segunda-feira, 12 de agosto de 2013
Trono vago*
* Por Fábio Seixas
É estranho pensar, conceber, escrever isso. Mas é fato. A hora de Ecclestone está chegando.
Não é pela idade. Aos 82, o inglês ainda mostra o mesmo fôlego para os negócios que tinha aos 17, quando começou seu império negociando motocicletas em um subúrbio de Londres.
Não é jogada política. Ainda não há na F-1, até hoje, alguém que ouse ameaçar sua posição de todo soberano.
Não é pela fartura de dinheiro. Sua fortuna estimada em US$ 3,8 bilhões, segundo a “Forbes”, parece não lhe dizer nada. Ele quer mais.
O problema vai além das suas capacidades e desejos. É judicial. E em duas frentes.
A Promotoria alemã o acusa de pagar propina de US$ 44 milhões para que o avaliador de riscos do BayernLB aprovasse a venda das ações da F-1 do seu banco para um fundo de investimento, o CVC.
Tentando aliviar sua pena, o tal executivo, Gerhard Gribkowsky, já admitiu ter recebido o suborno. Está preso: pegou oito anos e meio por corrupção.
A bola da vez é Ecclestone, indiciado no mês passado, após dois anos de investigações. Ele diz que pagou, mas alega ter sido chantageado pelo alemão, que teria informações sobre evasão de divisas de uma empresa em nome de sua ex-mulher.
Será que cola?
Se colar, Ecclestone tem outro problema em casa.
Na Inglaterra, o grupo alemão Constantin Medien o processa por conta do mesmo negócio. Defende que sua proposta pelos 47% da categoria que estavam nas mãos do BayernLB foi ignorada, apesar de superior à do CVC.
O argumento para a tese de jogo de cartas marcadas parece irrefutável. O CVC pagou US$ 841 milhões por ações que, um ano depois, valiam US$ 2,8 bilhões: 233% a mais.
Ecclestone e o fundo de investimentos terão de explicar esse milagre da valorização no Tribunal Superior da Inglaterra. Nesta semana, segundo o “Financial Times”, tiveram de entregar uma série de documentos para a corte.
O cerco está apertando. E, lá no fundo, a raiz dos problemas parece ser mais fatal para Ecclestone do que a balança da Justiça: seu modo de negociar, a maneira como acumulou fortuna nas últimas sete décadas, hoje não funciona mais.
É eticamente questionável, no mínimo. E judicialmente condenável, no máximo.
Quem assumirá a F-1 se ele for preso ou tiver de se afastar do negócio?
São tantos rolos, fundos, trustes e offshores que é difícil dizer quem herdará o controle da categoria.
“A F-1 é inimaginável sem Bernie”, disse Horner.
Sim: para o bem e para o mal, a categoria é o que é por causa do inglês.
Mas é bom começar a imaginar.
É estranho pensar, conceber, escrever isso. Mas é fato. A hora de Ecclestone está chegando.
Não é pela idade. Aos 82, o inglês ainda mostra o mesmo fôlego para os negócios que tinha aos 17, quando começou seu império negociando motocicletas em um subúrbio de Londres.
Não é jogada política. Ainda não há na F-1, até hoje, alguém que ouse ameaçar sua posição de todo soberano.
Não é pela fartura de dinheiro. Sua fortuna estimada em US$ 3,8 bilhões, segundo a “Forbes”, parece não lhe dizer nada. Ele quer mais.
O problema vai além das suas capacidades e desejos. É judicial. E em duas frentes.
A Promotoria alemã o acusa de pagar propina de US$ 44 milhões para que o avaliador de riscos do BayernLB aprovasse a venda das ações da F-1 do seu banco para um fundo de investimento, o CVC.
Tentando aliviar sua pena, o tal executivo, Gerhard Gribkowsky, já admitiu ter recebido o suborno. Está preso: pegou oito anos e meio por corrupção.
A bola da vez é Ecclestone, indiciado no mês passado, após dois anos de investigações. Ele diz que pagou, mas alega ter sido chantageado pelo alemão, que teria informações sobre evasão de divisas de uma empresa em nome de sua ex-mulher.
Será que cola?
Se colar, Ecclestone tem outro problema em casa.
Na Inglaterra, o grupo alemão Constantin Medien o processa por conta do mesmo negócio. Defende que sua proposta pelos 47% da categoria que estavam nas mãos do BayernLB foi ignorada, apesar de superior à do CVC.
O argumento para a tese de jogo de cartas marcadas parece irrefutável. O CVC pagou US$ 841 milhões por ações que, um ano depois, valiam US$ 2,8 bilhões: 233% a mais.
Ecclestone e o fundo de investimentos terão de explicar esse milagre da valorização no Tribunal Superior da Inglaterra. Nesta semana, segundo o “Financial Times”, tiveram de entregar uma série de documentos para a corte.
O cerco está apertando. E, lá no fundo, a raiz dos problemas parece ser mais fatal para Ecclestone do que a balança da Justiça: seu modo de negociar, a maneira como acumulou fortuna nas últimas sete décadas, hoje não funciona mais.
É eticamente questionável, no mínimo. E judicialmente condenável, no máximo.
Quem assumirá a F-1 se ele for preso ou tiver de se afastar do negócio?
São tantos rolos, fundos, trustes e offshores que é difícil dizer quem herdará o controle da categoria.
“A F-1 é inimaginável sem Bernie”, disse Horner.
Sim: para o bem e para o mal, a categoria é o que é por causa do inglês.
Mas é bom começar a imaginar.
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