora, resta estudar as táticas de ataque e defesa de posição. Foram elas, e não o ritmo, que garantiram a Lewis uma das vitórias mais espetaculares da carreira.
Foram dois os momentos capitais que deram a vitória a Hamilton. A largada lhe deu ar limpo para cuidar dos pneus na fase mais crítica da corrida, quando o carro está mais pesado, e a retomada da ponta na volta 19 lhe garantiu prioridade nos boxes. Em uma tarde em que o undercut chegou a render 6s, essa seria a única forma de manter um Rosberg ligeiramente mais veloz atrás.
O primeiro sinal da velocidade de Nico foi no stint inicial, quando não deixou que o inglês abrisse mais de 1s5 e o atacou nas voltas finais, como se estivesse cozinhando o galo o tempo todo. Para se ter uma ideia, quando foi liberado pelo pit stop Hamilton, Rosberg foi 1s mais rápido do que nas voltas anteriores, o que deve ter motivado a demora de duas voltas para o alemão entrar nos boxes. Talvez o plano fosse aproveitar que tinha ritmo para estender o stint e chegar com pneus mais inteiros no final.
A segunda prova é o stint seguinte. Teoricamente, a diferença entre os dois compostos era de meio segundo. De fato, ela provou ser menor que isso durante a corrida, mas não tão pequena quanto os 0s18/volta que Rosberg perdeu, em média, após voltar de sua primeira parada.
No final, o Safety Car eliminou a vantagem que Hamilton construiu e inverteu as posições: agora era Rosberg quem tinha os pneus mais rápidos. Uma chance que ele não conseguiu aproveitar, parando na muralha Hamilton, que se defendia fazendo a freada ideal na curva 1 e pegando a linha de dentro na 3. Com menos ritmo, pneus mais lentos e sem DRS, mas com uma determinação que nenhum número explica.
O desastre das 3 paradas
O Safety Car na volta 41 beneficiou quem tinha usado pneus médios durante a prova e quem tinha alongado os dois primeiros stints visando fazer só duas paradas: além de terem os pneus mais rápidos no final, não sofreriam com desgaste. Era possível que estes pilotos sofressem o ataque especialmente das duas Williams – as Ferrari não demonstraram em momento algum ter ritmo para tanto – nas voltas finais. Felipe Massa, logo após a prova, chegou a falar em pódio.
A situação do brasileiro era a seguinte: foram 13 voltas no primeiro stint, 15 no segundo, 10 no terceiro – diminuído para garantir o undercut em cima de Bottas – e 19 no quarto. Quando voltou à pista após o terceiro pit stop, estava em décimo, com três pilotos (Bottas e as Ferrari) que parariam novamente a sua frente, a 1s de Ricciardo e a 3s de Vettel.
Considerando a diferença de velocidade de reta e o menor número de voltas no pneu, é bem provável que o brasileiro conseguisse passar ambos sem o Safety Car ajudar Vettel e Ricciardo a economizar seus compostos. Hulkenberg, então com 18s de vantagem, seria um alvo bem mais difícil. Então faz sentido dizer que Massa perdeu um quinto lugar com a barbeiragem de Maldonado.
O uso do médio durante a prova foi bom para as Red Bull, que lutaram com vantagem contra as Force India, que estavam com os médios. Importante notar, inclusive, que a maior estabilidade faz do RB10 um carro que gasta menos pneu – e Ricciardo, durante toda a prova, pareceu se aproveitar melhor disso que Vettel.
Nico Rosberg levou uma lavada de Lewis Hamilton na Malásia, estudou os dados com sua abordagem toda técnica, e foi fracionalmente mais rápido que o inglês no Bahrein. E perdeu de novo. Agora, resta estudar as táticas de ataque e defesa de posição. Foram elas, e não o ritmo, que garantiram a Lewis uma das vitórias mais espetaculares da carreira.
Foram dois os momentos capitais que deram a vitória a Hamilton. A largada lhe deu ar limpo para cuidar dos pneus na fase mais crítica da corrida, quando o carro está mais pesado, e a retomada da ponta na volta 19 lhe garantiu prioridade nos boxes. Em uma tarde em que o undercut chegou a render 6s, essa seria a única forma de manter um Rosberg ligeiramente mais veloz atrás.
O primeiro sinal da velocidade de Nico foi no stint inicial, quando não deixou que o inglês abrisse mais de 1s5 e o atacou nas voltas finais, como se estivesse cozinhando o galo o tempo todo. Para se ter uma ideia, quando foi liberado pelo pit stop Hamilton, Rosberg foi 1s mais rápido do que nas voltas anteriores, o que deve ter motivado a demora de duas voltas para o alemão entrar nos boxes. Talvez o plano fosse aproveitar que tinha ritmo para estender o stint e chegar com pneus mais inteiros no final.
A segunda prova é o stint seguinte. Teoricamente, a diferença entre os dois compostos era de meio segundo. De fato, ela provou ser menor que isso durante a corrida, mas não tão pequena quanto os 0s18/volta que Rosberg perdeu, em média, após voltar de sua primeira parada.
No final, o Safety Car eliminou a vantagem que Hamilton construiu e inverteu as posições: agora era Rosberg quem tinha os pneus mais rápidos. Uma chance que ele não conseguiu aproveitar, parando na muralha Hamilton, que se defendia fazendo a freada ideal na curva 1 e pegando a linha de dentro na 3. Com menos ritmo, pneus mais lentos e sem DRS, mas com uma determinação que nenhum número explica.
O desastre das 3 paradas
O Safety Car na volta 41 beneficiou quem tinha usado pneus médios durante a prova e quem tinha alongado os dois primeiros stints visando fazer só duas paradas: além de terem os pneus mais rápidos no final, não sofreriam com desgaste. Era possível que estes pilotos sofressem o ataque especialmente das duas Williams – as Ferrari não demonstraram em momento algum ter ritmo para tanto – nas voltas finais. Felipe Massa, logo após a prova, chegou a falar em pódio.
A situação do brasileiro era a seguinte: foram 13 voltas no primeiro stint, 15 no segundo, 10 no terceiro – diminuído para garantir o undercut em cima de Bottas – e 19 no quarto. Quando voltou à pista após o terceiro pit stop, estava em décimo, com três pilotos (Bottas e as Ferrari) que parariam novamente a sua frente, a 1s de Ricciardo e a 3s de Vettel.
Considerando a diferença de velocidade de reta e o menor número de voltas no pneu, é bem provável que o brasileiro conseguisse passar ambos sem o Safety Car ajudar Vettel e Ricciardo a economizar seus compostos. Hulkenberg, então com 18s de vantagem, seria um alvo bem mais difícil. Então faz sentido dizer que Massa perdeu um quinto lugar com a barbeiragem de Maldonado.
O uso do médio durante a prova foi bom para as Red Bull, que lutaram com vantagem contra as Force India, que estavam com os médios. Importante notar, inclusive, que a maior estabilidade faz do RB10 um carro que gasta menos pneu – e Ricciardo, durante toda a prova, pareceu se aproveitar melhor disso que Vettel.
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quarta-feira, 2 de abril de 2014
Sobre o “Faster Than You”*
* Por Bruno Vicária
Incrível. Bastou a frase pingar no rádio de Felipe Massa que um monte de gente começou a comemorar. Só faltou soltar rojão (se tivessem em mãos, o fariam). A tal frase veio em uma conotação completamente diferente daquela emitida no GP da Alemanha de 2010. Naquela época, era uma ordem; nesta, foi um aviso.
Mas para esse povo pouco importa. O que vale é desmoralizar o compatriota. A Williams, conhecida por deixar seus pilotos se pegarem na pista, fez o que tinha de fazer. Alertou que o rival estava mais rápido, pediu para não segurar, mas em nenhum momento mandou abrir passagem.
Na duas últimas voltas, pediu para Bottas, que não conseguiu passar, recolher para evitar superaquecimento do carro. Nem por isso Bottas deixou de acelerar. Assim como Massa não deixou de sustentar sua posição. Afinal, se você depende de uma ajuda interna da equipe na segunda prova para avançar uma posição, algo está errado, não?
Foi claramente um episódio de corrida, mas aqui isso já se transformou imediatamente em bullying. A mensagem para Bottas recolher foi deliberadamente ignorado pelas pessoas nas redes sociais: o importante era não perder a piada.
Foi uma situação passageira, mas que reflete explicitamente como o brasileiro é um ser de auto-estima baixíssima e extremamente infeliz.
Afinal, como todos nós sabemos, ninguém dá um puto por um piloto no caminho para a Fórmula 1, mas quando ele chega lá, é o nosso piloto. Se vai bem, a vitória é do Brasil; se vai mal, o piloto é ruim, a derrota é só dele e o negócio é ficar apontando o dedo para desvalorizar o atleta.
Que se dane que Massa foi vice-campeão de Fórmula 1, assim como Rubens Barrichello. Que se dane as mais de dez vitórias que cada um tem. Eles são ruins, péssimos, pés-de-breque, "não servem para carregar a bandeira do Brasil", "ah, que saudade do Senna".
É incrível também ver colegas jornalistas brincando com tom bem jocoso nas redes sociais. Jornalistas que, na hora do aperto, tratam os pilotos como reis para salvarem suas peles e realizarem suas pautas pobres, além de pleitearem um lugar sem o mínimo pudor nas coletivas realizadas em restaurantes caros. Crítica jornalística é uma coisa, agora tirar sarro publicamente e depois puxar saco é uma disparidade de caráter. Que não se resume só a eles, infelizmente.
É por essas e outras que o automobilismo, o basquete, o atletismo e todos os esportes olímpicos não vão pra frente. "São todos fracassados" na ótica dos brasileiros super éticos, que não sabem nem escolher seus governantes, muito menos respeitam o trabalho alheio. Não estou defendendo Massa, longe disso. Estou apenas fazendo uma constatação sobre a nossa cultura de valorizar apenas a vitória, se apropriar da carreira de um atleta quando ele está apenas no topo, sem ao menos buscar saber o caminho (muitas vezes árduo e sem apoio de ninguém) atravessado por ele em sua carreira.
Brasileiro adora se desmoralizar. E quem não trata seus atletas com respeito tem mesmo é que ficar na fila da amargura. Acho que nem mais 500 anos servirão para mudar essa consciência aproveitadora, oportunista e maldosa de quem vive por aqui.
Incrível. Bastou a frase pingar no rádio de Felipe Massa que um monte de gente começou a comemorar. Só faltou soltar rojão (se tivessem em mãos, o fariam). A tal frase veio em uma conotação completamente diferente daquela emitida no GP da Alemanha de 2010. Naquela época, era uma ordem; nesta, foi um aviso.
Mas para esse povo pouco importa. O que vale é desmoralizar o compatriota. A Williams, conhecida por deixar seus pilotos se pegarem na pista, fez o que tinha de fazer. Alertou que o rival estava mais rápido, pediu para não segurar, mas em nenhum momento mandou abrir passagem.
Na duas últimas voltas, pediu para Bottas, que não conseguiu passar, recolher para evitar superaquecimento do carro. Nem por isso Bottas deixou de acelerar. Assim como Massa não deixou de sustentar sua posição. Afinal, se você depende de uma ajuda interna da equipe na segunda prova para avançar uma posição, algo está errado, não?
Foi claramente um episódio de corrida, mas aqui isso já se transformou imediatamente em bullying. A mensagem para Bottas recolher foi deliberadamente ignorado pelas pessoas nas redes sociais: o importante era não perder a piada.
Foi uma situação passageira, mas que reflete explicitamente como o brasileiro é um ser de auto-estima baixíssima e extremamente infeliz.
Afinal, como todos nós sabemos, ninguém dá um puto por um piloto no caminho para a Fórmula 1, mas quando ele chega lá, é o nosso piloto. Se vai bem, a vitória é do Brasil; se vai mal, o piloto é ruim, a derrota é só dele e o negócio é ficar apontando o dedo para desvalorizar o atleta.
Que se dane que Massa foi vice-campeão de Fórmula 1, assim como Rubens Barrichello. Que se dane as mais de dez vitórias que cada um tem. Eles são ruins, péssimos, pés-de-breque, "não servem para carregar a bandeira do Brasil", "ah, que saudade do Senna".
É incrível também ver colegas jornalistas brincando com tom bem jocoso nas redes sociais. Jornalistas que, na hora do aperto, tratam os pilotos como reis para salvarem suas peles e realizarem suas pautas pobres, além de pleitearem um lugar sem o mínimo pudor nas coletivas realizadas em restaurantes caros. Crítica jornalística é uma coisa, agora tirar sarro publicamente e depois puxar saco é uma disparidade de caráter. Que não se resume só a eles, infelizmente.
É por essas e outras que o automobilismo, o basquete, o atletismo e todos os esportes olímpicos não vão pra frente. "São todos fracassados" na ótica dos brasileiros super éticos, que não sabem nem escolher seus governantes, muito menos respeitam o trabalho alheio. Não estou defendendo Massa, longe disso. Estou apenas fazendo uma constatação sobre a nossa cultura de valorizar apenas a vitória, se apropriar da carreira de um atleta quando ele está apenas no topo, sem ao menos buscar saber o caminho (muitas vezes árduo e sem apoio de ninguém) atravessado por ele em sua carreira.
Brasileiro adora se desmoralizar. E quem não trata seus atletas com respeito tem mesmo é que ficar na fila da amargura. Acho que nem mais 500 anos servirão para mudar essa consciência aproveitadora, oportunista e maldosa de quem vive por aqui.
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terça-feira, 1 de abril de 2014
RÁDIO WILLIAMS*
* Por Bruno Vicária e Flávio Gomes
O brother Bruno Vicaria postou no Facebook o áudio das comunicações entre a Williams e seus dois pilotos no fim do GP da Malásia. Tem legendas, dá para entender direitinho. A equipe manda Bottas passar, depois avisa Massa que ele não será atacado, depois diz ao finlandês para não tentar nada…
A gente sabe que engenheiros e pilotos ficam o tempo todo falando numa corrida, já que nos boxes as equipes têm muito mais informações sobre o comportamento do carro e sobre a corrida em si do que os coitados dentro do cockpit. Mas é um exagero. Num dado momento, por exemplo, o engenheiro de Felipe pede para ele cuidar dos pneus nas curvas X, Y e Z. Claro que os sensores instalados no carro indicavam, àquela altura, que nessas curvas talvez a temperatura da borracha aumentasse demais, ou então o deslocamento lateral dos pneus estivesse fora da curva que os computadores indicam como ideal etc. Mas será que não é melhor deixar para quem está guiando essa percepção?
É um falatório sem fim e não sei como os pilotos suportam isso a 300 por hora. E um festival de babaquices, no que diz respeito ao “passa, agora não passa, agora tenta, ataca, não ataca, tira o pé, acelera, não segura, segura”. Isso porque a FIA proibiu ordens de equipe… É uma desmoralização completa. Elas continuam sendo dadas, a FIA ouve tudo e não faz nada.
Há uma única forma de acabar com essa palhaçada: proibir o rádio. Deixar para os pilotos a obrigação de sentir seus carros e fazerem as regulagens que acharem necessárias. Comunicação, apenas por placas. É verdade que os carros atuais são tão sofisticados e monitorados, que muita gente vai achar que só é possível dirigi-los com alguém passando orientações pelo rádio, sob o risco de quebrarem caso um botão ou outro não seja apertado, ou uma chavinha mudada de posição. Azar. Que façam carros mais simples e resistentes, simplifiquem as funções no volante, limitem a quantidade de informação que é passada da pista para os boxes pela telemetria. E deixem para os pilotos aquilo que eles gostam de fazer: pilotar, usando sua sensibilidade para entender o que está acontecendo com seus carros e nas corridas que estão disputando.
Ou então, se acharem que é impossível voltar atrás agora, que não existe a menor possibilidade de um F-1 chegar ao fim de um GP se não houver alguém monitorando tudo do lado de fora, que liberem as ordens de uma vez.
O brother Bruno Vicaria postou no Facebook o áudio das comunicações entre a Williams e seus dois pilotos no fim do GP da Malásia. Tem legendas, dá para entender direitinho. A equipe manda Bottas passar, depois avisa Massa que ele não será atacado, depois diz ao finlandês para não tentar nada…
A gente sabe que engenheiros e pilotos ficam o tempo todo falando numa corrida, já que nos boxes as equipes têm muito mais informações sobre o comportamento do carro e sobre a corrida em si do que os coitados dentro do cockpit. Mas é um exagero. Num dado momento, por exemplo, o engenheiro de Felipe pede para ele cuidar dos pneus nas curvas X, Y e Z. Claro que os sensores instalados no carro indicavam, àquela altura, que nessas curvas talvez a temperatura da borracha aumentasse demais, ou então o deslocamento lateral dos pneus estivesse fora da curva que os computadores indicam como ideal etc. Mas será que não é melhor deixar para quem está guiando essa percepção?
É um falatório sem fim e não sei como os pilotos suportam isso a 300 por hora. E um festival de babaquices, no que diz respeito ao “passa, agora não passa, agora tenta, ataca, não ataca, tira o pé, acelera, não segura, segura”. Isso porque a FIA proibiu ordens de equipe… É uma desmoralização completa. Elas continuam sendo dadas, a FIA ouve tudo e não faz nada.
Há uma única forma de acabar com essa palhaçada: proibir o rádio. Deixar para os pilotos a obrigação de sentir seus carros e fazerem as regulagens que acharem necessárias. Comunicação, apenas por placas. É verdade que os carros atuais são tão sofisticados e monitorados, que muita gente vai achar que só é possível dirigi-los com alguém passando orientações pelo rádio, sob o risco de quebrarem caso um botão ou outro não seja apertado, ou uma chavinha mudada de posição. Azar. Que façam carros mais simples e resistentes, simplifiquem as funções no volante, limitem a quantidade de informação que é passada da pista para os boxes pela telemetria. E deixem para os pilotos aquilo que eles gostam de fazer: pilotar, usando sua sensibilidade para entender o que está acontecendo com seus carros e nas corridas que estão disputando.
Ou então, se acharem que é impossível voltar atrás agora, que não existe a menor possibilidade de um F-1 chegar ao fim de um GP se não houver alguém monitorando tudo do lado de fora, que liberem as ordens de uma vez.
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segunda-feira, 31 de março de 2014
Insurreição*
* Por Luis Fernando Ramos
Em pé, segurando o gravador da assessora da imprensa da Williams, Felipe Massa falou com a imprensa brasileira com uma raiva que poucas vezes vi nele. Afirmou que era preciso respeito, que o resultado era o certo e que ele não se arrependia de nada. Era o fim da lua-de-mel entre as duas partes.
A harmonia acabou na 53ª volta do GP da Malásia. Faltavam três para o final da prova e ele perseguia de perto o inglês Jenson Button na luta pela sexta posição. Atrás dos dois estava o companheiro de Massa, o finlandês Valtteri Bottas, com pneus mais novos que os do brasileiro. O time ordenou duas vezes que este o deixasse passar, mas Massa ignorou. Na última volta, preocupados com a temperatura do motor nos carros, o time orientou então que não houvesse mais disputa entre os dois. Mas o estrago já estava feito.
A cena remeteu imediatamente ao GP da Alemanha de 2010. Até porque a maneira de dar a ordem foi idêntica. Nunca saberemos, mas talvez tenha sido o uso do “faster than you” que irritou tanto a Felipe Massa. Como se tivesse desencadeado em sua psique um processo de negação. “Chega”, como ele chegou a formular para nós. Nos últimos anos ele cumpriu o papel de carregador de piano na Ferrari, mas viu na maneira que a Williams o aproximou a possibilidade de viver uma relação diferente nesse ponto de sua carreira. Certamente, jamais esperaria ouvir logo na sua segunda corrida pelo time a odiosa frase que marcou sua relação com Fernando Alonso. Algo que ele ansiava em deixar para trás. “Chega!”
O engenheiro-chefe do time Rod Nelson deixou claro que Massa não cumpriu o que lhe determinaram. Mas buscou minimizar a polêmica e indicou que haveria até a possibilidade de Bottas devolver a Massa a posição depois. Afirmou que o time vai se sentar com os pilotos e discutir estes cenários. Cartesianos como em nenhuma outra equipe do grid, eles pensaram demais na possibilidade de Bottas atacar Button que deixaram o tato de lado na hora de abordar Massa. Não era uma punição ao brasileiro ou um favorecimento ao finlandês, mas apenas ação analítica do pensamento frio de um engenheiro. Se tivessem se comunicado de maneira diferente e mais claro, o resultado poderia ser outro.
Quando caiu a noite em Sepang, estava claro que Felipe Massa havia marcado claramente qual é a sua posição para o time. Resta ainda saber qual será a posição do time para ele. Claire Williams é o contrário do chefe de equipe durão que vai buscar enquadrar um piloto. A conversa vai ficar mesmo na mão dos engenheiros. Não creio que haverá algo além de um puxão de orelhas e de uma troca de pontos-de-vista. E, ironia do destino, a partir de 1º de abril começa o contrato de Rob Smedley no time. Sua primeira tarefa vai ser administrar essa situação gerada pela insubordinação de seu ex-piloto na Ferrari.
Com o volume de voz baixo e a tranquilidade típica dos finlandeses, Valtteri Bottas se recusou a comentar sobre o episódio com a gente antes de se sentar com os engenheiros e com o próprio Massa para falar do ocorrido. Mas tinha o mesmo olhar de rancor com que deixou o carro no GP do Japão do ano passado após tomar um “chega-prá-lá” do companheiro Pastor Maldonado na última curva. A má notícia para Massa: daquele dia até o final do ano, o venezuelano quase não andou na frente do finlandês.
Massa garante que o que aconteceu “não tem nada ver com Bottas” e que a relação dos dois permanecerá a mesma. Me surpreenderei se isto acontecer mesmo. O clima era carregado dentro do hospitality da Williams hoje à noite. Ao marcar seu ponto de vista para os engenheiros, o brasileiro pode ter despertado um adversário dentro do time disposto a dar 110% de si para aniquilá-lo.
Assim, do nada, a Williams se tornou um dos times mais interessantes de se acompanhar neste início de temporada.
Em pé, segurando o gravador da assessora da imprensa da Williams, Felipe Massa falou com a imprensa brasileira com uma raiva que poucas vezes vi nele. Afirmou que era preciso respeito, que o resultado era o certo e que ele não se arrependia de nada. Era o fim da lua-de-mel entre as duas partes.
A harmonia acabou na 53ª volta do GP da Malásia. Faltavam três para o final da prova e ele perseguia de perto o inglês Jenson Button na luta pela sexta posição. Atrás dos dois estava o companheiro de Massa, o finlandês Valtteri Bottas, com pneus mais novos que os do brasileiro. O time ordenou duas vezes que este o deixasse passar, mas Massa ignorou. Na última volta, preocupados com a temperatura do motor nos carros, o time orientou então que não houvesse mais disputa entre os dois. Mas o estrago já estava feito.
A cena remeteu imediatamente ao GP da Alemanha de 2010. Até porque a maneira de dar a ordem foi idêntica. Nunca saberemos, mas talvez tenha sido o uso do “faster than you” que irritou tanto a Felipe Massa. Como se tivesse desencadeado em sua psique um processo de negação. “Chega”, como ele chegou a formular para nós. Nos últimos anos ele cumpriu o papel de carregador de piano na Ferrari, mas viu na maneira que a Williams o aproximou a possibilidade de viver uma relação diferente nesse ponto de sua carreira. Certamente, jamais esperaria ouvir logo na sua segunda corrida pelo time a odiosa frase que marcou sua relação com Fernando Alonso. Algo que ele ansiava em deixar para trás. “Chega!”
O engenheiro-chefe do time Rod Nelson deixou claro que Massa não cumpriu o que lhe determinaram. Mas buscou minimizar a polêmica e indicou que haveria até a possibilidade de Bottas devolver a Massa a posição depois. Afirmou que o time vai se sentar com os pilotos e discutir estes cenários. Cartesianos como em nenhuma outra equipe do grid, eles pensaram demais na possibilidade de Bottas atacar Button que deixaram o tato de lado na hora de abordar Massa. Não era uma punição ao brasileiro ou um favorecimento ao finlandês, mas apenas ação analítica do pensamento frio de um engenheiro. Se tivessem se comunicado de maneira diferente e mais claro, o resultado poderia ser outro.
Quando caiu a noite em Sepang, estava claro que Felipe Massa havia marcado claramente qual é a sua posição para o time. Resta ainda saber qual será a posição do time para ele. Claire Williams é o contrário do chefe de equipe durão que vai buscar enquadrar um piloto. A conversa vai ficar mesmo na mão dos engenheiros. Não creio que haverá algo além de um puxão de orelhas e de uma troca de pontos-de-vista. E, ironia do destino, a partir de 1º de abril começa o contrato de Rob Smedley no time. Sua primeira tarefa vai ser administrar essa situação gerada pela insubordinação de seu ex-piloto na Ferrari.
Com o volume de voz baixo e a tranquilidade típica dos finlandeses, Valtteri Bottas se recusou a comentar sobre o episódio com a gente antes de se sentar com os engenheiros e com o próprio Massa para falar do ocorrido. Mas tinha o mesmo olhar de rancor com que deixou o carro no GP do Japão do ano passado após tomar um “chega-prá-lá” do companheiro Pastor Maldonado na última curva. A má notícia para Massa: daquele dia até o final do ano, o venezuelano quase não andou na frente do finlandês.
Massa garante que o que aconteceu “não tem nada ver com Bottas” e que a relação dos dois permanecerá a mesma. Me surpreenderei se isto acontecer mesmo. O clima era carregado dentro do hospitality da Williams hoje à noite. Ao marcar seu ponto de vista para os engenheiros, o brasileiro pode ter despertado um adversário dentro do time disposto a dar 110% de si para aniquilá-lo.
Assim, do nada, a Williams se tornou um dos times mais interessantes de se acompanhar neste início de temporada.
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O dia do fico*
* Por Julianne Cerasoli
Quem é que ganhou a corrida mesmo? Sim, Lewis Hamilton teve um final de semana dos sonhos e sequer pareceu forçar muito para colocar mais de 17s no próprio companheiro de equipe, que em momento algum da corrida teve ritmo para assustá-lo. Mas o clima azedo na Williams ao final da prova (não estou na Malásia, mas conto com o testemunho do Ico para dizer isso) roubou a cena de um GP que parece predestinado a rebeldias.
Analisando racionalmente, a Williams esteve correta em avisar Felipe Massa de que Valtteri Bottas vinha mais rápido. Primeiro, porque era verdade, e segundo, porque havia a possibilidade real de superar Button. Mais correta ainda seria a postura indicada por Rod Nelson de que a intenção era dar a Bottas um prazo para ele fazer a ultrapassagem. Se não o fizesse, devolveria o sétimo lugar a Massa.
É sempre difícil gerir uma corrida quando seus dois pilotos estão correndo juntos, como aconteceu com a Williams no início da prova. Sentindo-se mais rápido, mas não o suficiente para passar – com dois carros iguais, as armas para defender e atacar são as mesmas – Bottas fez uma prova bastante inteligente, alargando seu primeiro stint ao máximo para fazer a terceira parada o mais tarde possível e voar no final. Foi assim que o finlandês saiu do box no 44º giro 5s6 atrás de Massa, que parara duas voltas antes, e chegou no brasileiro três voltas depois.
Quando veio a ordem, menos de três segundos separavam Button, Massa e Bottas. A prioridade da equipe, claro, é maximizar seu resultado e, naquele momento, era o finlandês que demonstrava ter mais chances de obter isso.
Mas havia um ser humano dentro daquele carro da Williams. No final de uma corrida extenuante e com uma marca inquestionável na memória das diversas vezes em que se sentiu deixado de lado na Ferrari, Massa não quis saber de lógica nenhuma. Teve de ouvir por quatro anos que se tornou capacho quando levou aquela ultrapassagem oportunista de Alonso na entrada do box na China e não deixaria que a história se repetisse.
A Williams sabia de tudo isso quando o contratou. E Massa sempre destacou o quanto o respeito com que foi tratado desde o primeiro momento no time lhe era importante. Portanto, como parece que o brasileiro e Bottas ainda se encontrarão bastante pelas pistas por aí, seria inteligente a equipe levar isso em consideração daqui em diante.
No mais, em mais uma corrida morna, a novidade do gráfico com o consumo de combustível foi um alento. Mas ainda é pouco para compreender o que realmente está acontecendo na pista.
Quem é que ganhou a corrida mesmo? Sim, Lewis Hamilton teve um final de semana dos sonhos e sequer pareceu forçar muito para colocar mais de 17s no próprio companheiro de equipe, que em momento algum da corrida teve ritmo para assustá-lo. Mas o clima azedo na Williams ao final da prova (não estou na Malásia, mas conto com o testemunho do Ico para dizer isso) roubou a cena de um GP que parece predestinado a rebeldias.
Analisando racionalmente, a Williams esteve correta em avisar Felipe Massa de que Valtteri Bottas vinha mais rápido. Primeiro, porque era verdade, e segundo, porque havia a possibilidade real de superar Button. Mais correta ainda seria a postura indicada por Rod Nelson de que a intenção era dar a Bottas um prazo para ele fazer a ultrapassagem. Se não o fizesse, devolveria o sétimo lugar a Massa.
É sempre difícil gerir uma corrida quando seus dois pilotos estão correndo juntos, como aconteceu com a Williams no início da prova. Sentindo-se mais rápido, mas não o suficiente para passar – com dois carros iguais, as armas para defender e atacar são as mesmas – Bottas fez uma prova bastante inteligente, alargando seu primeiro stint ao máximo para fazer a terceira parada o mais tarde possível e voar no final. Foi assim que o finlandês saiu do box no 44º giro 5s6 atrás de Massa, que parara duas voltas antes, e chegou no brasileiro três voltas depois.
Quando veio a ordem, menos de três segundos separavam Button, Massa e Bottas. A prioridade da equipe, claro, é maximizar seu resultado e, naquele momento, era o finlandês que demonstrava ter mais chances de obter isso.
Mas havia um ser humano dentro daquele carro da Williams. No final de uma corrida extenuante e com uma marca inquestionável na memória das diversas vezes em que se sentiu deixado de lado na Ferrari, Massa não quis saber de lógica nenhuma. Teve de ouvir por quatro anos que se tornou capacho quando levou aquela ultrapassagem oportunista de Alonso na entrada do box na China e não deixaria que a história se repetisse.
A Williams sabia de tudo isso quando o contratou. E Massa sempre destacou o quanto o respeito com que foi tratado desde o primeiro momento no time lhe era importante. Portanto, como parece que o brasileiro e Bottas ainda se encontrarão bastante pelas pistas por aí, seria inteligente a equipe levar isso em consideração daqui em diante.
No mais, em mais uma corrida morna, a novidade do gráfico com o consumo de combustível foi um alento. Mas ainda é pouco para compreender o que realmente está acontecendo na pista.
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Valteri Bottas
quarta-feira, 26 de março de 2014
O Dinheiro de Massa*
* Por Humberto Corradi
E o Felipe Massa?
Em termos de salário foi bem tratado até aqui pela categoria máxima do automobilismo?
Você pode avaliar.
Os valores estão atualizados.
O brasileiro fez sua primeira temporada pela Sauber em 2002.
E permaneceu ligado a equipe até 2005.
Nesse período Massa faturou cerca de 3 milhões de dólares.
Ah, sim!
Nesse meio houve o ano de 2003 em que o piloto ficou na reserva.
Apenas testando pela Ferrari.
Pelo seu esforço naquele ano, os italianos depositaram 500.000 dólares em sua conta.
No tempo em que assumiu o posto de piloto oficial da Scuderia Italiana, de 2006 até a temporada passada, Felipe faturou quase 97 milhões de dólares.
Somando tudo, descobrimos que o vice-campeão de 2008, só em salários (lembrando sempre!), arrecadou algo perto de 100 milhões de dólares em 11 temporadas oficiais na Fórmula 1.
Pouco?
Muito?
Julguem vocês!
E o Felipe Massa?
Em termos de salário foi bem tratado até aqui pela categoria máxima do automobilismo?
Você pode avaliar.
Os valores estão atualizados.
O brasileiro fez sua primeira temporada pela Sauber em 2002.
E permaneceu ligado a equipe até 2005.
Nesse período Massa faturou cerca de 3 milhões de dólares.
Ah, sim!
Nesse meio houve o ano de 2003 em que o piloto ficou na reserva.
Apenas testando pela Ferrari.
Pelo seu esforço naquele ano, os italianos depositaram 500.000 dólares em sua conta.
No tempo em que assumiu o posto de piloto oficial da Scuderia Italiana, de 2006 até a temporada passada, Felipe faturou quase 97 milhões de dólares.
Somando tudo, descobrimos que o vice-campeão de 2008, só em salários (lembrando sempre!), arrecadou algo perto de 100 milhões de dólares em 11 temporadas oficiais na Fórmula 1.
Pouco?
Muito?
Julguem vocês!
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terça-feira, 11 de março de 2014
O ano de Massa?*
* Por Julianne Cerasoli
Felipe Massa foi, ainda que nos centésimos, o mais rápido da pré-temporada. Rivais como Alonso e Button veem a Williams na frente. Frank Williams fala em “aproveitar a oportunidade”. Então quer dizer que o piloto brasileiro vai arrasar a concorrência e partir para um título quando ninguém mais acreditava nele? A uma semana do início da temporada mais imprevisível da história da Fórmula 1, tudo é possível, mas vamos aos fatos.
Primeiro sobre o piloto Massa. Se ele nunca foi capaz de responder aos anseios da expectativa criada na temporada de 2008 – quando viveu uma combinação especial de um grande carro nas mãos, apoio da equipe e um rival errático – acabou sendo tratado como piloto de segunda linha após as decepções das últimas temporadas de Ferrari. Massa nunca foi um virtuoso e, de fato, sofreu problemas de adaptação e de confiança que foram colocando-o em uma espiral negativa no time italiano, mas está longe de ser um braço duro.
Nesta temporada, corre com a experiência a seu lado frente a Valtteri Bottas – mas o duelo interno está longe de ser uma barbada. O finlandês é um piloto mais cerebral, qualidade importante para lidar com o novo regulamento, e há quem diga dentro da Williams que se trata de um futuro campeão do mundo.
E há, claro, os rivais. Apostar em um campeão do mundo no momento é um chute do meio do campo. A Fórmula 1 passa por sua maior revolução técnica de todos os tempos, com a adoção de sistemas híbridos com os quais equipe alguma tem experiência. Isso quer dizer que não há quaisquer garantias de que o carro que vencer o GP da Austrália no próximo dia 16 será o melhor sequer daqui dois meses, tamanha a possibilidade de desenvolvimento ao longo do ano. E isso serve inclusive para a Red Bull, que deve sofrer no início, mas pode muito bem se recuperar e virar o jogo ao longo da temporada.
O que dá para falar com certa propriedade no momento é que a Williams andará no bolo da frente no início do ano, ao menos antes dos carros passarem por sua primeira grande “reforma” no GP da Espanha, em maio. As quatro primeiras etapas serão uma chance de ouro para os pilotos do time inglês e da Mercedes, as duas equipes que deram todos os indícios durante a pré-temporada de estarem mais bem preparados – tanto em termos de confiabilidade, quanto de velocidade.
Só uma grande revolução nas regras explica tamanho salto, se lembrarmos que a Williams foi a terceira pior equipe do ano passado. De lá para cá, além do motor, também mudaram as caras no comando técnico do time, lideradas por Pat Symonds. A estrutura já era boa e dinheiro não falta. Mas será o suficiente para a equipe se tornar uma nova Red Bull, que se estruturou para aproveitar uma mudança no regulamento e pular do meio do pelotão para a ponta? No momento, quem veste melhor essa carapuça é a Mercedes, uma vez que o projeto da Williams está muito mais verde do que o do time hoje tetracampeão mundial em 2009. Isso pesa contra, e teremos uma ideia melhor de como pode ser o ano do time de Grove em Barcelona.
Portanto, melhor não incorrer nas mesmas expectativas exageradas de alguns anos atrás em cima de Massa. O carro parece bom hoje, assim como o da Mercedes, mas isso pode mudar. Afinal, a lógica indica que, quando se fala em campeonato longo, desta vez não é só força de expressão.
Felipe Massa foi, ainda que nos centésimos, o mais rápido da pré-temporada. Rivais como Alonso e Button veem a Williams na frente. Frank Williams fala em “aproveitar a oportunidade”. Então quer dizer que o piloto brasileiro vai arrasar a concorrência e partir para um título quando ninguém mais acreditava nele? A uma semana do início da temporada mais imprevisível da história da Fórmula 1, tudo é possível, mas vamos aos fatos.
Primeiro sobre o piloto Massa. Se ele nunca foi capaz de responder aos anseios da expectativa criada na temporada de 2008 – quando viveu uma combinação especial de um grande carro nas mãos, apoio da equipe e um rival errático – acabou sendo tratado como piloto de segunda linha após as decepções das últimas temporadas de Ferrari. Massa nunca foi um virtuoso e, de fato, sofreu problemas de adaptação e de confiança que foram colocando-o em uma espiral negativa no time italiano, mas está longe de ser um braço duro.
Nesta temporada, corre com a experiência a seu lado frente a Valtteri Bottas – mas o duelo interno está longe de ser uma barbada. O finlandês é um piloto mais cerebral, qualidade importante para lidar com o novo regulamento, e há quem diga dentro da Williams que se trata de um futuro campeão do mundo.
E há, claro, os rivais. Apostar em um campeão do mundo no momento é um chute do meio do campo. A Fórmula 1 passa por sua maior revolução técnica de todos os tempos, com a adoção de sistemas híbridos com os quais equipe alguma tem experiência. Isso quer dizer que não há quaisquer garantias de que o carro que vencer o GP da Austrália no próximo dia 16 será o melhor sequer daqui dois meses, tamanha a possibilidade de desenvolvimento ao longo do ano. E isso serve inclusive para a Red Bull, que deve sofrer no início, mas pode muito bem se recuperar e virar o jogo ao longo da temporada.
O que dá para falar com certa propriedade no momento é que a Williams andará no bolo da frente no início do ano, ao menos antes dos carros passarem por sua primeira grande “reforma” no GP da Espanha, em maio. As quatro primeiras etapas serão uma chance de ouro para os pilotos do time inglês e da Mercedes, as duas equipes que deram todos os indícios durante a pré-temporada de estarem mais bem preparados – tanto em termos de confiabilidade, quanto de velocidade.
Só uma grande revolução nas regras explica tamanho salto, se lembrarmos que a Williams foi a terceira pior equipe do ano passado. De lá para cá, além do motor, também mudaram as caras no comando técnico do time, lideradas por Pat Symonds. A estrutura já era boa e dinheiro não falta. Mas será o suficiente para a equipe se tornar uma nova Red Bull, que se estruturou para aproveitar uma mudança no regulamento e pular do meio do pelotão para a ponta? No momento, quem veste melhor essa carapuça é a Mercedes, uma vez que o projeto da Williams está muito mais verde do que o do time hoje tetracampeão mundial em 2009. Isso pesa contra, e teremos uma ideia melhor de como pode ser o ano do time de Grove em Barcelona.
Portanto, melhor não incorrer nas mesmas expectativas exageradas de alguns anos atrás em cima de Massa. O carro parece bom hoje, assim como o da Mercedes, mas isso pode mudar. Afinal, a lógica indica que, quando se fala em campeonato longo, desta vez não é só força de expressão.
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quinta-feira, 6 de março de 2014
Os números mostram. Massa está certo: pés nos chão*
* Por Teo José
Apesar de estar curtindo o Carnaval em um misto de trabalho no Band Folia e descanso em Olinda, estou lendo sobre os testes da Fórmula 1. Felipe Massa com a Williams conseguiu a melhor marca nos testes do Bahrein. Ficou dois décimos na frente, andando no penúltimo dia, sábado. Lewis Hamilton obteve a segunda marca, no domingo. Os dois estavam com os carros bem leves, mas pneus diferentes. Massa com super macios novos e Hamilton macios usados. A Pirelli informou que a diferença entre um modelo é outros está na casa de sete décimos, o que vai subir devido ao jogo do inglês não ser novinho. A vantagem é muito grande. Mesmo sendo testes, vejo a Mercedes, realmente meio segundo no mínimo mais veloz que a Williams.
Disse no comentário, passado, para Williams é muito bom ter boas noticias agora, precisa fechar o orçamento. O comercial da agradece. Felipe Massa sabe disto. Tanto que tem um otimismo moderado e sempre está pedindo pés no chão. Boa postura.
Na Europa a imprensa vem falando que a Mercedes tem um segundo de vantagem para a segunda equipe. Pode ser, acho um pouquinho de exagero. Fala-se na Williams como segunda equipe, creio que também tem um pouco de exagero. Eu a vejo lutando para ser a quarta, atrás de McLaren e Ferrari.
Apesar de estar curtindo o Carnaval em um misto de trabalho no Band Folia e descanso em Olinda, estou lendo sobre os testes da Fórmula 1. Felipe Massa com a Williams conseguiu a melhor marca nos testes do Bahrein. Ficou dois décimos na frente, andando no penúltimo dia, sábado. Lewis Hamilton obteve a segunda marca, no domingo. Os dois estavam com os carros bem leves, mas pneus diferentes. Massa com super macios novos e Hamilton macios usados. A Pirelli informou que a diferença entre um modelo é outros está na casa de sete décimos, o que vai subir devido ao jogo do inglês não ser novinho. A vantagem é muito grande. Mesmo sendo testes, vejo a Mercedes, realmente meio segundo no mínimo mais veloz que a Williams.
Disse no comentário, passado, para Williams é muito bom ter boas noticias agora, precisa fechar o orçamento. O comercial da agradece. Felipe Massa sabe disto. Tanto que tem um otimismo moderado e sempre está pedindo pés no chão. Boa postura.
Na Europa a imprensa vem falando que a Mercedes tem um segundo de vantagem para a segunda equipe. Pode ser, acho um pouquinho de exagero. Fala-se na Williams como segunda equipe, creio que também tem um pouco de exagero. Eu a vejo lutando para ser a quarta, atrás de McLaren e Ferrari.
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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
‘Bromance’ na Williams*
* Por Tatiana Cunha
“Felipe baby, stay cool!” :)
É isso, Felipe, fique tranquilo. Após meses de rumores pelos paddocks, a Williams finalmente anunciou hoje a contratação de Rob Smedley. Engenheiro de Massa desde 2006, o inglês tornou-se também uma espécie de psicólogo do brasileiro nas pistas, além de ter se tornado um grande amigo fora delas. É, sem dúvida, a mais famosa dupla piloto-engenheiro da F-1.
E garantia de bons rádios durante as transmissões. O mais famoso deles é o “Fernando is faster than you”, que todos nós lembramos, no GP da Alemanha de 2010. Mas alguns são tão engraçados que viraram hit na internet, como o “Felipe baby”, o “Well done, sunshine” e o “Who’s the daddy of Brazil?”.
Rob chega no time inglês para o recém-criado cargo de chefe de performance de veículos, que ficará acima dos engenheiros de pista (Andrew Murdoch, de Massa, e Jonathan Eddolls, de Bottas). Ele terá ao seu lado Richard Lockwood, que vem da Marussia, e também foi anunciado hoje como estrategista chefe da equipe. Apesar do anúncio ter sido feito hoje, Rob terá uma “quarentena” pós-Ferrari e só se junta à Williams pouco antes do GP do Bahrein, terceira corrida da temporada.
Mais que a volta do “bromance” (*) entre Felipe e Rob, a chegada do engenheiro é mais um sinal de que a Williams está investindo pesado na reformulação de seu departamento técnico.
O time, que vem fazendo uma pré-temporada promissora e parece ter um bom carro para 2014, está pensando a longo prazo, o que é vital para quem deseja voltar a lutar não só por vitórias como por campeonatos.
Para quem quer lembrar os rádios que mencionei acima, achei este “top 10″ que é muito divertido ;) Tomara que na Williams Rob também fique no pit wall, uma garantia de mais momentos como estes.
(*) nota da autora: para quem não sabe, “bromance” é uma espécie de “romance entre brothers”
“Felipe baby, stay cool!” :)
É isso, Felipe, fique tranquilo. Após meses de rumores pelos paddocks, a Williams finalmente anunciou hoje a contratação de Rob Smedley. Engenheiro de Massa desde 2006, o inglês tornou-se também uma espécie de psicólogo do brasileiro nas pistas, além de ter se tornado um grande amigo fora delas. É, sem dúvida, a mais famosa dupla piloto-engenheiro da F-1.
E garantia de bons rádios durante as transmissões. O mais famoso deles é o “Fernando is faster than you”, que todos nós lembramos, no GP da Alemanha de 2010. Mas alguns são tão engraçados que viraram hit na internet, como o “Felipe baby”, o “Well done, sunshine” e o “Who’s the daddy of Brazil?”.
Rob chega no time inglês para o recém-criado cargo de chefe de performance de veículos, que ficará acima dos engenheiros de pista (Andrew Murdoch, de Massa, e Jonathan Eddolls, de Bottas). Ele terá ao seu lado Richard Lockwood, que vem da Marussia, e também foi anunciado hoje como estrategista chefe da equipe. Apesar do anúncio ter sido feito hoje, Rob terá uma “quarentena” pós-Ferrari e só se junta à Williams pouco antes do GP do Bahrein, terceira corrida da temporada.
Mais que a volta do “bromance” (*) entre Felipe e Rob, a chegada do engenheiro é mais um sinal de que a Williams está investindo pesado na reformulação de seu departamento técnico.
O time, que vem fazendo uma pré-temporada promissora e parece ter um bom carro para 2014, está pensando a longo prazo, o que é vital para quem deseja voltar a lutar não só por vitórias como por campeonatos.
Para quem quer lembrar os rádios que mencionei acima, achei este “top 10″ que é muito divertido ;) Tomara que na Williams Rob também fique no pit wall, uma garantia de mais momentos como estes.
(*) nota da autora: para quem não sabe, “bromance” é uma espécie de “romance entre brothers”
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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
A cabeça de Massa*
* Por Tatiana Cunha
Felipe Massa está em São Paulo nesta semana e concedeu hoje sua primeira entrevista coletiva como piloto da Williams.
Entre comentários sobre sua expectativa para a temporada, o bom desempenho de sua equipe nos primeiros testes em Jerez, a visita que fez a Schumacher e até sua opinião sobre a contratação de Pato pelo São Paulo, o que chamou a atenção é sua motivação.
Depois de oito anos como titular da Ferrari e relegado à condição de segundo piloto, embora sempre tenha relutado em admitir este status, Massa precisava de um desafio. Estava acomodado, resignado com o papel de coadjuvante na escuderia italiana, que virou o “time do Alonso”.
Massa é um piloto que precisa estar com a cabeça boa para correr bem. Não sei se é um defeito. É fato. E só sua ida para a Williams já elevou seu moral.
Lembro que quando o entrevistei logo depois do anúncio, em novembro, ele estava visivelmente empolgado e não parava de repetir que a equipe o queria, que a equipe tinha ido atrás dele, etc. Isso é importante para ele psicologicamente. E isso ele já não sentia na Ferrari, onde todas as atenções estavam voltadas para Alonso.
Agora, mostra-se empolgado pela recepção que teve no time e pelo que encontrou pela frente (acho que ele imaginava que não havia vida inteligente fora da Ferrari).
Na semana passada, foi elogiado publicamente por Claire Williams, filha de Frank e chefe do time. Ela disse que sua atitude estava motivando os membros da equipe.
Junte a isso o bom resultado nos testes de Jerez e pronto: o brasileiro parece ter recuperado aquela gana que tinha antigamente.
Não estou dizendo aqui que ele vai sair brigando pelo pódio já em Melbourne e que vai disputar o título neste ano. Impossível prever como vai estar o cenário da F-1 daqui a um mês e pouco, quando começa o campeonato.
Mas tenho certeza de que quando baixar a viseira no grid do Albert Park, no dia 16 de março, para a largada de sua primeira corrida pela Williams, Massa estará muito mais “mordido” do que nos últimos anos. O que, por si só, já é um bom começo. Especialmente porque o resto não depende só dele.
Felipe Massa está em São Paulo nesta semana e concedeu hoje sua primeira entrevista coletiva como piloto da Williams.
Entre comentários sobre sua expectativa para a temporada, o bom desempenho de sua equipe nos primeiros testes em Jerez, a visita que fez a Schumacher e até sua opinião sobre a contratação de Pato pelo São Paulo, o que chamou a atenção é sua motivação.
Depois de oito anos como titular da Ferrari e relegado à condição de segundo piloto, embora sempre tenha relutado em admitir este status, Massa precisava de um desafio. Estava acomodado, resignado com o papel de coadjuvante na escuderia italiana, que virou o “time do Alonso”.
Massa é um piloto que precisa estar com a cabeça boa para correr bem. Não sei se é um defeito. É fato. E só sua ida para a Williams já elevou seu moral.
Lembro que quando o entrevistei logo depois do anúncio, em novembro, ele estava visivelmente empolgado e não parava de repetir que a equipe o queria, que a equipe tinha ido atrás dele, etc. Isso é importante para ele psicologicamente. E isso ele já não sentia na Ferrari, onde todas as atenções estavam voltadas para Alonso.
Agora, mostra-se empolgado pela recepção que teve no time e pelo que encontrou pela frente (acho que ele imaginava que não havia vida inteligente fora da Ferrari).
Na semana passada, foi elogiado publicamente por Claire Williams, filha de Frank e chefe do time. Ela disse que sua atitude estava motivando os membros da equipe.
Junte a isso o bom resultado nos testes de Jerez e pronto: o brasileiro parece ter recuperado aquela gana que tinha antigamente.
Não estou dizendo aqui que ele vai sair brigando pelo pódio já em Melbourne e que vai disputar o título neste ano. Impossível prever como vai estar o cenário da F-1 daqui a um mês e pouco, quando começa o campeonato.
Mas tenho certeza de que quando baixar a viseira no grid do Albert Park, no dia 16 de março, para a largada de sua primeira corrida pela Williams, Massa estará muito mais “mordido” do que nos últimos anos. O que, por si só, já é um bom começo. Especialmente porque o resto não depende só dele.
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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014
Lógica*
* Por Humberto Corradi
O primeiro lugar de Felipe Massa no último dia de testes em Jerez despertou a esperança.
Equipe nova.
Motor Mercedes (o mais sólido até aqui).
"Go Massa!"
Não sou pacheco.
Longe disso.
Mas não posso deixar de admirar os pilotos brasileiros na Fórmula 1 quando estes se destacam.
Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna escreveram uma história muito bonita.
E outros, que tiveram seus momentos, merecem ser citados.
Rubens Barrichello, Jose Carlos Pace e... Felipe Massa.
Ponto.
Estamos em 2014.
Massa está indo para sua décima segunda temporada (é isso?).
Não posso ter esperanças de um título para o brasileiro.
Não dá.
"Você implica com o cara, não gosta dele..."
Olha, acho Felipe um ótimo piloto.
Ninguém permanece tanto tempo na categoria máxima do automobilismo sendo ruim.
Porém um título nessa altura da carreira...
Falta alguma coisa.
Sempre faltou.
Aquele algo mais do campeão.
Olhe a lista.
Fernando Alonso, Sebastian Vettel, Lewis Hamilton, Jenson Button ou Kimi Raikkonen
Mesmo com um piloto melhor como companheiro você consegue visualizar qualquer um deles no papel de segundo piloto?
Difícil, não?
Até Pastor Maldonado, por motivos diferentes, ou Nico Rosberg, hoje, inspiram respeito.
Mas alguém tem medo de Felipe Massa?
O candidato ao título é um sujeito perigoso, traiçoeiro e é sempre visto como uma ameaça.
Não deve nunca ser subestimado.
Existem qualidades, evidente, no entanto faltam alguns predicados essenciais ao piloto brasileiro.
A inerrância de Button.
A agressividade de Alonso.
As voltas mágicas de Lewis.
A consistência de Raikkonen.
E a frieza de Vettel.
Houve oportunidades para Felipe provar seu valor.
E ele confirmou ser um excelente piloto.
Diferente de muitos, evoluiu.
A prova disso é a melhora de sua performance no asfalto molhado.
Não foi suficiente.
A Ferrari o manteve como titular por oito temporadas.
Primeiro como uma promessa e depois com a esperança de que ele fosse um novo Barrichello.
Não há ofensas aqui.
Entenda "Barrichello" como um motorista consistente, um importante acumulador de pontos para o título de construtores.
A Scuderia Italiana ainda esperou tempo demais por resultados, para ódio dos jornalistas do País da Bota.
Mesmo assim é inegável que sua carreira é muito bonita.
Trajetória de um piloto acima da média.
Que, como falei lá no início do texto, teve seus momentos
Com vitórias memoráveis.
"Então o que você espera?"
Espero que ele vença o duelo com Bottas dentro da Williams.
Que com toda a maturidade saiba lidar com as dificuldades e momentos críticos das corridas para não desperdiçar pontos de forma gratuita.
Só.
Esperar mais que isso não seria lógico da minha parte.
Ou melhor, seria pachequismo.
O primeiro lugar de Felipe Massa no último dia de testes em Jerez despertou a esperança.
Equipe nova.
Motor Mercedes (o mais sólido até aqui).
"Go Massa!"
Não sou pacheco.
Longe disso.
Mas não posso deixar de admirar os pilotos brasileiros na Fórmula 1 quando estes se destacam.
Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna escreveram uma história muito bonita.
E outros, que tiveram seus momentos, merecem ser citados.
Rubens Barrichello, Jose Carlos Pace e... Felipe Massa.
Ponto.
Estamos em 2014.
Massa está indo para sua décima segunda temporada (é isso?).
Não posso ter esperanças de um título para o brasileiro.
Não dá.
"Você implica com o cara, não gosta dele..."
Olha, acho Felipe um ótimo piloto.
Ninguém permanece tanto tempo na categoria máxima do automobilismo sendo ruim.
Porém um título nessa altura da carreira...
Falta alguma coisa.
Sempre faltou.
Aquele algo mais do campeão.
Olhe a lista.
Fernando Alonso, Sebastian Vettel, Lewis Hamilton, Jenson Button ou Kimi Raikkonen
Mesmo com um piloto melhor como companheiro você consegue visualizar qualquer um deles no papel de segundo piloto?
Difícil, não?
Até Pastor Maldonado, por motivos diferentes, ou Nico Rosberg, hoje, inspiram respeito.
Mas alguém tem medo de Felipe Massa?
O candidato ao título é um sujeito perigoso, traiçoeiro e é sempre visto como uma ameaça.
Não deve nunca ser subestimado.
Existem qualidades, evidente, no entanto faltam alguns predicados essenciais ao piloto brasileiro.
A inerrância de Button.
A agressividade de Alonso.
As voltas mágicas de Lewis.
A consistência de Raikkonen.
E a frieza de Vettel.
Houve oportunidades para Felipe provar seu valor.
E ele confirmou ser um excelente piloto.
Diferente de muitos, evoluiu.
A prova disso é a melhora de sua performance no asfalto molhado.
Não foi suficiente.
A Ferrari o manteve como titular por oito temporadas.
Primeiro como uma promessa e depois com a esperança de que ele fosse um novo Barrichello.
Não há ofensas aqui.
Entenda "Barrichello" como um motorista consistente, um importante acumulador de pontos para o título de construtores.
A Scuderia Italiana ainda esperou tempo demais por resultados, para ódio dos jornalistas do País da Bota.
Mesmo assim é inegável que sua carreira é muito bonita.
Trajetória de um piloto acima da média.
Que, como falei lá no início do texto, teve seus momentos
Com vitórias memoráveis.
"Então o que você espera?"
Espero que ele vença o duelo com Bottas dentro da Williams.
Que com toda a maturidade saiba lidar com as dificuldades e momentos críticos das corridas para não desperdiçar pontos de forma gratuita.
Só.
Esperar mais que isso não seria lógico da minha parte.
Ou melhor, seria pachequismo.
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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014
No caminho do bem*
* Por Luis Fernando Ramos
A reunião dos engenheiros e pilotos da Williams ontem em Jerez se estendeu mais que o previsto, o que é normal de acontecer no time. Enquanto a imprensa mundial em peso o aguardava na parte de fora do motorhome, Massa se levantou e pediu a palavra, agradecendo a todos e se dizendo muito feliz em fazer parte da equipe, além de se mostrar bastante animado para a temporada.
Este sentimento ficou claro nos minutos seguintes. Tranquilo e sorridente, Massa atendeu com paciência as tevês do mundo todo. Depois se sentou com a imprensa escrita para uma longa conversa. Nela, não cansou de reafirmar sua confiança no seu novo time. “A Williams é uma equipe profissional e capaz de fazer um grande trabalho na Fórmula 1. Está claro que ela não está na categoria para andar atrás, mas para brigar pelas primeiras posições”.
Claro que uma parte significativa da alegria está na confirmação de que o motor Mercedes chegou à primeira bateria de testes dos novos V6 como a unidade melhor preparada. Massa foi claro ao dizer que gostou muito do que sentiu dela. Mas apontou também que o time sairá daqui com alguma lição de casa. “Temos muito a fazer de agora até o teste do Bahrein, serão semanas importantes para resolver alguns probleminhas. Mas estamos num bom caminho. Precisamos fazer algumas simulações de corrida no Bahrein e, assim, chegar na primeira corrida com a confiança de que seremos competitivos e de que iremos terminá-la, o que será fundamental pois ali está uma chance de somarmos muito pontos e até de lutar por um pódio”.
Mas há um outro fator importante: a equipe. O agradecimento do brasileiro aos engenheiros no caminhão não foi para inglês ver. Massa está realmente apreciando o trabalho com o pessoal da equipe de Grove. E confiante que também pode trazer ao time lições importantes de Maranello. “É diferente. Há muito para aprender, mas acho que é importante misturar as coisas boas dessa equipe com as coisas boas de outras equipes. Há várias pessoas novas na equipe, boas pessoas. Fico feliz que eles investiram nesse qualidade humana para mudar a situação do ano passado, um dos piores na história da Williams. E fico feliz de ter escolhido uma equipe que está contratando pessoas pensando no futuro, e não uma que está perdendo pessoas”.
Além de Pat Symonds, a Williams trouxe dois aerodinamicistas novos: Dave Wheater da Lotus e Shaun Whitehead, que trabalhava ao lado de Adrian Newey na Red Bull. E quando chegar nos boxes do time na Austrália, Massa encontrará um novo engenheiro-chefe supervisionando o trabalho nos dois carros. Seu velho amigo Rob Smedley.
A reunião dos engenheiros e pilotos da Williams ontem em Jerez se estendeu mais que o previsto, o que é normal de acontecer no time. Enquanto a imprensa mundial em peso o aguardava na parte de fora do motorhome, Massa se levantou e pediu a palavra, agradecendo a todos e se dizendo muito feliz em fazer parte da equipe, além de se mostrar bastante animado para a temporada.
Este sentimento ficou claro nos minutos seguintes. Tranquilo e sorridente, Massa atendeu com paciência as tevês do mundo todo. Depois se sentou com a imprensa escrita para uma longa conversa. Nela, não cansou de reafirmar sua confiança no seu novo time. “A Williams é uma equipe profissional e capaz de fazer um grande trabalho na Fórmula 1. Está claro que ela não está na categoria para andar atrás, mas para brigar pelas primeiras posições”.
Claro que uma parte significativa da alegria está na confirmação de que o motor Mercedes chegou à primeira bateria de testes dos novos V6 como a unidade melhor preparada. Massa foi claro ao dizer que gostou muito do que sentiu dela. Mas apontou também que o time sairá daqui com alguma lição de casa. “Temos muito a fazer de agora até o teste do Bahrein, serão semanas importantes para resolver alguns probleminhas. Mas estamos num bom caminho. Precisamos fazer algumas simulações de corrida no Bahrein e, assim, chegar na primeira corrida com a confiança de que seremos competitivos e de que iremos terminá-la, o que será fundamental pois ali está uma chance de somarmos muito pontos e até de lutar por um pódio”.
Mas há um outro fator importante: a equipe. O agradecimento do brasileiro aos engenheiros no caminhão não foi para inglês ver. Massa está realmente apreciando o trabalho com o pessoal da equipe de Grove. E confiante que também pode trazer ao time lições importantes de Maranello. “É diferente. Há muito para aprender, mas acho que é importante misturar as coisas boas dessa equipe com as coisas boas de outras equipes. Há várias pessoas novas na equipe, boas pessoas. Fico feliz que eles investiram nesse qualidade humana para mudar a situação do ano passado, um dos piores na história da Williams. E fico feliz de ter escolhido uma equipe que está contratando pessoas pensando no futuro, e não uma que está perdendo pessoas”.
Além de Pat Symonds, a Williams trouxe dois aerodinamicistas novos: Dave Wheater da Lotus e Shaun Whitehead, que trabalhava ao lado de Adrian Newey na Red Bull. E quando chegar nos boxes do time na Austrália, Massa encontrará um novo engenheiro-chefe supervisionando o trabalho nos dois carros. Seu velho amigo Rob Smedley.
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terça-feira, 28 de janeiro de 2014
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
sexta-feira, 29 de novembro de 2013
A punição do Massa em Interlagos*
* Por Teo José
A nova regra aplicada aos pilotos no GP Brasil de Fórmula 1 gerou muitos comentários, depois que Felipe Massa foi punido, por ultrapassar uma linha branca na subida da reta, entrada dos boxes. A polêmica aumentou pela reclamação do brasileiro. Sim, achei esta nova regra uma besteira. Só que o combinado não é caro e regra é regra. Vamos aos fatos que rolaram antes da punição.
Na reunião dos pilotos, chamado Briefing, rolou um claro aviso de que a linha a ser seguida era fora desta faixa branca, inclusive mostrando foto. Que passasse fora da linha branca seria punido com um drive through. Ou seja, entrar e sair dos boxes, como foi com Felipe.
Na corrida a punição veio depois de dois avisos. Em uma oportunidade Felipe já tinha passado no local proibido e depois bem próximo. A direção de prova avisou a Ferrari que ele poderia ter sido punido. A decisão de confirmar a infração foi só na terceira vez. Resta saber se a Ferrari nas duas primeiras avisou claramente ao piloto. Pode ter sido um erro de box. O mesmo procedimento foi adotado com Lewis Hamilton, que também teve uma passagem no local proibido e a equipe foi avisada. O piloto não mais cometeu o erro.
Diante destes fatos a regra foi clara e a Ferrari avisada. Continuo achando uma coisa boba. Mas Felipe e Ferrari abusaram em infringir o que estava no regulamento particular da prova. Podemos discutir a validade desta regrinha, mas a punição foi justa. A decisão de chamar o piloto para os boxes foi unanimidade entre os quatro comissários desportivos.
A nova regra aplicada aos pilotos no GP Brasil de Fórmula 1 gerou muitos comentários, depois que Felipe Massa foi punido, por ultrapassar uma linha branca na subida da reta, entrada dos boxes. A polêmica aumentou pela reclamação do brasileiro. Sim, achei esta nova regra uma besteira. Só que o combinado não é caro e regra é regra. Vamos aos fatos que rolaram antes da punição.
Na reunião dos pilotos, chamado Briefing, rolou um claro aviso de que a linha a ser seguida era fora desta faixa branca, inclusive mostrando foto. Que passasse fora da linha branca seria punido com um drive through. Ou seja, entrar e sair dos boxes, como foi com Felipe.
Na corrida a punição veio depois de dois avisos. Em uma oportunidade Felipe já tinha passado no local proibido e depois bem próximo. A direção de prova avisou a Ferrari que ele poderia ter sido punido. A decisão de confirmar a infração foi só na terceira vez. Resta saber se a Ferrari nas duas primeiras avisou claramente ao piloto. Pode ter sido um erro de box. O mesmo procedimento foi adotado com Lewis Hamilton, que também teve uma passagem no local proibido e a equipe foi avisada. O piloto não mais cometeu o erro.
Diante destes fatos a regra foi clara e a Ferrari avisada. Continuo achando uma coisa boba. Mas Felipe e Ferrari abusaram em infringir o que estava no regulamento particular da prova. Podemos discutir a validade desta regrinha, mas a punição foi justa. A decisão de chamar o piloto para os boxes foi unanimidade entre os quatro comissários desportivos.
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quinta-feira, 14 de novembro de 2013
'Massa pode ser a peça que faltava para a Williams', diz Lito Cavalcanti
O brasileiro Felipe Massa foi anunciado na segunda-feira como um dos pilotos da Williams para a temporada 2014. Neste ano, a equipe inglesa não faz uma boa temporada e somou apenas um ponto, ocupando a nona posição do Mundial de Construtores. Atualmente na Ferrari, Massa também não vive um grande ano: ocupa a oitava colocação entre os pilotos. No entanto, para o comentarista Lito Cavalcanti, o brasileiro e a equipe inglesa podem se completar.
- É uma equipe que vive mais do passado do que do presente. Não tem tido temporadas boas. A Williams está passando por uma reestruturação grande. As coisas vão muito bem individualmente, mas não funcionam porque os departamentos não se comunicam. Então, talvez, o Felipe esteja indo como a peça que falta dessa montagem. É uma aposta dele. Pode dar certo? Pode. Mas pode dar errado - advertiu Lito Cavalcanti.
O comentarista também cita a mudança de regulamento como um fator que pode beneficiar Massa nessa primeira temporada na nova equipe e a longa lista da Willians em contar com brasileiros como pontos positivos para Massa sair-se bem.
- Ano que vem vai mudar todo o regulamento. Equipes que são boas hoje podem não ser mais tão boas em 2014. Podemos ver a Marussia disputando com a Ferrari. Não dá para dizer qual equipe vai ser forte no ano que vem. A única coisa é apostar na qualidade da engenharia. São competentes individualmente, mas não coletivamente, falta coesão entre eles. Se ele está assinando, é porque viu qualidade na equipe. É uma equipe tradicional, que teve vários pilotos brasileiros: Piquet, Senna, Barrichello, José Carlos Pace, que foi o primeiro dessa longa lista.
- É uma equipe que vive mais do passado do que do presente. Não tem tido temporadas boas. A Williams está passando por uma reestruturação grande. As coisas vão muito bem individualmente, mas não funcionam porque os departamentos não se comunicam. Então, talvez, o Felipe esteja indo como a peça que falta dessa montagem. É uma aposta dele. Pode dar certo? Pode. Mas pode dar errado - advertiu Lito Cavalcanti.
O comentarista também cita a mudança de regulamento como um fator que pode beneficiar Massa nessa primeira temporada na nova equipe e a longa lista da Willians em contar com brasileiros como pontos positivos para Massa sair-se bem.
- Ano que vem vai mudar todo o regulamento. Equipes que são boas hoje podem não ser mais tão boas em 2014. Podemos ver a Marussia disputando com a Ferrari. Não dá para dizer qual equipe vai ser forte no ano que vem. A única coisa é apostar na qualidade da engenharia. São competentes individualmente, mas não coletivamente, falta coesão entre eles. Se ele está assinando, é porque viu qualidade na equipe. É uma equipe tradicional, que teve vários pilotos brasileiros: Piquet, Senna, Barrichello, José Carlos Pace, que foi o primeiro dessa longa lista.
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terça-feira, 12 de novembro de 2013
A Williams se fortalece. Massa também*
* Por Luis Fernando Ramos
É uma parceria boa para os dois lados. A Williams se livra do errático Pastor Maldonado. sim, o autor da única vitória do time em uma porção do anos num final de semana iluminado, mas que se destacou muito mais por atitudes discutíveis na pista e fora delas. Uma dupla de pilotos que junta a experiência e a velocidade de Felipe Massa com o potencial e a velocidade de Valtteri Bottas é uma ótima combinação para o time iniciar esta nova era técnica da Fórmula 1.
Para o brasileiro, é a chance de voltar a liderar uma equipe e de iniciar um novo capítulo na carreira. Massa nunca correu numa equipe inglesa nem nas categorias de base e chega na Williams com o papel de ser o ponto de ligação entre a pilotagem e a performance do carro da equipe. É ele quem será o responsável por dar as informações para o trabalho dos engenheiros liderados por Pat Symonds - ironicamente, um dos mentores do “Crashgate” do GP de Cingapura de 2008, um golpe baixíssimo que tanto minou as chances do brasileiro na disputa pelo título daquele ano.
Pelo que vimos nas últimas corridas, o brasileiro parece mais “leve” depois de definida sua saída da Ferrari. Nós que convivemos com ele nas entrevistas diárias das corridas pudemos acompanhar de perto como a pressão de conviver no ambiente com Fernando Alonso pesou sobre seus ombros, sem falar na falta de respostas para entender a superioridade do companheiro na pista.
Quem sabe, sendo o centro das atenções, Massa viva agora uma segunda primavera na Fórmula 1. Valtteri Bottas é um piloto forte o suficiente para desafiá-lo nas pistas e afável o bastante para que o clima dentro dos boxes seja extremamente positivo. Isto vai fazer bem ao brasileiro.
A incógnita da equação é o carro da Williams. O deste ano nasceu com um problema cuja solução só foram encontrar nas últimas semanas, fruto de um trabalho consequente do recém-contratado Symonds. Apesar da mancha do lamentável “Crashgate”, o engenheiro inglês é um cara com inteligência e experiência de sobra para comandar uma boa equipe técnica, colocando as pessoas certas nos lugares certos e motivando a trupe. E há a expectativa da vinda de Ross Brawn, que já trabalhara com Symonds na época da Benneton de Michael Schumacher.
O time também fará a mudança para os motores Mercedes no ano que vem, que é a unidade sobre a qual se colocam as maiores expectativas para esta fase inicial dos V6. Neste momento, não imagino a Williams voltando a brigar por vitórias, mas certamente a vejo tendo uma temporada substancialmente melhor do que a horrível que fizeram neste ano. Com Symonds, Massa e Bottas, a equipe de Grove coloca boas peças no tabuleiro da Fórmula 1.
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Massa deve crescer com a Williams na Fórmula 1 em 2014*
* Por Lívio Oricchio
A melhor temporada de Massa na Fórmula 1 foi em 2008. Se Lewis Hamilton, da McLaren, não tivesse ultrapassado Timo Glock, da Toyota, na última curva, na última volta, da última etapa do campeonato, quando chovia torrencialmente, para terminar o GP do Brasil em quinto, o campeão teria sido Massa, vencedor da prova. O título ficou com Hamilton, grande piloto, por um ponto, 98 a 97.
O que há em comum entre 2008 e 2014 para Massa? A função que vai exercer na equipe: líder. Em 2008, o seu companheiro na Ferrari era Kimi Raikkonen, que havia sido campeão no ano anterior, pela escuderia italiana também. E segundo mais de um de seus integrantes disse ao Estado, o finlandês perdeu o rumo, não tinha a mesma concentração de 2007. "Massa passou a ser a referência do grupo, o piloto que indicava a direção a ser seguida no desenvolvimento do carro." Os italianos sabiam que resultado mesmo, capaz de levar a Ferrari poder lutar pelo Mundial, viria de Massa e não de Raikkonen.
No ano que vem o parceiro de Massa será outro finlandês, Valtteri Bottas, 24 anos, mas profundamente estimulado, pois disputará a sua segunda temporada, apenas. Mas 2014 será um ano anormal na Fórmula 1. Nunca a mudança técnica foi tão radical. Os 191 GPs que Massa terá no início de 2014, o vice de 2008, as 11 vitórias e 15 poles vão ter grande peso para a Williams. Bottas é talentoso e pode até ser um adversário para Massa. É o que se espera. Mas certamente o finlandês terá muito o que aprender com Massa, bem como a Williams ouvirá bastante o seu piloto.
A autoconfiança de Massa vai estar no nível mais elevado, ao menos no começo da temporada. Resgatará o período que exercia as mesmas funções na Ferrari e sua velocidade e constância eram notáveis. Bem poucos são capazes de lutar pelo título com um piloto do talento de Hamilton, como fez Massa, e quase vence, em 2008.
DINHEIRO, UM MISTÉRIO
Vale lembrar que apesar de a Williams perder o importantíssimo investimento da PDVSA, a estatal de petróleo venezuelana, levada por Pastor Maldonado, não exigiu patrocinadores de Massa. O que, com certeza, eleva ainda mais o moral do piloto. Em especial num instante como este da Fórmula 1, onde o dinheiro é escasso. Uma questão fica no ar, porém: não está claro de onde virá o dinheiro para a Williams disputar o próximo campeonato. Além de não contar mais com os 32 milhões de euros (cerca de R$ 100 milhões) da PDVSA está apenas em nono entre os construtores, o que não deverá lhe render da Formula One Management (FOM) mais de 50 milhões de euros. Escuderias como Red Bull, Ferrari, Mercedes e McLaren vão investir pelo menos 250 milhões de euros (R$ 800 milhões) em 2014.
O ambiente na Williams no ano que vem, com o modelo FW36-Mercedes, provavelmente não terá nada a ver com o de hoje, em que tanto Pastor Maldonado quanto Bottas sabem de antemão que só se os pilotos da Toro Rosso, Sauber e Force India tiverem problemas poderão sonhar em marcar pontos.
A Williams está se reestruturando e a contratação de Massa faz parte do processo. Pat Symonds, campeão com a Benetton e a Renault, está reorganizando a área de projeto, essencialmente, maior dificuldade do time. Outro provável reforço é o inglês Rob Smedley, engenheiro de Massa na Ferrari. A Williams tem mais de 500 integrantes, suas dependências, onde há um túnel de vento de última geração, estão dentre as melhores da Fórmula 1. Frank Williams historicamente sempre investiu muito do que ganha na equipe.
Os homens que comandavam a área de projeto, como o esperado, não produziram nada de maior relevância. O inglês Mike Coughlan, por exemplo, diretor técnico, dispensado este ano, nunca assinou um único modelo eficiente quando coordenou um projeto.
Em resumo, as perspectivas para Massa e a Williams são positivas. A mudança do regulamento joga a seu favor por privilegiar organizações com engenharia avançada. Mas diante das inúmeras variáveis em 2014, bem como a sua extensão, ninguém em sã consciência pode afirmar nada. Não são poucos os que afirmam que a Mercedes está na frente de Renault e Ferrari. Aí cabe a pergunta: como saber se a condição de cada um é um segredo de estado? Os engenheiros de Mercedes, Renault e Ferrari desconhecem o estágio dos dois concorrentes. Apenas os ensaios práticos, a partir de janeiro, responderão quem realizou um melhor trabalho.
O momento da Fórmula 1, hoje, em relação a 2014, apenas permite supor, a partir dos elementos disponíveis, como talvez comece a próxima temporada. E tendo em vista o que a Williams tem feito, faz sentido dar crédito a equipe que já foi a melhor da década de 90 na Fórmula 1.
A melhor temporada de Massa na Fórmula 1 foi em 2008. Se Lewis Hamilton, da McLaren, não tivesse ultrapassado Timo Glock, da Toyota, na última curva, na última volta, da última etapa do campeonato, quando chovia torrencialmente, para terminar o GP do Brasil em quinto, o campeão teria sido Massa, vencedor da prova. O título ficou com Hamilton, grande piloto, por um ponto, 98 a 97.
O que há em comum entre 2008 e 2014 para Massa? A função que vai exercer na equipe: líder. Em 2008, o seu companheiro na Ferrari era Kimi Raikkonen, que havia sido campeão no ano anterior, pela escuderia italiana também. E segundo mais de um de seus integrantes disse ao Estado, o finlandês perdeu o rumo, não tinha a mesma concentração de 2007. "Massa passou a ser a referência do grupo, o piloto que indicava a direção a ser seguida no desenvolvimento do carro." Os italianos sabiam que resultado mesmo, capaz de levar a Ferrari poder lutar pelo Mundial, viria de Massa e não de Raikkonen.
No ano que vem o parceiro de Massa será outro finlandês, Valtteri Bottas, 24 anos, mas profundamente estimulado, pois disputará a sua segunda temporada, apenas. Mas 2014 será um ano anormal na Fórmula 1. Nunca a mudança técnica foi tão radical. Os 191 GPs que Massa terá no início de 2014, o vice de 2008, as 11 vitórias e 15 poles vão ter grande peso para a Williams. Bottas é talentoso e pode até ser um adversário para Massa. É o que se espera. Mas certamente o finlandês terá muito o que aprender com Massa, bem como a Williams ouvirá bastante o seu piloto.
A autoconfiança de Massa vai estar no nível mais elevado, ao menos no começo da temporada. Resgatará o período que exercia as mesmas funções na Ferrari e sua velocidade e constância eram notáveis. Bem poucos são capazes de lutar pelo título com um piloto do talento de Hamilton, como fez Massa, e quase vence, em 2008.
DINHEIRO, UM MISTÉRIO
Vale lembrar que apesar de a Williams perder o importantíssimo investimento da PDVSA, a estatal de petróleo venezuelana, levada por Pastor Maldonado, não exigiu patrocinadores de Massa. O que, com certeza, eleva ainda mais o moral do piloto. Em especial num instante como este da Fórmula 1, onde o dinheiro é escasso. Uma questão fica no ar, porém: não está claro de onde virá o dinheiro para a Williams disputar o próximo campeonato. Além de não contar mais com os 32 milhões de euros (cerca de R$ 100 milhões) da PDVSA está apenas em nono entre os construtores, o que não deverá lhe render da Formula One Management (FOM) mais de 50 milhões de euros. Escuderias como Red Bull, Ferrari, Mercedes e McLaren vão investir pelo menos 250 milhões de euros (R$ 800 milhões) em 2014.
O ambiente na Williams no ano que vem, com o modelo FW36-Mercedes, provavelmente não terá nada a ver com o de hoje, em que tanto Pastor Maldonado quanto Bottas sabem de antemão que só se os pilotos da Toro Rosso, Sauber e Force India tiverem problemas poderão sonhar em marcar pontos.
A Williams está se reestruturando e a contratação de Massa faz parte do processo. Pat Symonds, campeão com a Benetton e a Renault, está reorganizando a área de projeto, essencialmente, maior dificuldade do time. Outro provável reforço é o inglês Rob Smedley, engenheiro de Massa na Ferrari. A Williams tem mais de 500 integrantes, suas dependências, onde há um túnel de vento de última geração, estão dentre as melhores da Fórmula 1. Frank Williams historicamente sempre investiu muito do que ganha na equipe.
Os homens que comandavam a área de projeto, como o esperado, não produziram nada de maior relevância. O inglês Mike Coughlan, por exemplo, diretor técnico, dispensado este ano, nunca assinou um único modelo eficiente quando coordenou um projeto.
Em resumo, as perspectivas para Massa e a Williams são positivas. A mudança do regulamento joga a seu favor por privilegiar organizações com engenharia avançada. Mas diante das inúmeras variáveis em 2014, bem como a sua extensão, ninguém em sã consciência pode afirmar nada. Não são poucos os que afirmam que a Mercedes está na frente de Renault e Ferrari. Aí cabe a pergunta: como saber se a condição de cada um é um segredo de estado? Os engenheiros de Mercedes, Renault e Ferrari desconhecem o estágio dos dois concorrentes. Apenas os ensaios práticos, a partir de janeiro, responderão quem realizou um melhor trabalho.
O momento da Fórmula 1, hoje, em relação a 2014, apenas permite supor, a partir dos elementos disponíveis, como talvez comece a próxima temporada. E tendo em vista o que a Williams tem feito, faz sentido dar crédito a equipe que já foi a melhor da década de 90 na Fórmula 1.
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Massa na Williams*
* Por Victor Martins
Bingo!, e o primeiro dos furos de nosso Snowdinho Teixeira se confirma: Massa na Williams. Um beijo pro Ameriquinho, que saiu sapateando pelas ruas de Vinhedo — há quem diga que arrancou aplausos das senhouras sentadas no banco da praça principal. A confirmação partiu da equipe, com direito a foto meticulosamente buscada em algum Desafio das Estrelas organizado por Felipe com o background de patrocínios do Banco do Brasil. É a instituição financeira, via Nasr, que vai impulsionar a aventura brasileira na F1 em 2014.
Massa vai fazer, oficialmente, o papel de líder da equipe que vai tentar colocar a Williams no rumo com sua experiência. É bom ter sempre um pouco de calma. Faz cinco anos que Felipe não conquista uma vitória na F1 com um carro que, mal ou bem, era vencedor. Depois de sua belíssima temporada em que quase foi campeão e da mola que quase o tirou as chances de correr, o piloto não se achou — muito por culpa da pressão exercida por Alonso na Ferrari. A mudança, ainda que tardia, vem em boa hora. Da Williams, não se pode esperar grande coisa, como já dito: há um passado que indica que os câmbios de regulamento não trazem bons carros ao time de Grove. E o pacote que se soma à chegada de Massa só vai surtir efeito do meio da temporada em diante, quiçá em 2015.
Assim, desconfie quando se propala que é o melhor dos cenários, que não havia melhor equipe, etc.. Para quem negociava com McLaren e Force India, por exemplo, torna-se uma inverdade ampliada por ecos suspeitos.
Felipe se garante na F1 por alguns mais anos e vai saber, já nos primeiros momentos com o carro da Williams, que dificuldades terá a curto e longo prazo. Livre das amarras da Ferrari, depois de uma bela festa organizada em Mugello, é de se esperar que respire, pense e viva melhor, sabendo exatamente o que deve fazer e como agir. Nunca é tarde para um renascimento, ainda mais para quem merece. Acima de tudo, Massa é uma pessoa do bem.
Bingo!, e o primeiro dos furos de nosso Snowdinho Teixeira se confirma: Massa na Williams. Um beijo pro Ameriquinho, que saiu sapateando pelas ruas de Vinhedo — há quem diga que arrancou aplausos das senhouras sentadas no banco da praça principal. A confirmação partiu da equipe, com direito a foto meticulosamente buscada em algum Desafio das Estrelas organizado por Felipe com o background de patrocínios do Banco do Brasil. É a instituição financeira, via Nasr, que vai impulsionar a aventura brasileira na F1 em 2014.
Massa vai fazer, oficialmente, o papel de líder da equipe que vai tentar colocar a Williams no rumo com sua experiência. É bom ter sempre um pouco de calma. Faz cinco anos que Felipe não conquista uma vitória na F1 com um carro que, mal ou bem, era vencedor. Depois de sua belíssima temporada em que quase foi campeão e da mola que quase o tirou as chances de correr, o piloto não se achou — muito por culpa da pressão exercida por Alonso na Ferrari. A mudança, ainda que tardia, vem em boa hora. Da Williams, não se pode esperar grande coisa, como já dito: há um passado que indica que os câmbios de regulamento não trazem bons carros ao time de Grove. E o pacote que se soma à chegada de Massa só vai surtir efeito do meio da temporada em diante, quiçá em 2015.
Assim, desconfie quando se propala que é o melhor dos cenários, que não havia melhor equipe, etc.. Para quem negociava com McLaren e Force India, por exemplo, torna-se uma inverdade ampliada por ecos suspeitos.
Felipe se garante na F1 por alguns mais anos e vai saber, já nos primeiros momentos com o carro da Williams, que dificuldades terá a curto e longo prazo. Livre das amarras da Ferrari, depois de uma bela festa organizada em Mugello, é de se esperar que respire, pense e viva melhor, sabendo exatamente o que deve fazer e como agir. Nunca é tarde para um renascimento, ainda mais para quem merece. Acima de tudo, Massa é uma pessoa do bem.
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