segunda-feira, 23 de abril de 2012

Um Mundial muito louco*

* Por Luiz Fernando Ramos

Sebastian Vettel gritou efusivamente no rádio da equipe depois de cruzar a linha de chegada e mostrou o dedo em riste ao descer do carro sinalizando que era o número 1 daquela corrida. A mesma cena que foi sinônimo de um domínio avalassador no ano passado ganhou um novo contexto nesse domingo no Bahrein.

Na quarta corrida de 2012, o alemão da Red Bull se tornou o quarto vencedor de quatro equipes diferentes neste ano. É algo que não acontecia desde 1983. E uma olhada na tabela deixa ainda mais clara a singularidade da atual temporada: Apenas dez pontos - o equivalente a um quinto lugar - separam o líder do quinto colocado no Mundial de Pilotos.

E este líder, o próprio Vettel, reconhece a igualdade existente na Fórmula 1 atual. - Estas primeiras quatro corridas foram extremamente equilibradas. Pequenas coisas fazem diferenças num final de semana - quantos pneus novos você tem, a relação de marchas que você escolhe, se asa traseira móvel é efetiva... Sem falar que cada uma das quatro corridas aconteceu em temperaturas diferentes e em traçados diferentes. Assim, não me surpreendo termos um resultado diferente a cada prova - avaliou.

A principal ameça de Vettel foi outro piloto de outra equipe que ainda não venceu neste ano. Kimi Raikkonen conseguiu um ótimo ritmo de corrida com o carro da Lotus, chegou a esboçar uma ultrapassagem a vinte voltas do final, mas teve de se conformar com o segundo lugar. Seu melhor resultado até agora neste seu retorno à F-1 teve, para ele, sabor de derrota.

- Estou decepcionado por não vencer. Havia uma possibilidade, mas só tive uma chance de ultrapassar e não consegui. O segundo lugar é bom, mas não é o que queremos. De qualquer jeito, a Lotus colocou Raikkonen e também Romain Grosjean no pódio. Ao lado da Sauber, forma uma dupla de equipes que não venceu, mas poderia ter vencido nesse ano - o time suíço chegou perto com Sergio Perez na Malásia.

Foi também em 1983 que seis equipes diferentes venceram corridas. Seria interessante se acontecesse o mesmo neste ano. Mas a Fórmula 1 faz uma pausa de três semanas até a próxima prova, com um teste coletivo em Mugello no meio. Na corrida de desenvolvimento, as equipes de orçamento maiores não medirão esforços para abrir vantagem para o resto.

Se vivemos um empate técnico, dá para afirmar sem medo de nenhum clichê: o Mundial vai começar para valer na temporada europeia com o GP da Espanha, no dia 13 do próximo mês.

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