* Por Lívio Oricchio
Se o retrospecto do GP de Cingapura servir para projetar o que pode ocorrer no fim de semana no circuito Marina Bay, Fernando Alonso, da Ferrari, e Lewis Hamilton, Mercedes, deverão ver Sebastian Vettel, da Red Bull, ampliar ainda mais a diferença de pontos que já impõe aos dois na liderança do campeonato.
O tricampeão do mundo venceu as duas últimas edições da prova, 2012 e 2011, e em 2010 recebeu a bandeirada em segundo, a apenas 293 milésimos do vencedor, Fernando Alonso, da Ferrari.
Mas a 13;ª etapa do calendário, este ano, tem grande importância não apenas por quase poder definir Vettel como tetracampeão, pois hoje sua diferença para Alonso, o vice-líder, já é de 51 pontos (222 a 169) e para Hamilton, terceiro, 81 (222 a 141), como também para determinar a estratégia a ser adotada nas seis corridas seguintes por Ferrari, Mercedes e Lotus, escuderias que têm pilotos com chances matemáticas de chegarem, ainda, ao título. Kimi Raikkonen, da Lotus, ocupa a quarta colocação no campeonato, com 134.
“Cingapura é o GP decisivo para nós”, afirmou Alonso, na Itália. “Por ser uma pista onde usamos muita pressão aerodinâmica, ao contrário de Spa-Francorchamps e aqui (Monza), veremos o quanto avançamos nesse aspecto, fundamental para sabermos se nas seis etapas finais teremos um carro rápido.”
E apesar de o presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo, ter declarado, terça-feira, que seu time continuará trabalhando no desenvolvimento do atual modelo F138, se Vettel ampliar domingo a diferença de pontos no campeonato, o melhor a fazer, como disse Alonso, é se concentrar nos estudos do complexo modelo de 2014. “Não haverá mais como poder descontar tanta diferença com um carro que é mais lento que o do nosso adversário”, argumentou, com fundamentada razão, Alonso.
O mesmo vale para a Mercedes, de Hamilton, apesar de Niki Lauda, diretor da organização alemã, ter declarado, ao Estado, que o grupo que está concentrado no modelo deste ano é diferente do que está projetando o de 2014. “O conhecimento adquirido este ano não poderá, diante da mudança total do regulamento, ser usado no modelo do ano que vem”, afirmou Adrian Newey, da Red Bull, o diretor-técnico mais vitorioso da Fórmula 1.
O paddock do circuito Marina Bay, sempre iluminado porque todas as atividades em Cingapura são realizadas à noite, será rico de reuniões entre diretores de equipes e empresários de pilotos. A essa altura ninguém mais precisa ser extremamente discreto. É muito provável, por exemplo, que Nicolas Todt, responsável pela carreira de Massa, tenha novos encontros com Eric Boullier, da Lotus.
Assim como o alemão Werner Heinz, empresário do alemão Nico Hulkenberg, da Sauber. Tanto Todt quanto Heinz tentam convencer Boullier que seus pilotos representam a melhor opção para a Lotus.
O mercado de pilotos não se restringe apenas aos dois, Massa e Hulkenberg. A McLaren ainda não oficializou Jenson Button e Sergio Perez, provavelmente para que concordem em receber menos em 2014, já que não teriam, agora, para onde ir. A Williams também não ratificou Pastor Maldonado e Valtteri Bottas. E os dias em que todos vão estar juntos, a partir de amanhã, representam uma oportunidade para iniciar nova rodada de negociações. Por tudo isso é que o GP de Cingapura será agitado dentro e fora da pista.
A Pirelli distribuiu os pneus supermacios e os médios. A natureza do traçado de 5.065 metros, sem a chicane da curva 10 este ano, não é dos mais exigentes quanto ao desgaste dos pneus, mas o calor é sempre intenso no fim da península malaia, onde se encontra Cingapura, a cerca de 100 quilômetros, apenas, ao norte da linha do equador. Mesmo a noite a temperatura ambiente não costuma baixar dos 30 graus. As chuvas fortes são bastante comuns, mas em geral breves.
O primeiro treino livre começará, amanhã, às 7 horas, 18 horas em Cingapura, 11 horas adiante em relação ao horário de Brasília. A classificação, sábado, será às 10 horas e a largada, domingo, às 9 horas, horários de Brasília.
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