* Por Luis Fernando Ramos
Se as consequências da confusão na Red Bull ainda não estão muito claras - eu apostaria numa postura conciliatória e não punitiva por parte da direção do time -, na Mercedes tudo aponta para que Ross Brawn saia como o grande derrotado do episódio ocorrido na Malásia.
Embora existam semelhanças entre as interferências das equipes na briga de seus pilotos, há uma diferença fundamental: na Mercedes, um carro (o de Hamilton) estava realmente no limite de sua resistência e o ritmo precisava ser dosado. O que vinha atrás (o de Rosberg) tinha sobras e, como o próprio piloto falou pelo rádio, poderia tentar pressionar e se aproveitar de qualquer eventualidade com a dupla da Red Bull. Ross Brawn não permitiu que isto acontecesse.
Rosberg, claro, não gostou. Hamilton também não gostou e disse que, na improvável hipótese de um cenário como este se repetir, cederia a posição ao companheiro de equipe. Niki Lauda, o consultor do time, condenou com veemência a ordem de Brawn. Toto Wolff foi mais conciliador, mas também indicou que a atitude será outra caso um episódio assim aconteça no futuro. Quando se reunirem novamente na fábrica em Brackley, todos olharão feio para o homem que passou o GP da Malásia fazendo sua velha política com o dedão enfiado no botão do rádio.
São os ventos da mudança soprando fortes nos campos da Mercedes. Nick Fry já deixou o time no último final de semana. Com a chegada iminente de Paddy Lowe no ano que vem, Brawn está com os dias contados. E, depois do ocorrido no último domingo, deve perder influência dentro do time até sua saída.
No fundo, esta é a melhor notícia de um domingo deveras confuso para a Fórmula 1. Afinal, o inglês esteve por trás de muitas das ordens de equipe recentes da categoria que tiveram o impacto de uma flecha no coração dos fãs de esporte. Quanto menos poder este tipo de gente tiver, melhor para todos nós.
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