terça-feira, 27 de agosto de 2013
O pecado de Vettel*
* Por Renan do Couto
Sebastian Vettel venceu pela 31ª vez na carreira e igualou Nigel Mansell. Aos 26 anos, é o quinto maior vencedor da história da F1. Caminha para o tetracampeonato mundial consecutivo. E eu ainda tento entender como as pessoas hesitam tanto em dizer que ele vai se tornar um dos gênios do esporte ao mesmo tempo em que exaltam tanto pilotos com números semelhantes ou mesmo piores — e não são só os números que fazem deste alemão um grande piloto.
Tudo por causa de um grande pecado: andar com o melhor carro. Andar no carro projetado por Adrian Newey. Tem gente que ainda diz que Vettel não enfrentou adversários de peso. É desmerecer demais o talento dele.
Vettel tem 26 anos, 39 poles, 31 vitórias, três títulos mundiais consecutivos. Foi o mais jovem campeão, o mais jovem bicampeão e o mais jovem tricampeão. Conquistou esses títulos correndo contra outros cinco campeões do mundo: Fernando Alonso, Lewis Hamilton, Jenson Button, Michael Schumacher e Kimi Räikkönen (esse, só em 2012).
Se Vettel confirmar o favoritismo e ganhar de novo neste ano, fará o que apenas Michael Schumacher e Juan Manuel Fangio fizeram. Deixará para trás Niki Lauda, Ayrton Senna, Jackie Stewart, Jack Brabham e Nelson Piquet. Empatará com Alain Prost. Aos 26 anos.
Com a vitória deste domingo, ele tem tantas quanto Nigel Mansell. “Ah, mas Mansell teve adversários mais fortes”. Ok, Mansell teve Prost, Piquet e Senna. São melhores do que os que estão aí brigando com Vettel hoje. Mas Alonso, Button, Hamilton e Kimi estão longe de ser ruins. Mansell foi campeão em um ano em que correu só contra Senna — Schumacher ainda não tinha nenhum título, fazia sua primeira temporada completa na F1.
É bem provável que, daqui a duas semanas, Vettel vença o GP da Itália e empate com Fernando Alonso. Vai ter um monte de gente dizendo que Vettel não chega aos pés do espanhol. Respeito algumas dessas opiniões, mas discordo de todas elas. Não tem essa de que o alemão é tricampeão porque tem o melhor carro e Alonso está em uma Ferrari capenga.
Alonso foi campeão em 2005 e 2006 com o melhor carro. Em 2005, a McLaren era mais rápida, mas quebrava o tempo todo. Que nem em 2012. No fim das contas, a Renault e a Red Bull andaram melhor em um número maior de corridas e permitiram a seus pilotos conquistarem os títulos.
Alonso perdeu um título em que tinha o melhor carro nas mãos, o de 2007. Poderia ter sido tricampeão, não foi. Vettel aproveitou os três anos em que teve o melhor carro.
E Alonso caiu demais de produção na reta final de quatro dos cinco campeonatos que disputou: 2005, 2006, 2007 e 2012. Não importa qual tenha sido o motivo, podem reparar que a primeira metade da temporada do asturiano foi bem melhor que a segunda. A única exceção foi 2010, quando ele cresceu na segunda metade e chegou à decisão como líder. Vettel é o oposto, começou mal e se recuperou no final.
“Ah, mas o Alonso vem de trás, passando todo mundo, Vettel não passa ninguém. Olha só a corrida de hoje.” Assista o GP de Abu Dhabi de 2012 — naquela pista em que não dá para passar ninguém –, ou o GP do Brasil de 2012.
Qual o problema do cara querer assumir a primeira posição no começo e dominar a corrida? Por que vocês acham que o Senna era tão obstinado por conquistar pole-positions?
Tá, é chato ver um domínio de um piloto. Foi chato com Schumacher e pode estar chato, agora, com Vettel. Mas esse piloto de 26 anos tem tudo para derrubar as marcas de seu ídolo de infância e você vai ficar aí, chupando dedo e dizendo que é só por causa do carro e do Newey. Não é.
Sebastian Vettel venceu pela 31ª vez na carreira e igualou Nigel Mansell. Aos 26 anos, é o quinto maior vencedor da história da F1. Caminha para o tetracampeonato mundial consecutivo. E eu ainda tento entender como as pessoas hesitam tanto em dizer que ele vai se tornar um dos gênios do esporte ao mesmo tempo em que exaltam tanto pilotos com números semelhantes ou mesmo piores — e não são só os números que fazem deste alemão um grande piloto.
Tudo por causa de um grande pecado: andar com o melhor carro. Andar no carro projetado por Adrian Newey. Tem gente que ainda diz que Vettel não enfrentou adversários de peso. É desmerecer demais o talento dele.
Vettel tem 26 anos, 39 poles, 31 vitórias, três títulos mundiais consecutivos. Foi o mais jovem campeão, o mais jovem bicampeão e o mais jovem tricampeão. Conquistou esses títulos correndo contra outros cinco campeões do mundo: Fernando Alonso, Lewis Hamilton, Jenson Button, Michael Schumacher e Kimi Räikkönen (esse, só em 2012).
Se Vettel confirmar o favoritismo e ganhar de novo neste ano, fará o que apenas Michael Schumacher e Juan Manuel Fangio fizeram. Deixará para trás Niki Lauda, Ayrton Senna, Jackie Stewart, Jack Brabham e Nelson Piquet. Empatará com Alain Prost. Aos 26 anos.
Com a vitória deste domingo, ele tem tantas quanto Nigel Mansell. “Ah, mas Mansell teve adversários mais fortes”. Ok, Mansell teve Prost, Piquet e Senna. São melhores do que os que estão aí brigando com Vettel hoje. Mas Alonso, Button, Hamilton e Kimi estão longe de ser ruins. Mansell foi campeão em um ano em que correu só contra Senna — Schumacher ainda não tinha nenhum título, fazia sua primeira temporada completa na F1.
É bem provável que, daqui a duas semanas, Vettel vença o GP da Itália e empate com Fernando Alonso. Vai ter um monte de gente dizendo que Vettel não chega aos pés do espanhol. Respeito algumas dessas opiniões, mas discordo de todas elas. Não tem essa de que o alemão é tricampeão porque tem o melhor carro e Alonso está em uma Ferrari capenga.
Alonso foi campeão em 2005 e 2006 com o melhor carro. Em 2005, a McLaren era mais rápida, mas quebrava o tempo todo. Que nem em 2012. No fim das contas, a Renault e a Red Bull andaram melhor em um número maior de corridas e permitiram a seus pilotos conquistarem os títulos.
Alonso perdeu um título em que tinha o melhor carro nas mãos, o de 2007. Poderia ter sido tricampeão, não foi. Vettel aproveitou os três anos em que teve o melhor carro.
E Alonso caiu demais de produção na reta final de quatro dos cinco campeonatos que disputou: 2005, 2006, 2007 e 2012. Não importa qual tenha sido o motivo, podem reparar que a primeira metade da temporada do asturiano foi bem melhor que a segunda. A única exceção foi 2010, quando ele cresceu na segunda metade e chegou à decisão como líder. Vettel é o oposto, começou mal e se recuperou no final.
“Ah, mas o Alonso vem de trás, passando todo mundo, Vettel não passa ninguém. Olha só a corrida de hoje.” Assista o GP de Abu Dhabi de 2012 — naquela pista em que não dá para passar ninguém –, ou o GP do Brasil de 2012.
Qual o problema do cara querer assumir a primeira posição no começo e dominar a corrida? Por que vocês acham que o Senna era tão obstinado por conquistar pole-positions?
Tá, é chato ver um domínio de um piloto. Foi chato com Schumacher e pode estar chato, agora, com Vettel. Mas esse piloto de 26 anos tem tudo para derrubar as marcas de seu ídolo de infância e você vai ficar aí, chupando dedo e dizendo que é só por causa do carro e do Newey. Não é.
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Um comentário:
É para o alonso..isto!!
Sem dúvida..uma bela corrida.
Parabéns é claro ao Alonso..de 8º à 2º.
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