* Por Luis Fernando Ramos
Como era esperado, a Red Bull confirmou ontem Daniel Ricciardo como piloto do time a partir de 2014. O anúncio foi feito num programa de entrevistas da Servus TV, emissora austríaca pertencente à fabricante de bebidas energéticas e contou com a presença do australiano e do consultor da equipe Helmut Marko. Ricciardo entra no lugar do compatriota Mark Webber, que deixa a Fórmula 1 para correr no Mundial de Endurance pela Porsche.
A decisão da Red Bull é uma aposta a longo prazo. Durante meses especulou-se a criação de um “Dream Team” formado por Sebastian Vettel e Kimi Raikkonen. O time chegou a conversar com o finlandês, mas as conversas se encerraram no mês passado. O diretor-técnico Adrian Newey explicou a escolha por Ricciardo: "Poderíamos ter pego um piloto experiente, que certamente traria um nível de performance esperado; ou um piloto bem mais jovem na esperança dele se apresentar em um grande nível. Optamos pela segunda alternativa e concluímos que Daniel é o nome mais promissor da nova geração. Acho que é bom trazer sangue novo e dar uma chance para pilotos talentosos".
Apesar das palavras de Newey, está claro que a “chance” dada a Ricciardo implica em obter resultados logo de cara. Marko já avisou que quer ver o piloto conquistando os pontos necessários para que a Red Bull ganhe o Mundial de Construtores.
No último GP da Bélgica, perguntei ao australiano se se permitiria um tempo de adaptação numa equipe de ponta caso fosse realmente confirmado para 2014: "Definitivamente vou me pressionar para estar bem logo no início da temporada. Se você está com uma equipe grande, é assim que tem de ser. Não há muito tempo para aprender", afirmou.
Já havia escrito em outras ocasiões: a escolha da Red Bull por Daniel Ricciardo é um erro. Com Kimi Raikkonen disponível no mercado, o time perdeu a chance de montar uma dupla fortíssima e com potencial para protagonizar duelos históricos. Mas a aposta no jovem australiano é arriscada.
Como estava conversando outra dia com a Julianne Cerasoli: até hoje, apenas um piloto da geração que entrou na Fórmula 1 depois da proibição dos testes durante a temporada chegou a uma equipe de ponta. É Sergio Perez, que está fazendo uma campanha discreta e pontuada por muitos erros na McLaren. Ricciardo parece ser mais constante que o mexicano. Mas deve sofrer para manter o nível de um Mark Webber - que pode parecer pouco diante do domínio que Sebastian Vettel exercia sobre ele, mas não é.
Daniel Ricciardo é um cara muito legal, sempre acessível, sorridente, vidrado num trash metal e cujo cenário ideal é sair de quadriciclo com os amigos no deserto nas cercanías de Perth, que é uma das cidades mais bacanas que eu já visitei. Mas é bom o suficiente para manter a Red Bull no topo e liderá-la após uma eventual saída de Vettel? Eu acredito que não.
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