segunda-feira, 26 de agosto de 2013
SANTA PISTA*
* Por Flávio Gomes
A corrida de na Bélgica foi tão boa, mas tão boa, que num dado momento o diretor de TV optou por mostrar, na íntegra, sem cortes, o stop & go de Pastor Maldonado. Faltavam menos de 10 voltas para acabar a prova. Maldonado foi punido por causar um acidente com Paul di Resta numa batalha sangrenta pelo… 14° lugar, no máximo?
E vou te dizer… Por pouco não mostraram replay em câmera lenta da parada de Maldonado, já que, na pista, a corrida de Spa dava sono.
“É o clima, seu estúpido”, diria aquele comentarista. Isso. Exatamente. O clima. Repetindo o que escrevi ontem, sobre uma possibilidade de Hamilton, o pole, vencer. “Não creio, se estiver seco e firme. Aí dá Red Bull, provavelmente com dobradinha. Aliás, Spa quando está seco e firme não tem graça nenhuma, já houve uma ou outra corrida lá chata pacas. Porque é uma pista completa, tem de tudo, subida, descida, curva lenta, rápida, de raio longo, retas enormes, retinhas curtas, chicanes. Em circuitos assim, o melhor carro ganha sempre. Se as condições forem normais, claro. Se o tempo estiver seco e firme”.
O tempo esteve seco e firme, para nossa desolação. Nem um pingo. Nem uma cuspida no asfalto. Zero de água. Agora, quando estou escrevendo, é possível que esteja nevando em Spa. Mas já não importa. As 44 voltas da corrida de hoje aconteceram sem uma gota d’água. E, assim, ela foi chata, previsível e sonolenta. Houve ultrapassagens, claro. Sempre há. E um ou outro bom momento. Mas, tirando Alonso, que saiu de nono no grid para segundo ao final, o resto foi burocrático e irrelevante.
Hamilton desistiu da vitória na primeira volta, quando Vettel passou por cima dele antes da primeira chicane lá no alto, a Les Combes. Passou, abriu e sumiu. Fez as duas paradas de praxe e só foi se preocupar com o lugar onde deveria parar o carro no Parque Fechado. Chegou a cinco vitórias no ano e 31 na carreira, igualando Mansell. Agora, só perde para Schumacher, Prost, Senna e Alonso. Este, com 32. Será ultrapassado ainda neste ano. Certeza. “Concerteza”. E tem 26 aninhos. Além de um cabelo pintado de gema de ovo. Pode pintar da cor que quiser. Guiando o que guia, com o que já conseguiu, pode pintar de azul e amarelo com estrelinhas vermelhas que ficará lindo. Galvão já pode gritar “é tetraaaaaa”. Abriu 46 pontos de Alonso. Como é que Alonso vai descontar 46 pontos?
Alonso. Foi o nome da corrida. Nono no grid, passou em quinto na primeira volta depois de uma largada esperta e precisa. Na quarta volta, passou Button e foi a quarto. Na sexta, levou Rosberguinho. Na 15ª depois do primeiro pit stop, jantou Hamilton. Ainda precisou passar Button de novo, após a parada — o inglês da McLaren iria parar um pouco depois, na volta 18.
Mas acabou a prova com a cara de quem tinha tomado uma caipirinha sem açúcar. Só foi relaxar um pouco no pódio. Deve ser mesmo uma agonia saber que é bom o bastante para vencer qualquer um, mas não conseguir, simplesmente, porque o carro não vai. A última do Domenicali, após o GP: “Precisamos melhorar em ritmo de corrida com pneus duros”. Até outro dia, era “precisamos melhorar em ritmo de classificação com pneus macios”. Se precisa dos dois, é porque está fodido, amigão.
O que mais dizer deste domingo seco de Spa? Que Massa largou mal, caiu de 10° para 12°, assim como Webber, como sempre, de terceiro para sexto. Que foram rigorosos demais nas punições a Pérez (acharam que jogou Grosjean para fora) e Gutierrez (teria levado vantagem numa manobra por fora do leito da pista). Que acertaram ao punir o desastrado Maldonado, que bateu em Di Resta numa disputa quádrupla. Que Raikkonen até que durou muito com os freios em frangalhos, abandonando depois de 27 provas seguidas nos pontos (a última zerada tinha sido na China no ano passado) e 38 consecutivas sem quebras ou acidentes (o último abandono acontecera na Alemanha em 2009, ainda pela Ferrari, antes de seus dois anos sabáticos). Que Sutil fez a mais bela ultrapassagem da prova, sobre Gutierrez, na Eau Rouge. Que Grosjean foi o único a optar por uma parada, na 23ª volta, e não deu muito certo, porque terminou em oitavo, uma posição atrás daquela em que largou.
Vettel, Alonso a quase 17s e Hamilton a quase 28s do vencedor, este foi o pódio belga, com um doido pendurado na cobertura da arquibancada tentando aparecer na TV. Ou tentando protestar contra algo, o Greenpeace estendeu uma faixa contra as atividades da Shell no Ártico, antes da prova.
Fecharam a zona de pontos, com a maior discrição possível, Rosberguinho, Webber, Button, Massa, Grosjean, Sutil e Ricciardo. Este, por ter largado em 19°, merece uma menção honrosa. Boas corridas do australiano apenas reforçam a disposição da Red Bull em promovê-lo a titular no ano que vem.
No campeonato, Vettel foi a 197 pontos. Alonso voltou à vice-liderança, 151. Hamilton tem 139 e Raikkonen caiu para quarto, 134. Sim, podem dar a taça para ele.
A corrida de na Bélgica foi tão boa, mas tão boa, que num dado momento o diretor de TV optou por mostrar, na íntegra, sem cortes, o stop & go de Pastor Maldonado. Faltavam menos de 10 voltas para acabar a prova. Maldonado foi punido por causar um acidente com Paul di Resta numa batalha sangrenta pelo… 14° lugar, no máximo?
E vou te dizer… Por pouco não mostraram replay em câmera lenta da parada de Maldonado, já que, na pista, a corrida de Spa dava sono.
“É o clima, seu estúpido”, diria aquele comentarista. Isso. Exatamente. O clima. Repetindo o que escrevi ontem, sobre uma possibilidade de Hamilton, o pole, vencer. “Não creio, se estiver seco e firme. Aí dá Red Bull, provavelmente com dobradinha. Aliás, Spa quando está seco e firme não tem graça nenhuma, já houve uma ou outra corrida lá chata pacas. Porque é uma pista completa, tem de tudo, subida, descida, curva lenta, rápida, de raio longo, retas enormes, retinhas curtas, chicanes. Em circuitos assim, o melhor carro ganha sempre. Se as condições forem normais, claro. Se o tempo estiver seco e firme”.
O tempo esteve seco e firme, para nossa desolação. Nem um pingo. Nem uma cuspida no asfalto. Zero de água. Agora, quando estou escrevendo, é possível que esteja nevando em Spa. Mas já não importa. As 44 voltas da corrida de hoje aconteceram sem uma gota d’água. E, assim, ela foi chata, previsível e sonolenta. Houve ultrapassagens, claro. Sempre há. E um ou outro bom momento. Mas, tirando Alonso, que saiu de nono no grid para segundo ao final, o resto foi burocrático e irrelevante.
Hamilton desistiu da vitória na primeira volta, quando Vettel passou por cima dele antes da primeira chicane lá no alto, a Les Combes. Passou, abriu e sumiu. Fez as duas paradas de praxe e só foi se preocupar com o lugar onde deveria parar o carro no Parque Fechado. Chegou a cinco vitórias no ano e 31 na carreira, igualando Mansell. Agora, só perde para Schumacher, Prost, Senna e Alonso. Este, com 32. Será ultrapassado ainda neste ano. Certeza. “Concerteza”. E tem 26 aninhos. Além de um cabelo pintado de gema de ovo. Pode pintar da cor que quiser. Guiando o que guia, com o que já conseguiu, pode pintar de azul e amarelo com estrelinhas vermelhas que ficará lindo. Galvão já pode gritar “é tetraaaaaa”. Abriu 46 pontos de Alonso. Como é que Alonso vai descontar 46 pontos?
Alonso. Foi o nome da corrida. Nono no grid, passou em quinto na primeira volta depois de uma largada esperta e precisa. Na quarta volta, passou Button e foi a quarto. Na sexta, levou Rosberguinho. Na 15ª depois do primeiro pit stop, jantou Hamilton. Ainda precisou passar Button de novo, após a parada — o inglês da McLaren iria parar um pouco depois, na volta 18.
Mas acabou a prova com a cara de quem tinha tomado uma caipirinha sem açúcar. Só foi relaxar um pouco no pódio. Deve ser mesmo uma agonia saber que é bom o bastante para vencer qualquer um, mas não conseguir, simplesmente, porque o carro não vai. A última do Domenicali, após o GP: “Precisamos melhorar em ritmo de corrida com pneus duros”. Até outro dia, era “precisamos melhorar em ritmo de classificação com pneus macios”. Se precisa dos dois, é porque está fodido, amigão.
O que mais dizer deste domingo seco de Spa? Que Massa largou mal, caiu de 10° para 12°, assim como Webber, como sempre, de terceiro para sexto. Que foram rigorosos demais nas punições a Pérez (acharam que jogou Grosjean para fora) e Gutierrez (teria levado vantagem numa manobra por fora do leito da pista). Que acertaram ao punir o desastrado Maldonado, que bateu em Di Resta numa disputa quádrupla. Que Raikkonen até que durou muito com os freios em frangalhos, abandonando depois de 27 provas seguidas nos pontos (a última zerada tinha sido na China no ano passado) e 38 consecutivas sem quebras ou acidentes (o último abandono acontecera na Alemanha em 2009, ainda pela Ferrari, antes de seus dois anos sabáticos). Que Sutil fez a mais bela ultrapassagem da prova, sobre Gutierrez, na Eau Rouge. Que Grosjean foi o único a optar por uma parada, na 23ª volta, e não deu muito certo, porque terminou em oitavo, uma posição atrás daquela em que largou.
Vettel, Alonso a quase 17s e Hamilton a quase 28s do vencedor, este foi o pódio belga, com um doido pendurado na cobertura da arquibancada tentando aparecer na TV. Ou tentando protestar contra algo, o Greenpeace estendeu uma faixa contra as atividades da Shell no Ártico, antes da prova.
Fecharam a zona de pontos, com a maior discrição possível, Rosberguinho, Webber, Button, Massa, Grosjean, Sutil e Ricciardo. Este, por ter largado em 19°, merece uma menção honrosa. Boas corridas do australiano apenas reforçam a disposição da Red Bull em promovê-lo a titular no ano que vem.
No campeonato, Vettel foi a 197 pontos. Alonso voltou à vice-liderança, 151. Hamilton tem 139 e Raikkonen caiu para quarto, 134. Sim, podem dar a taça para ele.
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