* Por Luis Fernando Ramos
Num espaço de três dias, o mercado de pilotos da Fórmula 1 virou de ponta-cabeça. À especulação de que Fernando Alonso estaria negociando com a Red Bull, surgem as de Lewis Hamilton e Kimi Raikkonen negociando com a Ferrari. Como o colega alemão Michael Schmidt escreveu no site do “Auto Motor Und Sport”: só falta mesmo colocarem uma eventual volta de Michael Schumacher no meio destas especulações.
São rumores que já se sustentam apenas pela importância dos nomes que envolvem. Geram uma histeria nas pessoas que poucas param para pensar se realmente fazem sentido. Normalmente, não fazem. Na Fórmula 1, muita fumaça serve para divergir a atenção de onde realmente queima o fogo.
Quando um empresário é visto de maneira tão pública em um motorhome de outra equipe que não a de seu cliente, é normalmente uma manobra para distrair a plateia. Como um mágico que joga o holofote sobre sua mão direita, bem elevada para o público ver, enquanto que é na mão esquerda que ele esconde a carta marcada.
Se o empresário de Kimi Raikkonen foi visto conversando com a Ferrari, use a lógica. Ele jamais voltaria para o time que o mandou embora em 2009 quando ainda tinha um ano de contrato para cumprir. Mas se passar a impressão de que tem opções lá, pode pressionar as equipes com as quais realmente negocia para o ano que vem (Lotus e Red Bull) pelo melhor salário possível.
A lógica inversa também é válida. Depois que o empresário de Fernando Alonso foi passear na Red Bull, a Ferrari receber o empresário do finlandês ou o pai de Lewis Hamilton em Maranello serve, acima de tudo, para lembrar ao espanhol que o time tem apelo o suficiente para atrair outros grandes nomes se quiser substituí-lo.
O curioso: ninguém jamais viu uma conversa entre Sebastian Vettel e a chefia do time italiano. Fala-se que ocorreu, mas nunca foi uma cena pública. Então é justamente nisso que mais devemos apostar. Talvez não enquanto Alonso estiver por lá, mas assim que ele sair, eu colocaria meu dinheiro em Vettel para o seu lugar. Quase sempre no paddock, os grandes incêndios acontecem onde não há fumaça.
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