* Por Luis Fernando Ramos
Enquanto eu andava pelo paddock do Albert Park depois das entrevistas, um colega europeu bateu a mão no meu ombro e sentenciou: “Aquelas corridas fora da Europa no final do ano terão sala de imprensa vazia. Todo mundo vai aproveitar para economizar porque até Monza o campeonato acaba”.
O episódio deu uma dimensão do assombro causado pelo desempenho do RB9 em sua primeira real demonstração de performance. Embora o discurso de seus pilotos busque diminuir esta impressão, é um fato que o time sobrou nos treinos livres desta sexta-feira.
Sebastian Vettel marcou o melhor tempo de 1min25s908 na sua segunda volta com o pneu supermacio já que na primeira, que seria ainda mais veloz, ele foi atrapalhado por outro piloto. Ainda sua, sua marca foi mais de quatro décimos de segundo melhor que a de Nico Rosberg, o melhor do resto com a Mercedes.
Os rivais acusaram a golpe. Rindo, Grosjean comentou que “não dá para almejar algo melhor que um terceiro no grid. A primeira fila é da Red Bull”. É o mesmo caminho de domínio de dominação que o time anglo-austríaco empregou com sucesso nos últimos anos: largar na frente graças à superioridade na classificação e só controlar o que os outros fazem em ritmo de corrida, quando a performance fica mais nivelada. E em long runs, é bom ficar de olho principalmente em Ferrari e Lotus, que demonstraram potencial de incomodar nesta situação.
A questão do pneus aponta que era realmente exagero o cenário de horror de cinco ou seis paradas para a corrida. Embora o composto supermacio realmente acabe rapidamente (cerca de dez voltas, apontaram os pilotos), a combinação com o macio (em torno de vinte voltas) apontam para uma prova entre duas e três paradas, tendendo mais para esta última opção.
O que também pode temperar este GP da Austrália é o clima. A chance de chover na classificação é estimada em 80% - e em boa quantidade. Isto poderia embaralhar o grid e, por consequência, este quadro inicial de um possível domínio da Red Bull.
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