sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Alonso vs Raikkonen: briga de gigantes*

* Por Felipe Motta


A Ferrari terá em 2014 Fernando Alonso e Kimi Raikkonen. Começo o texto com uma pergunta: o que vai dar nesse caminho que a equipe escolheu? Acho que a nova dupla nos dá um componente bem interessante para o Mundial do próximo ano. Estávamos precisando de situações como essa.

A chegada de Kimi, como já escrevi, é para mim como um cartão amarelo para Alonso após suas críticas. A “vida boa”, digamos, acabou. Com Raikkonen não adiantará o espanhol surtar no rádio, gritar “this is ridiculous” e exigir nos bastidores vitórias. O finlandês não aceitará abrir caminho para Alonso enquanto tenha chances matemáticas de título. E isso em si já será bacana.

Alonso não soube se controlar quando Lewis Hamilton dificultou sua vida na McLaren. Muitos argumentam que ele amadureceu, o que tenho sérias dúvidas. Basta lembrar o que ele disse sábado em Monza após o treino de classificação. Nem bem chegou na zona mista e antes da pergunta da repórter, incomodado, falou: “ok, sei o que vão perguntar, que fiquei atrás de meu companheiro. Em 100 classificações, está 82 a 18.” Repito, ninguém perguntou nada para ele lançar essa.

Alonso é um baita piloto, mas precisa de ambientes 110% confortáveis. Já Kimi Raikkonen não se importa com nada.

Imagino que queiram saber quem imagino levar a melhor nessa. Acho Alonso mais completo que Kimi e que o espanhol tende em 21 corridas a ganhar do finlandês. Mas será uma briga muito apertada e um pequeno detalhe é fundamental.

Raikkonen é mais sensível ao carro. Se não o tiver nas mãos, sofre. No entanto, se a máquina casar com seu estilo é quase imbatível em velocidade pura. É aí que reside o perigo para Alonso.

Ainda assim, é muito raro ver Alonso ter carro para estar em Top-4 ou Top-6 e largar em oitavo. Raikkonen vez ou outra dá umas rateadas. Mesmo que sejam raras essas oportunidades, quando vacilar, Alonso estará lá. O contrário existirá menos, exceção apenas ao fato do asturiano poder surtar.

A versão oficial da contratação de Kimi escora-se na possibilidade da Ferrari voltar a brigar pelo título de Construtores, algo que Felipe Massa vinha ajudando pouco. Com a efetivação de Daniel Ricciardo, a Red Bull pode ter pontos perdidos ao longo do ano no período em que o australiano estará se adaptando à sua nova condição de brigar pela ponta, enquanto Raikkonen e Alonso não desperdiçam suas chances.

Seja como for, o fã de automobilismo ganha muito com a novidade.

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