segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Vettel, vitória e mais um dedo na taça*

* Por Fábio Seixas

Foram 14 provas até agora na temporada. Foram oito vitórias de Vettel, a quarta consecutiva.


Mas o triunfo na Coreia do Sul não foi dos mais fáceis.

Sim, ele largou na pole, liderou de ponta a ponta, não chegou a ser ameaçado. Mas também não teve o sossego de provas anteriores.

Isso posto, colocou mais 25 pontos no bolso e mais um dedo na taça.

Raikkonen foi o segundo, com Grosjean em terceiro.

O tufão não veio, e a corrida aconteceu com pista seca.

A primeira volta foi curiosa. Na temida primeira curva, tudo limpo, todo mundo comportadinho. Nas seguintes, porém, a história foi diferente: Grosjean passou Hamilton e Massa, na tentativa de superar Rosberg, rodou e acertou Alonso.

O brasileiro ficou de lado na pista, e muita gente deixou pedaço de carro na confusão.

O top 10 ao fim da primeira volta, Vettel, Grosjean, Hamilton, Rosberg, Hulkenberg, Alonso, Raikkonen, Ricciardo, Maldonado e Button.

Um dos atingidos na largada, Button foi aos boxes na quinta volta. Massa, duas voltas depois.

Na oitava volta, já teve gente fazendo pit estratégico, trocando os pneus supermacios pelos médios. Maldonado, Di Resta e Gutierrez puxaram a fila.

Hamilton e Alonso pararam na décima volta.

Vettel? Não sumiu na frente, como de hábito. Com desgaste nos pneus dianteiros, tinha àquela altura 3s7 sobre Grosjean.

Na 11ª, o francês entrou nos boxes. E retornou bem à frente de Hamilton, o que propiciou um belo duelo pelo segundo lugar.

Vettel e Raikkonen pararam na seguinte.

(Estou pensando em abandonar o verbo “parar” em situações de pit. Do jeito que as equipes estão trabalhando rápido, os pilotos mal param...)

Encerrada a primeira janela de pits, o top 10 tinha Vettel, Grosjean, Hamilton, Ricciardo, Rosberg, Hulkenberg, Alonso, Raikkonen, Webber e Button.

Sim, Alonso passou Raikkonen nos boxes. E Ricciardo, o único a largar com médios, vinha bem.

E já que Hamilton não partiu pra cima de Grosjean, a melhor disputa na pista ficou com Alonso tentando ultrapassar Hulkenberg pela quinta posição. Havia um trenzinho atrás do alemão, com Raikkonen e Webber também na cola.

Na 23ª volta, Button abriu a segunda janela de pits. Maldonado e Di Resta entraram na seguinte.

Então, um momento simbólico não só da corrida, mas da temporada. Porque explica bem o atual estado das coisas.

Pelo rádio, Hamilton dizia que seu pneu dianteiro direito estava “destruído”. Daí, a incapacidade de chegar em Grosjean.

Instantes depois, Vettel cravou a então melhor volta da corrida, 1min43s986.

Perceberam a diferença?

(E acho pueril a polêmica sobre a pressão da Red Bull pra cima da Pirelli no começo do ano. Política faz parte do jogo, e até nisso a equipe de Milton Keynes foi melhor.)

Raikkonen parou na 26ª. Hulkenberg, na 27ª. Webber aproveitou e passou Alonso, que logo foi para o segundo pit.

Na 28ª, um lance curioso.

Rosberg se aproximou de Hamilton, deu o bote e passou o companheiro.

No exato momento em que tomou a frente, porém, a asa dianteira não suportou a diferença de pressão aerodinâmica e cedeu.

Um fato anormal. Que só pode ser explicado por algum toque em algum momento anterior. A câmera onboard deixou isso claro.

Hamilton entrou na 30ª. O australiano da Red Bull, uma depois.

E então... Um pneu estourou!

A vítima foi Pérez, que viu o dianteiro direito ir pelos ares, levando pedaço de carro junto.

Ok, não justifica, mas o mexicano foi meio louco. O pneu já estava soltando pedaços duas curvas antes de explodir, mas ele continuou acelerando tudo na reta.

Não deu pra não lembrar de Silverstone. E certamente isso passou pela cabeça de todos os pilotos e engenheiros. Cautela passou a ser a ordem do dia.

Safety car. E corre-corre para os boxes. Entre os que aproveitaram a brecha, Vettel e Grosjean. Quem se deu mal foi Webber, que teve um pneu furado ao pegar um pedaço do carro de Pérez na pista. Pior: teve de colocar supermacios, já que não tinha mais médios à disposição.

A relargada veio na 37ª volta, faltando 18 para o final.

Raikkonen passou Grosjean, Hulkenberg superou Hamilton.

E então a corrida de Webber virou fumaça. Literalmente. Sutil escapou e acertou o carro do australiano, que instantaneamente pegou fogo. Uma cena impressionante.

Nova entrada do safety car, tudo indica, por conta de uma lambança da direção de prova.

Um jipe dos bombeiros entrou na pista, à frente de Vettel, antes de qualquer sinalização de intervenção. Aí, não teve jeito, o safety car teve de sair dos boxes.

Por essas e por outras, ficarei surpreso se Yeongam continuar no calendário definitivo de 2014.

Na 41ª volta, a segunda relargada. Vettel se protegeu bem e teve de recomeçar a abrir vantagem.

Um pouco mais pra trás, a corrida ficou agitada.

Massa foi bem. Livrou-se de uma turma que vinha se estranhando _Pérez, Maldonado e Gutierrez_ e entrou na zona de pontos.

Hulkenberg novamente virou a locomotiva de um trenzinho que tinha Hamilton e Alonso babando pela quarta colocação.

O inglês conseguiu a posição na 48ª volta, mas levou o xis, e virou presa para Alonso. A disputa durou algumas curvas, mas as posições se mantiveram.

Vettel cruzou a linha de chegada com 4s224 sobre Raikkonen, que impôs 0s7 sobre Grosjean. Hulkenberg conquistou um belíssimo quarto lugar. Completando o top 10, Hamilton, Alonso, Rosberg, Button, Massa e Pérez.

Com o resultado, Vettel foi a 272 pontos, contra 195 de Alonso. Diferença de 77 pontos.

O alemão ganha, assim, a chance de conquistar o tetra já no domingo que vem, no Japão, com quatro etapas de antecedência.

Meu palpite é que será na Índia, a etapa seguinte.

Seja onde for, seja quando for, alguém duvida que é isso que vai acontecer?

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