* Por Bruno Vicária
A primeira prova da temporada da Fórmula 1 em 2014, na Austrália, refletiu só um pouco do visto nos testes preparatórios. Mas o retrato foi longe de ser 100% fiel, pelo contrário. A vitória de Nico Rosberg pode ser vista como surpresa por um outro lado: a expectativa era de que a vitória ficasse com a outra Mercedes, a de Lewis Hamilton.
O inglês, no entanto, deu um azar só. Perdeu um treino livre, marcou a pole e deu apenas duas voltas na corrida. Foi praticamente uma viagem de turismo para Hamilton na Austrália. Isso se reflete na quilometragem acumulada no fim de semana: apenas 75 voltas. Rosberg, o vencedor, deu praticamente o dobro de voltas: 141.
A Mercedes não teve rivais. Rosberg chegou a abrir 40 segundos no momento da segunda janela de pneus. Atrás dela vem o bolo todo. A McLaren foi consistente e rápida; a Red Bull funcionou (em parte) apenas com um piloto, e a Williams viu Bottas correr (e bem) por ele e por Massa, que foi tirado na largada (falamos disso mais tarde). A Ferrari continuou onde parou no ano passado, como a mais fraca das equipes de ponta.
No caso da Red Bull, o "em parte" dito no parágrafo anterior se refere à desclassificação de Daniel Ricciardo da segunda posição por conta de irregularidades no fluxo de combustível, considerado acima do permitido. O time vai recorrer. Já Vettel, se pudesse, recorreria de todo o fim de semana, tamanha a quantidade de problemas, que resultaram em apenas 81 voltas em todo o fim de semana.
Kevin Magnussen teve uma estreia similar à de Hamilton na McLaren, lá em 2008. Superou o companheiro de equipe campeão mundial (Jenson Button) e foi ao pódio em terceiro, ganhando o segundo lugar com a exclusão de Ricciardo. Button, em terceiro, deu a esperança definitiva de que a McLaren está de volta a onde nunca deveria ter saído.
Mas a equipe que mais ganhou em Melbourne foi a Toro Rosso. Foi o time que mais acumulou quilometragem (mais de 1.600 km com Jean-Eric Vergne e Daniil Kvyat), completando praticamente metade das voltas dos carros com motores Renault, que são oito (316 de 753), e fazendo história com Kvyat, o mais jovem a pontuar com 19 anos de idade.
Infelicidade é o que podemos dizer de Massa. Após treinos tão promissores, o brasileiro não conseguiu fazer nem a primeira curva. Foi acertado por trás em uma manobra infeliz do Caterham de Kamui Kobayashi e clamava, com razão, por uma punição severa ao japonês, que acabou inocentado de culpa pelos comissários.
Com duas semanas para a próxima corrida, na Malásia, deveremos ver praticamente os mesmos carros em Sepang, com as mesmas fragilidades. O que pode ser agravado pelo calor escaldante dos arredores de Kuala Lumpur. Ou seja, será mais uma corrida de surpresas, a não ser que ocorra algo de extraordinário.
VOLTAS COMPLETADAS NO FIM DE SEMANA
POR PILOTO
1. Magnussen, 160 (848 km)
2. Vergne, 159 (843)
3. Kvyat, 157 (832)
4. Ricciardo, 154 (816)
5. Hulkenberg, 149 (790)
6. Perez, 147 (779)
7. Button, 146 (774)
8. Bottas, 143 (758)
9. Rosberg, 141 (747)
10. Alonso, 137 (726)
11. Raikkonen, 133 (705)
12. Sutil, 133 (705)
13. Chilton, 108 (572)
14. Bianchi, 104 (551)
15. Gutierrez, 98 (519)
16. Massa, 91 (482)
17. Vettel, 81 (429)
18. Hamilton, 75 (397)
19. Grosjean, 65 (344)
20. Ericsson, 55 (291)
21. Maldonado, 49 (259)
22. Kobayashi, 33 (174)
POR EQUIPE
1. Toro Rosso, 316 (1675 km)
2. McLaren, 306 (1622)
3. Force India, 296 (1569)
4. Ferrari, 270 (1431)
5. Red Bull, 235 (1246)
6. Williams, 234 (1240)
7. Sauber, 231 (1224)
8. Mercedes, 216 (1145)
9. Marussia, 212 (1124)
10. Lotus, 114 (604)
11. Caterham, 88 (466)
POR MOTOR
1. Mercedes, 1052 (5578 km)
2. Renault, 753 (3993)
3. Ferrari, 713 (3781)
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