quinta-feira, 18 de julho de 2013
Os jovens, os não tão jovens e a comercialização dos testes*
* Por Julianne Cerasoli
Pode perguntar para pilotos, chefes de equipe e todas as cabeças pensantes do esporte: é preciso dar mais chances para os jovens talentos andarem antes de jogá-los na fogueira e esperar a próxima leva de Raikkonens, Alonsos, Hamiltons ou Vettels. O mais jovem campeão do mundo – e, de quebra, bi e tri também – pode ser considerado o último dos moicanos, que pôde testar (praticamente) à vontade nos tempos de BWM para estrear com um mínimo de preparo.
Mínimo porque ser piloto de Fórmula 1 não é só sentar no carro. Mesmo quem está fechando o grid na Marussia tem de conviver com níveis de pressão e estresse para os quais é impossível treinar. Isso sem contar nas viagens e compromissos adicionais. Se, no meio de tudo isso, tiver de aprender sistemas do carro e lidar com situações que poderiam ter sido vivenciadas também nos testes, é natural que o talento demore mais a aparecer.
É isso que temos visto nestas últimas levas de pilotos na era pós-restrição de testes na Fórmula 1, aliada a fins de semana absurdamente condensados da GP2 e GP3. Sim, não é apenas na categoria de cima que falta tempo de pista, o que explica a dificuldade de um piloto “chegar chegando” e se manter em alto nível mesmo nas categorias de baixo. Passadas duas, três temporadas, ainda é difícil cravar se o piloto X tem futuro.
A motivação é comercial e compreensível. GP2 e GP3 ganham em visibilidade por acontecerem junto dos finais de semana da Fórmula 1 e são viáveis muito por conta disso. Por outro lado, precisam se adequar aos horários. Os testes de pista também não podem ser liberados como antigamente, pois a brincadeira já não é de grandes montadoras, mas sim, em sua maioria, de empresas mais frágeis.
Em meio a tudo isso, temos os testes originalmente destinados a jovens pilotos, mas depois abertos a titulares – por um dia por equipe. Compreensível também e, fato raro, bastante sensato por parte da FIA, que ao mesmo tempo agradou os times e a Pirelli e não esqueceu dos jovens.
Mas quando vemos aberrações na lista de pilotos, como González, Sato ou Cecotto – isso sem contar os que não são nem jovens, nem titulares, com Prost e Paffett – bate aquele choque de realidade. Se até o atual campeão da GP2 paga milhões por uma vaga que lhe dá o direito de alguns quilômetros de testes e muito trabalho promocional, imagine quem nem deveria chegar perto de um carro desses tendo em vista seu histórico no automobilismo. O dinheiro sempre existiu no automobilismo, mas se antes ele era necessário para os menos gabaritados, agora é condicional para qualquer um.
Claro que nem tudo está perdido. No mesmo line up, temos nomes promissores, como Antonio Felix da Costa, Robin Frijns e até Tio Ellinas, que vem fazendo uma campanha a la Vettel na GP3. Talento existe, só é preciso encontrar uma maneira dele chegar até o topo com menos cheques e mais tempo de pista. Seria sonhar alto demais?
Pode perguntar para pilotos, chefes de equipe e todas as cabeças pensantes do esporte: é preciso dar mais chances para os jovens talentos andarem antes de jogá-los na fogueira e esperar a próxima leva de Raikkonens, Alonsos, Hamiltons ou Vettels. O mais jovem campeão do mundo – e, de quebra, bi e tri também – pode ser considerado o último dos moicanos, que pôde testar (praticamente) à vontade nos tempos de BWM para estrear com um mínimo de preparo.
Mínimo porque ser piloto de Fórmula 1 não é só sentar no carro. Mesmo quem está fechando o grid na Marussia tem de conviver com níveis de pressão e estresse para os quais é impossível treinar. Isso sem contar nas viagens e compromissos adicionais. Se, no meio de tudo isso, tiver de aprender sistemas do carro e lidar com situações que poderiam ter sido vivenciadas também nos testes, é natural que o talento demore mais a aparecer.
É isso que temos visto nestas últimas levas de pilotos na era pós-restrição de testes na Fórmula 1, aliada a fins de semana absurdamente condensados da GP2 e GP3. Sim, não é apenas na categoria de cima que falta tempo de pista, o que explica a dificuldade de um piloto “chegar chegando” e se manter em alto nível mesmo nas categorias de baixo. Passadas duas, três temporadas, ainda é difícil cravar se o piloto X tem futuro.
A motivação é comercial e compreensível. GP2 e GP3 ganham em visibilidade por acontecerem junto dos finais de semana da Fórmula 1 e são viáveis muito por conta disso. Por outro lado, precisam se adequar aos horários. Os testes de pista também não podem ser liberados como antigamente, pois a brincadeira já não é de grandes montadoras, mas sim, em sua maioria, de empresas mais frágeis.
Em meio a tudo isso, temos os testes originalmente destinados a jovens pilotos, mas depois abertos a titulares – por um dia por equipe. Compreensível também e, fato raro, bastante sensato por parte da FIA, que ao mesmo tempo agradou os times e a Pirelli e não esqueceu dos jovens.
Mas quando vemos aberrações na lista de pilotos, como González, Sato ou Cecotto – isso sem contar os que não são nem jovens, nem titulares, com Prost e Paffett – bate aquele choque de realidade. Se até o atual campeão da GP2 paga milhões por uma vaga que lhe dá o direito de alguns quilômetros de testes e muito trabalho promocional, imagine quem nem deveria chegar perto de um carro desses tendo em vista seu histórico no automobilismo. O dinheiro sempre existiu no automobilismo, mas se antes ele era necessário para os menos gabaritados, agora é condicional para qualquer um.
Claro que nem tudo está perdido. No mesmo line up, temos nomes promissores, como Antonio Felix da Costa, Robin Frijns e até Tio Ellinas, que vem fazendo uma campanha a la Vettel na GP3. Talento existe, só é preciso encontrar uma maneira dele chegar até o topo com menos cheques e mais tempo de pista. Seria sonhar alto demais?
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