* Por Julianne Cerasoli
Só depois de um freak show de pneus estourados que a FIA resolveu sair de sua inércia e convocou uma reunião com Pirelli e equipes. A ideia é que não seja mais necessário ter unanimidade para mudar a construção dos pneus, uma vez que a empresa italiana reluta em justificar uma alteração por motivos de segurança. Difícil saber o que pode ser feito em tão pouco tempo, uma vez que a pista de Nurburgring também não é das mais amistosas com os pneus. Difícil, também, entender por que as falhas de Silverstone foram diferentes daquelas vistas até aqui – os pneus estouraram de verdade, não continuaram inflados.
Sobre o campeonato – sim, há um campeonato! – a frase que fica é a de Alonso, ainda no pódio. “Houve domingos em que marcamos mais pontos e eu estive mais otimista do que hoje.” Mesmo com o abandono de Vettel e tendo descontado pontos em relação ao líder, Ferrari e Lotus saem de Silverstone com o sinal amarelo piscando. Perder terreno em relação à Red Bull em circuitos atípicos como de Monte Carlo ou Montreal era até aceitável, mas o desastre da classificação na Grã-Bretanha não estava nos planos.
Mesmo que o ritmo de corrida não tenha sido tão ruim como o de classificação, como é de praxe, Alonso e Raikkonen não podem continuar largando atrás se quiserem diminuir os 21 e 34 pontos, respectivamente, que têm de desvantagem para o alemão. É claro que mais problemas podem acontecer com a Red Bull, mas, quanto mais mão-de-obra Fernando e Kimi tiverem no meio do pelotão, maior a possibilidade deles também se envolverem em confusão ou não conseguirem maximizar seus resultados.
A Lotus não cresceu tanto quanto esperava, mas pelo menos correu com dois carros com especificações diferentes, gostou do que viu na corrida com o duto passivo usado por Kimi e agora tem de estudar os dados para juntar o que há de melhor para a Alemanha. Já o problema da Ferrari é o mesmo dos últimos anos, a correlação, algo que parecia ter ficado no passado.
Para piorar o cenário dos caçadores de Vettel, a performance de Silverstone firma a Mercedes como segundo melhor carro no geral. Como Hamilton e Rosberg estão mais distantes de Vettel na tabela, mesmo se tirarem pontos do alemão, podem servir como “escudeiros involuntários”.
Falando em Mercedes, se alguém duvidava que o teste de Barcelona tinha o ajudado, o ritmo em um circuito de alta velocidade e que demanda muito dos pneus – até demais, pelo visto – deu ainda mais razão para quem não ficou feliz com o brando veredicto da FIA.
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