* Por Victor Martins
Já é difícil acordar neste frio — não negocio com temperaturas abaixo de 18ºC —, e aí a gente folheia a internet e recebe o comunicado de que a Áustria vai voltar à F1 no ano que vem, em acordo negociado entre a Red Bull e Bernie Ecclestone.
Virou a farra do boi, pelo jeito. Ou do touro, no caso. O autódromo austríaco foi reformado depois que a empresa de Dietrich Mateschitz passou a tomar conta do negócio, mas é estranho que uma região como a de Zeltweg/Spielberg volte a receber a F1 com todas essas exigências esnobes e pasteurizadas de modernidade.
Aos que têm como última recordação as corridas da década passada, sobretudo a do “hoje, não, hoje, não… hoje, sim?”, imagine que duas únicas mudanças são visíveis aos olhos: as arquibancadas e a estrutura dos boxes, e nada que seja tão suntuoso a ponto de fazer uma categoria que se deleita com Abu Dhabi e Cingapura a voltar lá.
É claro que a influência que a Red Bull exerce na F1 é o segundo maior ponto desta negociação. O conglomerado que banca duas escuderias, uma delas tricampeã, já sabe como dobrar o velho Bernie. E os ‘energeticodólares’ bancam obviamente a farra toda, afinal valem tanto quanto os oferecidos pelo mundo asiático.
A ótima e curta pista, rebatizada de Red Bull Ring, tende a fazer dobradinha no ano que vem ou com a Alemanha (Hockenheim) ou com a Hungria — ou seria possível uma trinca de corridas juntas; até porque o calendário se apresenta com um inchaço imenso. Considerando que ninguém sai e que vão entrar também Nova Jersey e Rússia, são 22 corridas, negão, com início no Bahrein e fim no Brasil. Sem contar que querem iniciar os testes de pré-temporada rapidinho em janeiro.
A F1 é trabaio, como diria o outro.
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