terça-feira, 10 de abril de 2012

Má execução nas provas rouba pontos da McLaren*

* Por Julianne Cerasoli

Após fechar a primeira fila nas duas primeiras corridas do campeonato, e por margem considerável na Austrália e ainda respeitável na Malásia em relação aos principais rivais na corrida, a Red Bull (0s729 em Melbourne e 0s242 em um circuito no qual a aerodinâmica conta mais, Sepang), a McLaren não pode dizer que possui todos os pontos que o carro prometia serem possíveis.

Não por acaso, Lewis Hamilton saiu da Malásia reconhecendo que “deveria ter 50 pontos”, mas tem de se contentar com seus 30. Nada mal, é verdade, para o único piloto que subiu ao pódio nestas duas primeiras provas, mas a sensação de ter jogado pontos fora em um campeonato que se desenha apertado a julgar pelo rendimento irregular das equipes em condição de corrida, trata-se de um “desperdício” que o inglês quer resolver logo. E isso se estende ao outro lado da garagem também.

Mas por que a McLaren não estaria conseguindo reproduzir em corrida o ótimo ritmo de classificação? Ficou claro nas duas primeiras provas que a vantagem dos ingleses em classificação não se repete na mesma intensidade aos domingos. Foi assim na Austrália, a partir do momento em que Vettel se livrou das Mercedes e na Malásia, quando a pista secou: a Red Bull mostrou um ritmo ligeiramente superior.

Mas, se olharmos com cuidado ambas as provas, a equipe vem cometendo falhas que explicam os pontos jogados fora. São erros de execução durante o final de semana, estratégicos, os quais, somados a esse equilíbrio aos domingos, fazem com que se pague caro.

Na Austrália, a demora na primeira parada de Hamilton, algo feito para respeitar uma regra interna de que, em condições normais, o piloto que vai à frente tem prioridade nos boxes, acabou deixando o inglês na mira de Vettel. Isso foi especialmente ruim para Lewis porque seus pneus acabaram antes dos de seu companheiro e a volta a mais que deu o fez perder 7s, como vimos na análise estratégica da prova. É claro que o alemão só o superou devido ao Safety Car, mas isso seria evitado com uma tática menos míope no início, lembrando que a liderança de Button jamais esteve ameaçada.

Na Malásia, o inverso ocorreu: Hamilton estava na frente, mas foi Button quem teve prioridade nos boxes. E, quando os dois se encontraram após a segunda parada, era Jenson quem estava na frente. A explicação é que o próprio Lewis pediu para ficar mais na pista – aliás, tomar decisões acertadas em corridas complicadas nunca foi seu forte. Porém, a equipe demorou demais para chamá-lo para a última parada, cometendo o mesmo erro elementar da Sauber e deixando-o novamente na mira de Vettel – que estava se aproximando perigosamente, e com melhor ritmo, antes de bater em Karthikeyan. O indiano, aliás, acabou “salvando” a tarde de Hamilton duas vezes!

Além de um certo conservadorismo nas estratégias, a não ser quando Button tomou as rédeas nas duas primeiras paradas na Malásia - para depois se atrapalhar com o piloto da HRT e com as temperaturas de seus intermediários e acabar com sua corrida –, outro grande empecilho para o potencial da McLaren se transformar em pontos tem sido o trabalho de boxes. A equipe apareceu com o sexto melhor trabalho na Austrália e apenas o 16º na Malásia.

Em Sepang, ambos tiveram paradas desastrosas, principalmente Hamilton, que perdeu quase 28s em seu segundo pit (no qual houve um erro dele, que levou a outro da equipe, além do azar com o tráfego) e 26s3 no terceiro, após outra falha do time. A parada mais rápida do dia foi em 21s6.

O contraste não poderia ser maior com a Ferrari, cujas estratégias e trabalhos de box têm sido irretocáveis. Isso ajuda a explicar como um carro pior pode estar liderando um campeonato. É verdade que é mais fácil ajustar a execução nos finais de semana do que ganhar pontos de aerodinâmica, mas também é verdade que, em um campeonato apertado no qual se espera uma alternância entre as forças, o trabalho de pista vem contando pelo menos tanto quanto o de fábrica.

2 comentários:

Darswik I,Multímata Canhoto disse...

Esta moça (Juliane Cerasoli) mostrou ser claramente uma torcedora de Lewis Hamilton,para apontar tais absurdos como apontou de forma obtusa neste texto.
Como torcedor de Jenson Button nego-me a ler esta impostura infâmica desta jovem.

Anônimo disse...

... e M.C., escreve: eu, hein ? este cara, extremamente talentoso nas Ciências e nas Artes , exagerou. E o Matamulti-utilidades Carinhoso( M.C.), e torcedor do Genial Hamilton, não vê porque razão para tanto exagero, da revolta buttônica, já que todos nós sabemos ser o inglês carioquinha melhor que o inglês inglês ! E, também, da moça escrever tudo aquilo... Pô, moça, o fantástico Hamilton está em 2° no campeonato, 5 pontos do espanhol astucioso que tem um carro inferior eeee um monte provas pela frente para o discípulo de Ayrton Senna ganhá-las ! Calma, moça, que o bi-campeonato virá ! O Button tá usando a cabeça mas não é de arriscar... a prova do que digo foi a última corrida, qual foi a posição final dele ? Do inglês inglês, hein ?