sexta-feira, 20 de setembro de 2013
MASSA, LOTUS E TODT*
* Por Flávio Gomes
Jean Todt, papai-coruja, é o grande aliado de Felipe Massa para correr na Lotus. O brasileiro deu entrevista na noite de ontem em Singapura à imprensa nacional e não escondeu ter a noção de que ajudar financeiramente uma equipe faz parte hoje do modelo de negócios da F-1.
O que Felipe não revelou, mas posso adiantar, é que ele já tem um acordo com a Lotus. Acordo, não contrato. E quem está tentando costurar a coisa é o presidente da FIA. Afinal, seu filho, Nicolas, é o empresário do piloto. Massa é um bom negócio para o rapaz, que assumiu sua carreira há coisa de dez anos, quando o pai era o chefão na Ferrari.
Massa precisa levar dinheiro para a Lotus se quiser correr lá. Pelo que falou em Singapura, sua rede de relacionamentos com empresas e empresários será fundamental para isso. Mas a rede de relacionamentos de Todt, mais ainda. A Lotus tem um caminho incerto pela frente e busca maior envolvimento da Renault no time. Com fábrica no Brasil e grande participação no mercado nacional de automóveis, a montadora francesa pode ser a peça no quebra-cabeças que garantiria a permanência de Felipe na F-1.
As relações da Renault com a FIA são intensas. Caso claro é o da Fórmula E, grande aposta de Todt para o que imagina que será o futuro do automobilismo, o uso de carros elétricos. A intrincada rede de interesses pode beneficiar Massa, caso a Renault passe a se envolver mais com a Lotus — que nada mais é que a antiga equipe Renault da F-1.
É difícil calcular quanto a Lotus precisa para fazer uma temporada decente no ano que vem. Sabe-se que o time deve dinheiro a Raikkonen, não nega, mas não sabe quando e se vai pagar. O grupo Genii, proprietário da Lotus, atua no mercado financeiro, imobiliário, de tecnologia, automobilismo, energia e negócios globais de várias naturezas. Sua principal atividade, obviamente, não é corrida de carro. O esporte funciona como plataforma para outros negócios. Mas não pode dar prejuízo. E não tem dado lucro.
Seu sucesso nos últimos dois anos deve-se à qualificação do pessoal que permaneceu no time quando ele foi vendido pela Renault ao grupo de Gerard Lopez e Eric Lux, que não se metem nas decisões técnicas e esportivas. Querem saber dos números.
Massa corre na Lotus se, com a ajuda de Todt-pai e Todt-filho, conseguir um bom aporte financeiro para o time — seja por meio de patrocinadores, seja como peça importante de uma engrenagem que gere negócios para o grupo e garanta que o operação na F-1 se sustente. É disso que está correndo atrás, agora. O piloto chegou a conversar com a TV Globo, mas da emissora ouviu pouco mais do que “a gente dá uma força”. Não há dinheiro envolvido.
A sorte de Felipe é que seu maior rival pela vaga na Lotus, Hülkenberg, até onde se sabe, é apenas piloto, sem grandes envolvimentos com empresas e patrocinadores eventuais. Seu potencial para alavancar negócios é bem menor que o de Massa. Pesará também, na escolha, a capacidade dos pilotos de gerarem receita por pontos conquistados — a remuneração dos times pela FOM é proporcional ao que eles obtêm na pista, e isso também foi importante na decisão da Ferrari de trazer Raikkonen de volta.
De qualquer maneira, Felipe deve entrar no ano que vem, se ficar na F-1, na categoria de “pilotos pagantes”. Definição que já não é muito precisa, diga-se. Há aqueles que efetivamente pagam por uma vaga, tirando do bolso, ou do bolso da família, ou do bolso de empresas da família. Van der Garde é um desses. Há outros que têm mecenas, como Maldonado, Bottas e Gutierrez, apoiados por empresas e empresários de seus países. E outros, o que passou a ser o caso de Massa, que funcionam como intermediários de negociações. Felipe já disse que da sua conta bancária não vai sair um euro sequer para seguir correndo. Mas se alguns euros passarem por ele e terminarem na conta bancária da Genii, ele segue.
Jean Todt, papai-coruja, é o grande aliado de Felipe Massa para correr na Lotus. O brasileiro deu entrevista na noite de ontem em Singapura à imprensa nacional e não escondeu ter a noção de que ajudar financeiramente uma equipe faz parte hoje do modelo de negócios da F-1.
O que Felipe não revelou, mas posso adiantar, é que ele já tem um acordo com a Lotus. Acordo, não contrato. E quem está tentando costurar a coisa é o presidente da FIA. Afinal, seu filho, Nicolas, é o empresário do piloto. Massa é um bom negócio para o rapaz, que assumiu sua carreira há coisa de dez anos, quando o pai era o chefão na Ferrari.
Massa precisa levar dinheiro para a Lotus se quiser correr lá. Pelo que falou em Singapura, sua rede de relacionamentos com empresas e empresários será fundamental para isso. Mas a rede de relacionamentos de Todt, mais ainda. A Lotus tem um caminho incerto pela frente e busca maior envolvimento da Renault no time. Com fábrica no Brasil e grande participação no mercado nacional de automóveis, a montadora francesa pode ser a peça no quebra-cabeças que garantiria a permanência de Felipe na F-1.
As relações da Renault com a FIA são intensas. Caso claro é o da Fórmula E, grande aposta de Todt para o que imagina que será o futuro do automobilismo, o uso de carros elétricos. A intrincada rede de interesses pode beneficiar Massa, caso a Renault passe a se envolver mais com a Lotus — que nada mais é que a antiga equipe Renault da F-1.
É difícil calcular quanto a Lotus precisa para fazer uma temporada decente no ano que vem. Sabe-se que o time deve dinheiro a Raikkonen, não nega, mas não sabe quando e se vai pagar. O grupo Genii, proprietário da Lotus, atua no mercado financeiro, imobiliário, de tecnologia, automobilismo, energia e negócios globais de várias naturezas. Sua principal atividade, obviamente, não é corrida de carro. O esporte funciona como plataforma para outros negócios. Mas não pode dar prejuízo. E não tem dado lucro.
Seu sucesso nos últimos dois anos deve-se à qualificação do pessoal que permaneceu no time quando ele foi vendido pela Renault ao grupo de Gerard Lopez e Eric Lux, que não se metem nas decisões técnicas e esportivas. Querem saber dos números.
Massa corre na Lotus se, com a ajuda de Todt-pai e Todt-filho, conseguir um bom aporte financeiro para o time — seja por meio de patrocinadores, seja como peça importante de uma engrenagem que gere negócios para o grupo e garanta que o operação na F-1 se sustente. É disso que está correndo atrás, agora. O piloto chegou a conversar com a TV Globo, mas da emissora ouviu pouco mais do que “a gente dá uma força”. Não há dinheiro envolvido.
A sorte de Felipe é que seu maior rival pela vaga na Lotus, Hülkenberg, até onde se sabe, é apenas piloto, sem grandes envolvimentos com empresas e patrocinadores eventuais. Seu potencial para alavancar negócios é bem menor que o de Massa. Pesará também, na escolha, a capacidade dos pilotos de gerarem receita por pontos conquistados — a remuneração dos times pela FOM é proporcional ao que eles obtêm na pista, e isso também foi importante na decisão da Ferrari de trazer Raikkonen de volta.
De qualquer maneira, Felipe deve entrar no ano que vem, se ficar na F-1, na categoria de “pilotos pagantes”. Definição que já não é muito precisa, diga-se. Há aqueles que efetivamente pagam por uma vaga, tirando do bolso, ou do bolso da família, ou do bolso de empresas da família. Van der Garde é um desses. Há outros que têm mecenas, como Maldonado, Bottas e Gutierrez, apoiados por empresas e empresários de seus países. E outros, o que passou a ser o caso de Massa, que funcionam como intermediários de negociações. Felipe já disse que da sua conta bancária não vai sair um euro sequer para seguir correndo. Mas se alguns euros passarem por ele e terminarem na conta bancária da Genii, ele segue.
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