quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Passeio em Spa*

* Por Rafael Lopes

Na sexta-feira passada, fiz a pergunta: “Quem pode parar Sebastian Vettel?” Após o GP da Bélgica, ela continua valendo. A chuva não apareceu em Spa-Francorchamps neste domingo e acabou dando a lógica. O alemão da RBR superou o pole Lewis Hamilton ainda na primeira volta, logo depois da Eau Rouge, na reta Kemmel e não foi mais incomodado durante a corrida. Vettel foi ousado nos primeiros metros e depois soube administrar bem os pneus. Sem a chuva que atrapalhou o treino classificatório, o atual tricampeão mundial rumou tranquilamente para sua quinta vitória na temporada, a 31ª na carreira. Com isso, Vettel se tornou o quinto maior vencedor da história da Fórmula 1, empatado com Nigel Mansell e atrás apenas de Michael Schumacher, Alain Prost, Ayrton Senna e Fernando Alonso (só uma atrás do espanhol).

Após o passeio na Bélgica, Vettel complicou ainda mais a vida de seus rivais. O alemão chegou aos 197 pontos, 46 à frente do vice-líder, o espanhol Fernando Alonso, da Ferrari, segundo colocado na corrida deste domingo. O inglês Lewis Hamilton, da Mercedes, assumiu o terceiro posto com 139, e o finlandês Kimi Raikkonen, da Lotus, caiu para o quarto posto após não pontuar pela primeira vez após uma sequência de 27 corridas na zona de pontuação por problemas no freio dianteiro esquerdo de seu carro. O Iceman não abandonava desde o GP da Itália de 2009, há 38 provas. A continuar neste ritmo, Vettel caminha para assegurar o tetracampeonato – e se igualar a Michael Schumacher e Juan Manuel Fangio, únicos com quatro títulos seguidos na F-1 – com três GPs de antecipação, em Abu Dhabi. Se o alemão não tiver problemas, será difícil tirar essa conquista dele.

Segundo colocado, Fernando Alonso merece os parabéns pela corrida deste domingo. Com uma Ferrari um pouco melhor em Spa, mas ainda longe do desempenho da RBR, o espanhol largou em nono, escolheu bem o lado no contorno da primeira curva – a La Source – e subiu para quinto. Depois atacou Jenson Button, da McLaren, e Nico Rosberg, da Mercedes, em sequência, para assumir o terceiro posto. Na volta do primeiro pit stop, a vítima foi Lewis Hamilton, em uma manobra arrojada na La Source e depois na freada para a Les Combes. Bela corrida do espanhol, que não parecia muito feliz no pódio. A cara de poucos amigos contrastava com os sorrisos de Vettel e Hamilton, fazendo as especulações ressurgirem com força. Alonso está insatisfeito com o desempenho da Ferrari. Já falou isso publicamente e foi repreendido por Luca di Montezemolo, presidente da montadora italiana. Será que o futuro do espanhol vai mudar? Cenas dos próximos capítulos…



Hamilton, por sua vez, vem fazendo uma temporada digna de muitos elogios. Sem carro para brigar pela ponta neste domingo em Spa-Francorchamps, fez o necessário para chegar na terceira posição. Criticado por trocar a estabelecida McLaren (que vive uma fase complicada em 2013) pela emergente Mercedes no fim do ano passado, o inglês vem provando que fez a escolha certa. E com a cabeça no lugar, ele é um dos melhores pilotos da Fórmula 1 atual, talvez até o dono do maior talento natural no grid. Se a situação na pontuação parece complicada neste ano, Hamilton já pinta como um dos principais candidatos ao título de 2014, ainda mais que sua equipe parece estar bem adiantada no novo projeto de carro e motor, que mudarão completamente.

Já Felipe Massa teve uma corrida com alguns problemas. O brasileiro não escolheu o lado certo na largada, ficou encaixotado pelas duas Lotus de Raikkonen e Romain Grosjean e acabou caindo para 12º. Como se não bastasse, sua Ferrari ainda sofreu uma pane eletrônica nas primeiras voltas: o volante apagou e o Sistema de Recuperação de Energia Cinética (Kers) ficou inativo por algum tempo. Massa conseguiu reiniciar o sistema de dentro do carro e partiu para a recuperação: acabou em sétimo após uma bela ultrapassagem sobre Grosjean nas voltas finais. Para quem está sob a pressão de ter de mostrar serviço nas próximas corridas para assegurar um bom contrato para 2014 na Fórmula 1, não foi um resultado de todo ruim.

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