quarta-feira, 5 de março de 2014
O QUE SERÁ DE 2014*
* Por Victor Martins
As três semanas de testes em Jerez e Sakhir ensinaram claramente que aquela F1 perfeitinha não existe mais e é deveras complicada. Em pleno 2014, com todas as evoluções à disposição e respostas praticamente em tempo real, as 11 equipes vão empacotar seus pertences rumo à Austrália com carros em versão beta, experimentais, sem a certeza fidedigna de que vão passar incólumes os três dias daquele final de semana.
A tabela que aponta a quantidade de km rodados é diretamente proporcional ao desempenho em pista, considerando o combinado dos tempos e as voltas rápidas. Mercedes (974 voltas, 4.967 km) e Williams (936, 4.893) são as favoritas à vitória – e ninguém em sã consciência poderia imaginar o salto dado pelo time de Frank. Claramente, o sucesso da Williams está na mudança para os motores da estrela de três pontas, muito mais confiáveis e rápidos que a rapa. Mas a reinvenção promovida pela filha Claire surtiu efeito: com quase uma nova equipe nos bastidores e um piloto saído da Ferrari também buscando um renascimento na categoria, as coisas casaram. O fluxo de dinheiro e patrocinadores foi o maior visto na F1. Foi de Massa o melhor tempo no Bahrein, e é claro que ver o nome no primeiro lugar massageia o ego de quem vinha se acostumando a andar por andar.
A McLaren (812 voltas, 4.153 km) deixou um pouco a desejar nesta última semana, apresentando sucessivos problemas. Se antes havia um otimismo crescente de que a temporada passada foi uma exceção, alguns já começaram a coçar a cabeça. O falante novato Magnussen foi preciso ao avaliar que o MP4-29 parece um carro de F1, diferente do modelo do ano passado, mas que ainda não está tinindo para lutar com o pelotão da frente. E tem a Force India (761, 3.974), que se achou em termos de confiabilidade e só precisa mostrar que tem um carro multicolorido que é rápido em ritmo de classificação ou pouca gasolina. A expectativa é grande pelos lados do time indiano, sobretudo com Hülkenberg – o ex-zica do pântano que tirou a sorte grande ao não assinar com a Lotus
O domínio dos aliados da Mercedes só pode ser eventualmente quebrado pela Ferrari (875 voltas, 4.488 km). Assumidamente, o time italiano já se vê atrás das concorrentes acima, mas traz várias pontas de dúvida sobre o que pode fazer neste início de campeonato. Há quem diga que a F14T é bem nascida e não mostrou seu potencial nos treinos, escondendo seus segredos; por outro lado, guardar algumas peças para que as demais não se atentem e se apressem para copiar acaba sendo um tiro no pé na medida em que tudo ainda é muito novo e precisa ser exaustivamente checado para ter seu desempenho avaliado – além de que não é tão simples assim para as demais verem e começarem a elaborar um clone mirabolante da ideia alheia sem que modifiquem consideravelmente seus próprios projetos.
A Sauber (776 voltas, 4.039 km) só começou a engatar a sétima no dia final de testes, quando Sutil andou à beça. No mais, tende a repetir o fiasco do início do ano passado, em que teve de usar a primeira parte do ano para acertar o carro. O C33 é fraquinho, por ora. E tem essa Marussia (317, 1.686), que andou muito pouco – só mais que a Lotus –, mas que não fez o pior dos carros, não. A meta de andar o Q2 em Melbourne é absolutamente plausível.
A Caterham (626 voltas, 3.313 km) foi a equipe que mais quilometragem deu ao parco motor Renault. Mas isso não quer dizer que o CT05 tenha sido bem concebido. Além de faltar velocidade, o desempenho em termos de tempos deixou muito a desejar. No Bahrein, foi em média 5 segundos mais lento que os melhores tempos. Kobayashi pediu o carro da GP2, em todo caso. O pobre Ericsson vai estrear na F1 com um quê de sofrimento. Quanto à Toro Rosso (465, 2.463), é por enquanto a equipe mais insossa do grid: tá lá, né, fazer o quê, sem aparecer muito, sem brilhar, porém com tempos razoáveis para quem resolveu ser Renault na vida.
Por fim, quem diria que Red Bull (320 voltas, 1.711 km) e Lotus (238, 1.288), que encerraram 2013 com os melhores carros do grid, estivessem mastigando o maná que o coisa-ruim amassou. Não houve um só dia que ambas não sofreram. A Red Bull, quando conseguiu, andou no ritmo da equipe irmã; a Lotus se arrastou e periga nem conseguir colocar Grosjean e Maldonado dentro dos 107% que os liberam para correr. Os rivais são relutantes em descartar os taurinos da luta pelo título – afinal, um time que vem de um tetra consecutivo não perdeu a mão do negócio e está de pires estendido por causa do propulsor que mal a empurra. Só que, se alcançar as rivais, tende o fazer em um ponto em que as coisas já estejam bem encaminhadas na temporada. Vettel vai sofrer um bocado, para deleite de seus detratores.
Diante deste cenário, a questão que fica é a seguinte: a velocidade pura de Hamilton ou a inteligência de Rosberg em poupar equipamento? A resposta aponta boa parte do que pode ser o resultado deste campeonato.
As três semanas de testes em Jerez e Sakhir ensinaram claramente que aquela F1 perfeitinha não existe mais e é deveras complicada. Em pleno 2014, com todas as evoluções à disposição e respostas praticamente em tempo real, as 11 equipes vão empacotar seus pertences rumo à Austrália com carros em versão beta, experimentais, sem a certeza fidedigna de que vão passar incólumes os três dias daquele final de semana.
A tabela que aponta a quantidade de km rodados é diretamente proporcional ao desempenho em pista, considerando o combinado dos tempos e as voltas rápidas. Mercedes (974 voltas, 4.967 km) e Williams (936, 4.893) são as favoritas à vitória – e ninguém em sã consciência poderia imaginar o salto dado pelo time de Frank. Claramente, o sucesso da Williams está na mudança para os motores da estrela de três pontas, muito mais confiáveis e rápidos que a rapa. Mas a reinvenção promovida pela filha Claire surtiu efeito: com quase uma nova equipe nos bastidores e um piloto saído da Ferrari também buscando um renascimento na categoria, as coisas casaram. O fluxo de dinheiro e patrocinadores foi o maior visto na F1. Foi de Massa o melhor tempo no Bahrein, e é claro que ver o nome no primeiro lugar massageia o ego de quem vinha se acostumando a andar por andar.
A McLaren (812 voltas, 4.153 km) deixou um pouco a desejar nesta última semana, apresentando sucessivos problemas. Se antes havia um otimismo crescente de que a temporada passada foi uma exceção, alguns já começaram a coçar a cabeça. O falante novato Magnussen foi preciso ao avaliar que o MP4-29 parece um carro de F1, diferente do modelo do ano passado, mas que ainda não está tinindo para lutar com o pelotão da frente. E tem a Force India (761, 3.974), que se achou em termos de confiabilidade e só precisa mostrar que tem um carro multicolorido que é rápido em ritmo de classificação ou pouca gasolina. A expectativa é grande pelos lados do time indiano, sobretudo com Hülkenberg – o ex-zica do pântano que tirou a sorte grande ao não assinar com a Lotus
O domínio dos aliados da Mercedes só pode ser eventualmente quebrado pela Ferrari (875 voltas, 4.488 km). Assumidamente, o time italiano já se vê atrás das concorrentes acima, mas traz várias pontas de dúvida sobre o que pode fazer neste início de campeonato. Há quem diga que a F14T é bem nascida e não mostrou seu potencial nos treinos, escondendo seus segredos; por outro lado, guardar algumas peças para que as demais não se atentem e se apressem para copiar acaba sendo um tiro no pé na medida em que tudo ainda é muito novo e precisa ser exaustivamente checado para ter seu desempenho avaliado – além de que não é tão simples assim para as demais verem e começarem a elaborar um clone mirabolante da ideia alheia sem que modifiquem consideravelmente seus próprios projetos.
A Sauber (776 voltas, 4.039 km) só começou a engatar a sétima no dia final de testes, quando Sutil andou à beça. No mais, tende a repetir o fiasco do início do ano passado, em que teve de usar a primeira parte do ano para acertar o carro. O C33 é fraquinho, por ora. E tem essa Marussia (317, 1.686), que andou muito pouco – só mais que a Lotus –, mas que não fez o pior dos carros, não. A meta de andar o Q2 em Melbourne é absolutamente plausível.
A Caterham (626 voltas, 3.313 km) foi a equipe que mais quilometragem deu ao parco motor Renault. Mas isso não quer dizer que o CT05 tenha sido bem concebido. Além de faltar velocidade, o desempenho em termos de tempos deixou muito a desejar. No Bahrein, foi em média 5 segundos mais lento que os melhores tempos. Kobayashi pediu o carro da GP2, em todo caso. O pobre Ericsson vai estrear na F1 com um quê de sofrimento. Quanto à Toro Rosso (465, 2.463), é por enquanto a equipe mais insossa do grid: tá lá, né, fazer o quê, sem aparecer muito, sem brilhar, porém com tempos razoáveis para quem resolveu ser Renault na vida.
Por fim, quem diria que Red Bull (320 voltas, 1.711 km) e Lotus (238, 1.288), que encerraram 2013 com os melhores carros do grid, estivessem mastigando o maná que o coisa-ruim amassou. Não houve um só dia que ambas não sofreram. A Red Bull, quando conseguiu, andou no ritmo da equipe irmã; a Lotus se arrastou e periga nem conseguir colocar Grosjean e Maldonado dentro dos 107% que os liberam para correr. Os rivais são relutantes em descartar os taurinos da luta pelo título – afinal, um time que vem de um tetra consecutivo não perdeu a mão do negócio e está de pires estendido por causa do propulsor que mal a empurra. Só que, se alcançar as rivais, tende o fazer em um ponto em que as coisas já estejam bem encaminhadas na temporada. Vettel vai sofrer um bocado, para deleite de seus detratores.
Diante deste cenário, a questão que fica é a seguinte: a velocidade pura de Hamilton ou a inteligência de Rosberg em poupar equipamento? A resposta aponta boa parte do que pode ser o resultado deste campeonato.
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