Amigos leitores, amantes do
automobilismo, a F1 romântica não existe há um bom tempo, mas a nova F1 é
composta de politicagem até o pescoço. O esquemão Ferrari de gerir pilotos e
crises parece que se alastrou para as demais equipes e poucos pilotos tem
coragem (para não dizer colhões) para proferir uma ou outra frase de maior
impacto como “nada mal para um segundo piloto” de Mark Webber em 2010, e que eu
me lembre, só.
Só... até 2012 quando uma figura
tida como ranzinza, fria e sem graça retorna a F1. Kimi era considerado como um dos
pilotos mais inexpressivos da categoria. Não sorria, não tinha reações, não
tinha tato com as pessoas, e o que os outros chamavam de antipatia, eu chamo de
autenticidade. Afinal, não há nada de mais autêntico do que chupar um sorvete
em plena expectativa de retorno da corrida no GP da Malásia, e o ápice foi o
“Leave me alone, I know what I have to do” frase épica e que em tempos de F1 moderna, é impronunciável.
Raikkonen é uma daquelas pessoas
que confia em seu taco, tanto que se não retornasse a F1 seria mais um
ex-campeão. Mas ele está de volta e, acredite, o ser antipático e sem sal se
tornou a maior atração da categoria em 2012. Ele roubou a cena, dentro e fora
das pistas, dentro prova que a cada dia está melhor, ainda mais frio e
calculista e dirigindo como nunca, fora, não mudou absolutamente nada, na
verdade apenas uma coisa mudou, a equipe e a maneira como a equipe lida com seu
piloto e com seus feitos “autênticos”.
Não sei como seria se os polidos
Alonso, Massa ou Hamilton falasse isso ao seu mecânico, o gentleman Button
certamente não falaria. Mas a Lotus deu uma demonstração de como o jeitão
Raikkonen de ser pode ser tão bem aproveitado para a mídia. A equipe não é a
Ferrari ou a McLaren que lida com mãos-de-ferro com os seus pilotos, e até a
Red Bull não faz mais as peripécias de começo de categoria, ficou burocrática e
relativamente sem sal. Lembro-me dos engraçados Redbulletins que animavam os
paddocks e agora a descontração e quebra de gelo (sem nenhum tipo de
associação) vem da Lotus e, principalmente, dele, o sisudo, mal-humorado, no
smile, Kimi Raikkonen.
Portanto, amigos leitores, nada
como conseguir ver oportunidade quando todos veem dificuldade. Afinal, uma hora
você pode ver sapo, mas é só virar um pouquinho a cabeça, que pode ver cavalo.
E.T. Raikkonen fez uma corrida fantástica e Massa comprovou a boa fase, andando no ritmo esperado por um piloto Ferrari.
E.T.3 A Marussia fez um carro justo pela primeira vez.
E.T.4 A Malásia é logo ali!
Um comentário:
Seja bem-vindo de volta, nobre ICE!!! topa um café cheio de açucar na fila??? huahua...
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