* Por André Jung
Depois de uma semana conturbada, na esteira dos detritos da Pirelli deixados no asfalto de Silverstone, a F1 chegou à pista de Nürburgring com uma série de dúvidas no ar. Os novos pneus iriam aguentar? A Ferrari iria gerar temperatura neles? Os pilotos iriam fazer greve? (Ra ra rá) O Vettel ganharia sua primeira na Alemanha?
As respostas vieram e foram um tanto óbvias: os novos pneus, que, na verdade, já tinham de ter rodado em Silverstone, deram conta do recado. Aliás, a Ferrari foi uma das três equipes que vetou seu uso na Inglaterra, e a revolta de Felipe Massa, ao se tornar parte do festival de pneus estourados, também deveria ser voltada para a própria equipe.
Massa é uma das questões relevantes na crise da Ferrari, que volta a mostrar impotência para enfrentar Vettel e seu Red Bull, mas, como nem Alonso está feliz, a crise do brasileiro toma aspectos secundários. Hoje, mais importante do que discutir um substituto para o brasileiro é encontrar o caminho para reter o espanhol.
Depois de ter recuperado velocidade, Felipe permanece inconstante, cometendo erros estranhos e desperdiçando oportunidades. O suporte que a Ferrari tem proporcionado ao brasileiro é um caso único na história da equipe, notória por fritar diversos pilotos.
Mas até onde vai a motivação do espanhol em permanecer em um time que ano após ano se mostra incapaz de produzir um carro campeão? Hoje, Alonso faz escada para o brilho de Vettel. A favor da Ferrari está o fato de que existem poucas portas abertas para Alonso.
Voltar para a Lotus, onde foi bicampeão nos tempos da Renault, seria uma alternativa competitiva. A equipe, que nunca teve o orçamento das maiores, mantém um corpo técnico de alto nível, produzindo soluções criativas e carros capazes de vencer. Mas o salário de Alonso, para uma equipe em dificuldades financeiras, é forte empecilho.
A saída prevista de Kimi Räikkönen e a performance errática de Romain Grosjean fazem da Lotus um centro nevrálgico de negociações, com diversos candidatos na busca de um lugar em um dos cockpits da equipe. Hülkenberg, Maldonado, Paul Di Resta e até Alguersuari estão nessa briga e, aparentemente, quem levar mais dinheiro fica com a vaga.
A Mercedes sofreu com a proibição de inverter os pneus traseiros, o que acabou fazendo com que seus carros voltassem a superaquecê-los durante a corrida, tirando seus pilotos da luta por posições importantes. Fora dos três dias de treinos em Silverstone, por conta do teste feito para a Pirelli em que utilizou o carro de 2013, o time ainda deverá sofrer um bocado no verão europeu.
Jenson Button, que estava devendo um desempenho digno de primeiro piloto, conseguiu sua melhor prova da temporada, colocou seu carro no Q3 e fez uma corrida sólida, com tempos competitivos. No final, atrapalhado pelos dois carros da Caterham em luta direta, perdeu tempo e a quinta posição para Hamilton, que calçava pneus mais novos.
Se o GP da Inglaterra foi providencial, no sentido de, mesmo injustamente, diminuir a distância entre Vettel e seus seguidores, o GP da Alemanha mostrou claramente que não há adversário à altura do tricampeão, que caminha tranquilo para o quarto caneco consecutivo.
Em Budapeste, pode ser que a Lotus consiga surpreender, mas, ainda assim, Vettel, que, com apenas 26 anos, já é um piloto muito experiente, tem terminado, sempre que o carro permite, entre os quatro primeiros, minando as esperanças de seus adversários.
Enquanto isso...
...largando mal mais uma vez, Webber explica a opção por endurance, onde o tamanho das corridas faz com que pouco importe a posição de grid...
...a briga entre os franceses Jules Bianchi e Charles Pic tem movimentado o fundo do grid...
... a Catherham tem levado a melhor, mas a Marussia está determinada em superar os rivais...
... especialmente Pic, que no GP Brasil de 2012, correndo para a Marussia, foi ultrapassado na parte final da corrida pelo russo Petrov de Caterham, o que fez as duas equipes trocarem de posição na última prova do campeonato e que tirou milhões de dólares da conta do time anglo-russo!
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