terça-feira, 19 de março de 2013
O dia da estratégia*
* Por Rafael Lopes
“Estratégia. Em grego, estrategia. Em latim, estrategie. Em francês, stratégie.” A famosa frase do filme “Tropa de Elite” cabe bem no texto sobre o GP da Austrália. Não tem como analisar a corrida sem falar da estratégia das equipes. Para o bem e para o mal. Após um fim de semana apenas discreto, a Lotus brilhou: usou da tática para colocar Kimi Raikkonen em condições de ganhar a corrida – e o finlandês respondeu à altura. Para isso, seguiu à risca o que a Pirelli, fabricante de pneus recomendou: começou com os supermacios e trocou por dois jogos de médios. Duas paradas nos momentos corretos. Resultado: Raikkonen venceu a prova até com certa folga no circuito de rua do Albert Park. E a Lotus se tornou uma das postulantes ao título da temporada.
Depois do acerto, o erro. Felipe Massa fez uma corrida brilhante: foi agressivo na largada e subiu de quarto para segundo. Depois colocou a faca nos dentes e se defendeu exemplarmente do ataque do companheiro Fernando Alonso na primeira parte da corrida. Era o piloto mais rápido da pista e ameaçava o então líder Sebastian Vettel. Até que, no momento da segunda parada, a Ferrari inverte tudo e chama o espanhol antes do brasileiro para os boxes. As três voltas a mais que Massa deu na pista o fizeram ficar atrás de Alonso, Vettel e Sutil. O tempo perdido tirou suas chances de vitória em Melbourne. Por outro lado, deixou o bicampeão mundial de 2005 e 2006 na segunda posição da corrida, enquanto o brasileiro ficou fora do pódio, em quarto.
Não, não se trata de teoria da conspiração. Foi um erro da Ferrari. Agora é ficar atento para o comportamento da equipe nas próximas corridas. Após a prova, Massa foi diplomático e disse que a decisão foi tomada por ele e seu engenheiro, o inglês Rob Smedley. Ao mesmo tempo, sua linguagem corporal mostrava uma certa insatisfação com a situação. Ainda assim, na minha opinião, o resultado foi bem positivo para ele. O ritmo mostrado na corrida indica que ele vai incomodar os rivais neste ano. Ser mais rápido que o companheiro Alonso é uma boa resposta para aqueles que o tiraram da F-1 e decretaram o fim de sua carreira na má fase dos últimos dois anos. Se terá chances de título, ainda não dá para saber. Mas veremos coisas boas em 2013.
A RBR, por sua vez, ainda precisa remar muito se quiser repetir o domínio mostrado nas últimas corridas do ano passado. O treino classificatório, realizado em condições atípicas, começando em um dia e terminando no outro, mascarou um pouco o desempenho o RB9. Parecia que ele sobrava. Mas não foi bem assim em ritmo de prova. Vettel liderou no início, mas sofreu com o desgaste de pneus. Chegou no pódio em terceiro, um resultado muito aquém do esperado. Mark Webber, por sua vez, demonstrou de novo sua inabilidade em largadas e perdeu muitas posições. Ainda conseguiu reagir e chegar em sexto, logo atrás de Lewis Hamilton, da Mercedes. A equipe precisa se recuperar. E em um ano que promete ser equilibrado, é uma tarefa bem complicada.
Uma surpresa bem agradável foi o desempenho da Mercedes. A equipe alemã era considerada fogo de palha na pré-temporada, mas mostrou que tem um carro bem rápido. Só que, assim como o modelo do ano passado, ele sofre com o alto desgaste de pneus em condições de corrida. Um trabalho para o time chefiado por Ross Brawn. Nesta corrida, Hamilton foi o quinto. Já o alemão Nico Rosberg teve problemas eletrônicos. Seu motor apagou no meio da prova e ele acabou forçado a abandonar. De qualquer forma, o horizonte da Mercedes neste ano parece ser muito bom. Seria uma bela volta por cima após o fiasco do ano passado, quando venceu logo no início, mas passou várias provas em seguida sem pontuar e andar bem durante as corridas.
Já na McLaren, o sinal de alerta está ligado. O MP4/28 não teve um bom desempenho durante todo o fim de semana, para azar do inglês Jenson Button e do mexicano Sergio Pérez. Na corrida, os dois pilotos não foram mais que meros coadjuvantes. O campeão de 2009 foi apenas o nono e o recém-contratado pelo time inglês ficou em 11º. Ambos quase uma volta atrás do vencedor Raikkonen. O trabalho agora é minimizar o mau desempenho até o início da temporada europeia, no GP da Espanha, quando as equipes voltam para suas bases. A Fórmula 1 ainda passa por Malásia, China e Bahrein antes disso. A McLaren vive um drama.
“Estratégia. Em grego, estrategia. Em latim, estrategie. Em francês, stratégie.” A famosa frase do filme “Tropa de Elite” cabe bem no texto sobre o GP da Austrália. Não tem como analisar a corrida sem falar da estratégia das equipes. Para o bem e para o mal. Após um fim de semana apenas discreto, a Lotus brilhou: usou da tática para colocar Kimi Raikkonen em condições de ganhar a corrida – e o finlandês respondeu à altura. Para isso, seguiu à risca o que a Pirelli, fabricante de pneus recomendou: começou com os supermacios e trocou por dois jogos de médios. Duas paradas nos momentos corretos. Resultado: Raikkonen venceu a prova até com certa folga no circuito de rua do Albert Park. E a Lotus se tornou uma das postulantes ao título da temporada.
Depois do acerto, o erro. Felipe Massa fez uma corrida brilhante: foi agressivo na largada e subiu de quarto para segundo. Depois colocou a faca nos dentes e se defendeu exemplarmente do ataque do companheiro Fernando Alonso na primeira parte da corrida. Era o piloto mais rápido da pista e ameaçava o então líder Sebastian Vettel. Até que, no momento da segunda parada, a Ferrari inverte tudo e chama o espanhol antes do brasileiro para os boxes. As três voltas a mais que Massa deu na pista o fizeram ficar atrás de Alonso, Vettel e Sutil. O tempo perdido tirou suas chances de vitória em Melbourne. Por outro lado, deixou o bicampeão mundial de 2005 e 2006 na segunda posição da corrida, enquanto o brasileiro ficou fora do pódio, em quarto.
Não, não se trata de teoria da conspiração. Foi um erro da Ferrari. Agora é ficar atento para o comportamento da equipe nas próximas corridas. Após a prova, Massa foi diplomático e disse que a decisão foi tomada por ele e seu engenheiro, o inglês Rob Smedley. Ao mesmo tempo, sua linguagem corporal mostrava uma certa insatisfação com a situação. Ainda assim, na minha opinião, o resultado foi bem positivo para ele. O ritmo mostrado na corrida indica que ele vai incomodar os rivais neste ano. Ser mais rápido que o companheiro Alonso é uma boa resposta para aqueles que o tiraram da F-1 e decretaram o fim de sua carreira na má fase dos últimos dois anos. Se terá chances de título, ainda não dá para saber. Mas veremos coisas boas em 2013.
A RBR, por sua vez, ainda precisa remar muito se quiser repetir o domínio mostrado nas últimas corridas do ano passado. O treino classificatório, realizado em condições atípicas, começando em um dia e terminando no outro, mascarou um pouco o desempenho o RB9. Parecia que ele sobrava. Mas não foi bem assim em ritmo de prova. Vettel liderou no início, mas sofreu com o desgaste de pneus. Chegou no pódio em terceiro, um resultado muito aquém do esperado. Mark Webber, por sua vez, demonstrou de novo sua inabilidade em largadas e perdeu muitas posições. Ainda conseguiu reagir e chegar em sexto, logo atrás de Lewis Hamilton, da Mercedes. A equipe precisa se recuperar. E em um ano que promete ser equilibrado, é uma tarefa bem complicada.
Uma surpresa bem agradável foi o desempenho da Mercedes. A equipe alemã era considerada fogo de palha na pré-temporada, mas mostrou que tem um carro bem rápido. Só que, assim como o modelo do ano passado, ele sofre com o alto desgaste de pneus em condições de corrida. Um trabalho para o time chefiado por Ross Brawn. Nesta corrida, Hamilton foi o quinto. Já o alemão Nico Rosberg teve problemas eletrônicos. Seu motor apagou no meio da prova e ele acabou forçado a abandonar. De qualquer forma, o horizonte da Mercedes neste ano parece ser muito bom. Seria uma bela volta por cima após o fiasco do ano passado, quando venceu logo no início, mas passou várias provas em seguida sem pontuar e andar bem durante as corridas.
Já na McLaren, o sinal de alerta está ligado. O MP4/28 não teve um bom desempenho durante todo o fim de semana, para azar do inglês Jenson Button e do mexicano Sergio Pérez. Na corrida, os dois pilotos não foram mais que meros coadjuvantes. O campeão de 2009 foi apenas o nono e o recém-contratado pelo time inglês ficou em 11º. Ambos quase uma volta atrás do vencedor Raikkonen. O trabalho agora é minimizar o mau desempenho até o início da temporada europeia, no GP da Espanha, quando as equipes voltam para suas bases. A Fórmula 1 ainda passa por Malásia, China e Bahrein antes disso. A McLaren vive um drama.
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