terça-feira, 30 de julho de 2013

Vitória do coração partido*

* Por Luis Fernando Ramos


Dizem que as melhores músicas são as compostas com o coração partido. O mesmo pode ser aplicado para o desempenho de Lewis Hamilton no GP da Hungria. Com uma pilotagem perfeita, o inglês obteve sua primeira vitória pela equipe Mercedes, contrariando as previsões de que sofreria com o desgaste de pneus numa prova disputado com o asfalto chegando a 50 graus de temperatura. Mas, na sua cabeça, só havia a memória da ex-namorada, a cantora Nicole Scherzinger. Os dois terminaram uma relação de quatro anos em maio.

- Fiquei a corrida inteira pensando em alguém especial para mim e queria dedicar esta vitória a ela. Estes têm sido os piores meses da minha vida, mas quando venho para uma corrida é uma preocupação a mais. Então busco me animar, me manter concentrado. E é óbvio que isto não afeta minha pilotagem, estou andando bem e muito feliz com minhas voltas rápidas nas últimas corridas. Mas não é a mesma coisa - falou o piloto depois do triunfo.

A boa performance de Hamilton em relação aos pneus foi o que mais chamou a atenção. Ele fez uma estratégia de três paradas, similar a de Sebastian Vettel, o terceiro colocado. Mas ninguém, nem o próprio piloto inglês, acreditava que o carro da Mercedes seria capaz de passar incólume ao calor. Difícil foi explicar depois.

- Largando da pole, estava rezando para que estes pneus funcionassem a nosso favor. Parece ter dado certo: o asfalto com mais de 50 graus, uma das corridas mais quentes que eu corri e, para um carro que sofria com degradação elevada, foi um passeio no parque. Estou perplexo - admitiu.

Vettel, que também acabou superado por Kimi Raikkonen graças à estratégia do finlandês de fazer uma parada a menos, recebeu com mais naturalidade a superioridade da Mercedes no “caldeirão” de Hungaroring.

- Parabéns para Lewis, fez um bom trabalho na classificação e na corrida. Velocidade eles têm e os pneus aguentaram bem, o que não é a primeira vez que acontece com a Mercedes, desde Mônaco eles vêm crescendo. Não estou dizendo que foi por causa do polêmico teste, mas só dizendo o ponto em que eles começaram a entender melhor os problemas que tinham e passaram a resolvê-los.

Assim, o Mundial de 2013 chega para a pausa no verão europeu com uma liderança de Vettel mais contundente na pista do que na tabela. 38 pontos parece muito, mas quando o grupo de perseguidores que está nesta faixa é formado por Kimi Raikkonen, Fernando Alonso e Lewis Hamilton numa ascendente Mercedes, é precipitado demais ver algo decidido. Bom para nós.

O GP da Hungria ainda trouxe temas interessantes na pista, como os incidentes que envolveram Romain Grosjean e dividiram opiniões em relação à justiça das punições; ou fora dela, como o imbecil factóide de uma suposta conversa entre Fernando Alonso e a Red Bull. Outros temas também continuam atuais.

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