segunda-feira, 11 de março de 2013

Falou bonito*

* Por Fábio Seixas



Era pra ser uma entrevista coletiva sobre a demonstração, no Rio.

Mas Massa acabou falando muito mais sobre a situação do automobilismo brasileiro.

Há, afinal, duas barbeiragens saltando aos olhos.

A primeira, o fato de haver apenas um representante do país na abertura da temporada da F-1, o que não ocorria desde 1978 _quando ele ainda não havia nascido. A segunda, o fato de a exibição acontecer numa cidade que sepultou seu autódromo no final do ano passado.

“Vai ser estranho, vou me sentir mais sozinho. Não vai ter aquela brincadeira antes da corrida, nas reuniões… Os brasileiros sempre foram muito grudados. Anos atrás, havia brasileiros correndo em tudo quanto era categoria na Europa. Hoje não há mais”, disse.

“Eu tentei ajudar. Tirei dinheiro do meu próprio bolso. Era algo que eu não precisava fazer, porque eu já estava na F-1. Mas quis ajudar e não consegui. A CBA [Confederação Brasileira de Automobilismo] tem muito a fazer, precisava criar oportunidades para ajudar o automobilismo, como acontece na Alemanha, na Inglaterra, na França… Mas, para isso, precisa mudar a mentalidade.”

É, ainda, curioso (e triste) que o único brasileiro na F-1 nunca tenha acelerado um carro da categoria em Jacarepaguá.

“Espero que este evento sirva para perceberem que destruir Jacarepaguá foi uma besteira.”

Já critiquei Massa várias vezes aqui no blog por conta do seu desempenho nas pistas. Assim como, quando ele foi bem, elogiei.

Mas é algo cada vez mais forte: com ou sem o microfone na mão, ele faz valer a condição de piloto na F-1 e tenta mudar as coisas.

Se vai conseguir, difícil dizer. Mas ele tenta. E já é mais, muito mais, do que a grande maioria de seus antecessores.

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