quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Pílulas do Dia Seguinte: Interlagos-13

Sobre o gesto de Webber, já me lembraram de Berger e Pironi. Ok, que seja. Aplausos aos três. Trabalho com automobilismo há um bom tempo e tenho uma teoria que já expus algumas vezes. Uma das idiossincrasias do esporte é também um de seus pontos fracos. Não vemos os rostos dos pilotos. No futebol, no atletismo, no basquete, no tênis, no vôlei, e por aí vai, acompanhamos as expressões de nossos ídolos. A alegria, a tristeza, o drama, a apreensão, o alívio... No automobilismo, não. Temos que imaginar. Ao tirar o capacete e percorrer a última volta de sua carreira de cara pro vento, Webber deu um toque humano à F-1. Fez-nos lembrar que ali, dentro do cockpit, está alguém de carne e osso. E com um rosto. Levou 215 GPs, mas virei fã do australiano;

Todo o mercado de pilotos espera agora que uma peça se movimente. Maldonado. A coisa está tão maluca que há gente na Force India e na Sauber garantindo já ter fechado com o venezuelano. E ainda há a opção da Lotus. Enfim, enquanto ele não anunciar o futuro, ninguém mais se mexe. Todos querem a grana da PDVSA;

Massa revelou após a corrida que tinha um acerto com Alonso. O espanhol abriria passagem caso o brasileiro tivesse chance de pódio. Ou seja: não fosse a punição, ele provavelmente se despediria da Ferrari com seu segundo pódio na temporada. Ainda bem que não aconteceu. Seria melancólico, um troféu ganho desta maneira. Mais: ao revelar isso, Massa perde toda a razão de reclamar das ordens da Ferrari, inclusive da traumática “faster than you”;

Ainda sobre Massa, segue ilustração entregue aos pilotos no sábado, com a recomendação de não cruzarem a linha de entrada nos boxes. Acho que isso encerra o assunto...



Muita gente aposta que Brawn anunciará nesta semana seu destino em 2014. Para a Williams ele não vai, garante uma fonte. Para a Ferrari? Acho difícil, a não ser que Domenicali saia. A hipótese mais provável é também a menos empolgante: ele assumiria um cargo técnico na FIA, levado pelo ex-parceiro dos anos dourados de Maranello, Todt;

O “Guardian” fez um ranking do desempenho dos pilotos nesta temporada e colocou Chilton à frente de Alonso. O jornal inglês justifica: em Interlagos, ele se tornou o único piloto da temporada e o primeiro estreante da história a terminar todas as provas do Mundial. Sobre Alonso, “a mudança de pneus o prejudicou, mas, além disso, em nenhum momento ele se mostrou formidável”. Vettel ficou em primeiro, seguido por Grosjean. A lista completa está aqui;

Marko, sobre Kvyat, que em Interlagos andou pela primeira vez numa sexta-feira de F-1: “He has big balls”. Análise nada técnica e que prescinde de tradução. Mas totalmente válida em se tratando de F-1. Marko é das antigas, um cara sem mimimi. E que acertou em cheio ao levar o russo para a Toro Rosso;

Nasr ainda não resolveu a vida em 2014, mas disse em Interlagos que sua meta é ser piloto de testes. Não é o emprego dos sonhos, mas parece-me melhor do que encarar uma terceira temporada na GP2.

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