* Por Rodrigo Mattar
Há muito tempo não falo de Stock Car aqui no blog. A bem da verdade, a categoria não me desperta mais nenhuma vontade de acompanhar suas provas. É tanta mudança – para pior – que eu, como telespectador e como jornalista, não me sinto mais atraído a ver corridas onde, na maioria das vezes, sabemos quais carros vão aparecer mais que outros. E assim caminha a humanidade…
Mas hoje vou soltar o verbo. Ao anunciar um calendário com 12 datas e 21 corridas para 2014, a categoria brasileira claramente copia o formato vitorioso da V8 Supercars australiana que, com mais de 30 provas, oferece disputas sensacionais, um campeonato atrativo e que inclusive conta com a presença de pilotos internacionais na Armor All 600, disputada em Surfers Paradise, além de ter a incrível Bathurst 1000, uma prova de 1000 km no circuito Mount Panorama.
Eu não vejo problema em existir uma inspiração vinda de fora. Todas as ideias são bem-vindas. O difícil é elas serem aplicadas na Stock Car, por influência direta da televisão. Jamais vão permitir que aqui sejam disputadas duas baterias de 1h de duração como acontece em várias provas na Oceania. Tem mais: a categoria nunca consegue acertar seu formato de disputa. Um dia tem reabastecimento, no outro ele deixa de existir. Uma corrida tem troca de pneus obrigatória, a outra não tem. É um samba do crioulo doido de fazer corar Stanislaw Ponte Preta, a.k.a. Sérgio Porto.
Some-se a tudo isso e mais um pouco, o seguinte: a categoria anunciou a intenção de trazer 34 pilotos de fora para correr em revezamento com pilotos nacionais. Até citaram a “possibilidade” de reunir, num mesmo carro, Barrichello e Schumacher. Vejam vocês.
Ora, trinta e quatro cabeças vindas de fora custa grana. E não deve ser pouca. Mas aí eu pergunto: será que valerá a pena para um Schumacher, um Kanaan, um Montoya, um Castroneves, um Dixon, um Franchitti – só para citar alguns – vir aqui para o Brasil e guiar só 25 minutos? E num carro ao qual não estão acostumados e que conhecerão direto em treinos livres – já que a Stock, assim como a Fórmula 1, não permite testes?
Enfim… não acho que seja por aí. A categoria não tem lastro para se firmar – embora esteja aí há 34 anos, só que altamente questionada por uma série de fatores – e, pior, se julga mais importante do que realmente é. E vamos parar, por favor, com as comparações com o próprio V8 Supercars e com o DTM. São conceitos diferentes, regras diferentes, carros diferentes, tudo diferente.
Aliás, nem com a Nascar a Stock Car brasileira teria qualquer termo de comparação.
Para mim, a Vicar enlouqueceu. Quem quiser, que discorde. E os comentários agora são de vocês.
2 comentários:
TUDO ISSO E MAIS UM POUCO. SE EU FOSSE PATROCINADOR, NÃO INVESTIRIA NUMA CATEGORIA QUE CORRE 40 MINUTOS. TÁ PIOR QUE CART.
Infelizmente a Stock Car não está ao nível da Supercar V8. Nem em nível de competição, e muito menos em organização.
Postar um comentário