* Por Luis Fernando Ramos
Mesmo numa corrida cheia de incidentes, alguns extremamente bizarros, Sebastian Vettel exerceu o domínio costumeiro e venceu o GP da Coreia de Sul de ponta-a-ponta, tendo largado da pole e feito a melhor volta da prova. Seu quarto triunfo consecutivo, oitavo do ano e 34º da carreira, o colocou em posição de vencer o título mundial já no próximo domingo. Para isso, ele precisa vencer o GP do Japão em Suzuka e torcer para que Fernando Alonso não termine acima da nona colocação. O alemão minimizou suas chances de comemorar o tetra com um banho de saquê.
- Nossa meta é vencer o campeonato, mas não vencê-lo em um circuito em particular. A possibilidade de acontecer no Japão é mínima. Quando que o Alonso termina uma corrida em nono? Não podemos nos empolgar com o que pode acontecer no futuro, é preciso se concentrar no presente. Estamos vivendo um bom momento, gostamos do trabalho que fazemos na equipe. Por um lado vemos como trabalho e por outro é diversão, então estamos com um bom equilíbrio agora - falou o alemão.
Vettel foi ajudado por um final de semana pouco competitivo da Ferrari. Além das habituais dificuldades de seus pilotos na classificação, Alonso passou boa parte da prova preso atrás da Sauber do alemão Nico Hülkenberg, que teve um desempenho espetacular. Encerrou a prova apenas em sexto lugar. O chefe da equipe italiana, Stefano Domenicali, já jogou a toalha:
- Nosso objetivo era diminuir a vantagem de Sebastian. Não funcionou. Talvez funciona na próxima. Talvez aconteça algo com uma Red Bull que nos permite chegar mais perto. Mas é quase impossível pensar no título. Por isso congratulamos eles por sua performance. Eles merecem. E isto nos dá uma motivação extra para trabalharmos e chegar no mesmo nível.
Fora o passeio de Vettel, a corrida em Yeongam foi bastante movimentada. Hülkenberg protagonizou a maior parte das ações, se defendendo com inteligência dos ataques que recebeu de Alonso e também de Lewis Hamilton. Destaque também para a dupla da Lotus. Kimi Raikkonen terminou em segundo logo à frente do companheiro Romain Grosjean, prevalecendo depois de uma boa batalha. Quem ficou devendo foi o brasileiro Felipe Massa. Uma manobra otimista demais logo na primeira volta fez com que ele rodasse e caísse para último lugar. Ele ainda se recuperou e pontuou em nono.
Afora o domínio de Vettel, a corrida na Coreia foi marcada por dois incidentes bizarros. O primeiro aconteceu na 30ª volta: o pneu dianteiro direito de Sergio Perez estourou em plena reta depois dele ter “fritado” a borracha na freada para a curva anterior. Uma cena parecida com a que assustou a Fórmula 1 no GP da Inglaterra. O mexicano não poupou críticas à Pirelli.
- Não aconteceu nada. Eu vi quando o pneu estourou e levou a asa dianteira junto. Felizmente não vinha ninguém logo atrás de mim. Mas algum dia vai acontecer algo, alguém vai se machucar e acho que só assim vão reagir à esta situação.
Fernando Alonso também corroborou as críticas do colega da McLaren.
- Nós falamos com atos, eles da Pirelli com palavras. Todos vêem que são pneus que mal duram uma volta. Claro que eles funcionam melhor em outros carros e cabe a nós da Ferrari melhorar o nosso uso deles. Mas vemos o quanto de borracha solta fica na pista e, quando chove, precisa interromper a prova porque os pneus não dão aderência. Sabemos que os pneus estão no limite da qualidade - atacou.
O outro incidente incomum aconteceu na 37ª volta. Um carro para combater o incêndio que tomava conta do carro de Mark Webber entrou na pista com a prova em andamento, alguns metros à frente do líder Sebastian Vettel. A direção de prova foi ágil em acionar a neutralização com o Safety Car. E eximiu os organizadores coreanos de culpa.
- Nós que pedimos que o carro fosse acionado. Imaginamos que acionariam o carro que fica na curva três, porque era ali que a Red Bull de Webber queimava. Por algum motivo, eles mandaram o carro que estava estacionado na curva 2. Diria que foi um clássico mal-entendido - disse o delegado-técnico da FIA, Charlie Whiting.
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