* Por Lívio Oricchio
Pilotos e técnicos sentiram na pele, nesta quarta-feira, tão logo desembarcaram em Budapeste, o que os aguarda no fim de semana no circuito Hungaroring. A prova poderá entrar na relação das disputadas sob temperatura mais elevada. As 17 horas os termômetros registravam, nesta quarta-feira, 32 graus Celsius. No sábado espera-se 35 e domingo, dia da corrida, calor próximo dos 40 graus.
Paul Hembery, diretor da Pirelli, fornecedor de pneus da Fórmula 1, disse para a imprensa italiana, nos testes de Silverstone, na semana passada, que as equipes teriam um “belo desafio” na Hungria. “Esperamos temperaturas bastante altas.” A previsão se confirmou. Apesar dos novos pneus apresentarem desgaste menor dos que vinham sendo utilizados, os distribuídos para a prova em Budapeste, macios e médios, vão ser submetidos a esforços consideráveis. De novo a administração do seu desgaste deverá definir o vencedor da décima etapa do calendário.
Será interessante acompanhar o trabalho da Mercedes no fim de semana. A escuderia não pôde treinar em Silverstone, com os novos pneus Pirelli, como punição por ter realizado um teste em maio, no Circuito da Catalunha. Lewis Hamilton e Nico Rosberg iniciam a disputa um estágio atrás dos adversários.
Num passado mais recente, a temperatura ambiente mais elevada num GP foi registrada na edição de 2005 da etapa de Bahrein, realizada dia 3 de abril: 42 graus. A do asfalto atingiu 60 graus. No sábado, na classificação, a Fórmula 1 conviveu com 44 graus ambiente, provavelmente a maior de sua história. Mas a umidade do ar de apenas 11%, clima no deserto de Sakhir, onde se encontra o autódromo, reduz um pouco os efeitos indesejáveis do calor excessivo.
As provas na Malásia, quase sempre disputadas sob calor que varia de 30 a 32 graus, são bem mais desgastantes para os profissionais da competição, pois a umidade frequentemente fica entre 60 e 80%.
Amanhã, no primeiro encontro com a imprensa, os pilotos com certeza vão abordar a questão da temperatura. Mais: contar o que estão fazendo para não perder desempenho ao longo das estressantes 69 voltas no traçado de 4.381 metros, de apenas uma reta, o que significa que trabalham o tempo todo.
Os pilotos são, hoje, superatletas. Sem exceção, possuem treinadores pessoais gabaritados e o apoio de profissionais de várias áreas, como massagistas, nutricionistas e psicólogos, a fim de prepará-los para enfrentar os imensos desafios físicos e mentais da competição. O GP da Hungria representará uma boa oportunidade para avaliar a eficiência desse trabalho.
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