* Por Livio Oricchio
Lewis Hamilton perdeu preciosos segundos em dois dos seus três pit stops, ontem, nas voltas 9 e 23, de um total de 57. E por causa de problemas na mesma roda, traseira esquerda. Tempo do primeiro: 28 segundos e 341 milésimos. Sebastian Vettel, 22s017. Segundo: 30s622 contra 22s717 de Vettel.
O então líder do campeonato, Hamilton, terceiro colocado nas três provas anteriores, classificou-se apenas em oitavo e viu a primeira colocação do Mundial transferir-se para o vencedor do GP de Bahrein, Vettel, que não teve, como os tempos atestam, nenhuma dificuldade nas três paradas, nas voltas 11, 25 e 39. No último, 36.ª volta, os danos foram menores para Hamilton 23s696 diante de 21s800 de Vettel.
No total, Hamilton gastou 82 segundos e 659 milésimos nos três pit stops e Vettel, 66 segundos e 534 milésimos. Só nessas três operações, portanto, o alemão da Red Bull impôs 16 segundos e 125 milésimos de vantagem, para não mencionar as dificuldades de Hamilton, depois, de sair dos boxes onde em geral há muito mais tráfego e seus tempos de volta tenderem a ser piores.
Já na China, etapa anterior à prova no circuito de Sakhir, Jenson Button, companheiro de Hamilton, afirmou que poderia lutar pela vitória com Nico Rosberg, da Mercedes, se no seu terceiro pit stop, na 39.ª volta de um total de 56, não tivesse perdido tempo extra, cerca de 5 segundos. Roda que retardou seu retorno à pista: traseira esquerda, a mesma de Hamilton, ontem.
“Prometo investigar profundamente o que aconteceu nas nossas operações nos boxes”, afirmou, ontem, Martin Whitmarsh, diretor da McLaren. A equipe inglesa tentou uma solução de emergência ao substituir o responsável pelo uso da pistola de ar depois do primeiro pit stop de Hamilton, ontem. Mas na parada seguinte o jovem piloto inglês passou pelo mesmo drama. Há questões técnicas também a serem resolvidas em relação à dificuldade de encaixe da porca única no cubo rápido.
“Estamos muito próximos, décimos de segundo significam muitas posições à frente ou para trás. Qualquer detalhe é capaz de lançar você para as vitórias ou rapidamente distanciá-lo delas. O trabalho de boxes é um componente essencial nesse processo”, disse ao Estado, sexta-feira, Button, ainda ao abordar sua experiência na prova de Xangai. Para Hamilton, não há dúvida: “Se não tivesse esses problemas hoje (ontem) seria realista chegar na quarta colocação”.
Com o oitavo lugar, Hamilton somou 4 pontos. Se fosse, de fato, quarto, receberia 12 pontos. Hoje Hamilton está em segundo no campeonato, com 49 pontos. Vettel tem 53 e é o novo líder. Ambos chegaram em Bahrein assim: Hamilton, primeiro, com 45 pontos e Vettel, quinto, 28.
A quarta colocação, na projeção de Hamilton, no caso de pit stops normais, ontem, lhe daria 12 pontos em vez dos 4, ou seja 8 a mais. Dessa forma, hoje teria 57 pontos e não 49. Em outras palavras, os preciosos segundos a mais perdidos principalmente nas duas paradas nos boxes lhe custaram a liderança do Mundial, com uma vantagem de 4 pontos sobre Vettel (57 a 53).
Se o GP de Bahrein fosse o da definição do título, Hamilton o teria perdido por causa da pouca eficiência da McLaren nos pit stops.
O mais interessante nessa história foi lembrado, ontem, por Vettel: “Depois da Austrália parecia que a McLaren tinha um supercarro e seria difícil vencê-los, ao menos a curto prazo.” As etapas seguintes, Malásia, China e ontem, ratificaram o belo projeto da escuderia inglesa, mas ao mesmo tempo deixaram claro que não se trata de um carro como o da Red Bull, no ano passado, muito além dos concorrentes, e o próprio time ainda necessita de ajustes para funcionar com a perfeição necessária para lutar pelo título.
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