* Por Fábio Seixas
Três corridas, três vencedores de três equipes diferentes. A McLaren está na frente, mas essa mistureba na relação de forças da categoria deve impedir que um piloto dispare na classificação. Não será surpresa se Schumacher, Raikkonen, Webber, Vettel, Pérez e até Massa também vencerem corridas ao longo do ano;
Disse Massa: “É claro que um 13º lugar não é algo que me deixe feliz, mas acho que demos um passo à frente em relação às duas primeiras corridas. Pelo menos pude fazer uma corrida normal, e sei que fiz o possível”. A estratégia dele não era ruim, em tese. Rosberg também fez duas paradas e venceu. A diferença é que, para um plano assim dar certo, o piloto precisa conservar bem os pneus, que serão usados por mais voltas do que a concorrência. E essa não é exatamente uma qualidade do brasileiro. Ele também perdeu tempo atrás de alguns carros que deveria despachar logo, como o Force India de Di Resta. Deu no que deu. Sete pilotos não pontuaram neste ano. As duplas das nanicas Hispania, Marussia e Caterham. E o ferrarista. Está ficando feio…;
Vettel também não tem a tal manha para conservar os pneus. Não foi por acaso que virou saco de pancadas nas últimas voltas. “Não tinha mais pneus no final da corrida. Eu estava reagindo com o balanço de freio, diferencial, tentando tudo para manter os pneus”, afirmou. Pensei algumas vezes em escrever, no post abaixo, que ele fez uma boa corrida. Mas não, não era o caso. Num GP de 56 voltas, não adianta ir bem em 53. Este 2012 será um ano de muito aprendizado para o bicampeão;
Outro que está aprendendo muito, a olhos vistos, é Bruno. Ele ainda peca em largadas, é verdade, e desta vez o prejuízo foi um pedaço da asa dianteira. Mas, em ritmo de corrida, tem mostrado cada vez mais consistência. Se acertar a mão na classificação, seu ponto forte nos tempos de Lotus, pode conquistar ainda mais;
Uma declaração do chefe da McLaren causou polêmica no final de semana. Ao falar sobre a decisão de ir para o Bahrein, Whitmarsh citou o exemplo do Brasil. “Vamos para o Brasil e para outros lugares. Sempre tomamos cuidados especiais em alguns países. Nem sempre estamos totalmente confortáveis, mas não é uma decisão nossa.” Não entendi a grita. O cartola inglês não falou nenhuma mentira. Integrantes da F-1 vira-e-mexe são vítimas de assaltos nos arredores de Interlagos. Também não são raros os furtos dentro do autódromo. Em São Paulo, as equipes contratam seguranças particulares armados, o que é impensável na imensa maioria das corridas do calendário. Isso é uma coisa. Outra coisa, com a qual não concordo, é a confusão que muitos internautas fazem ao equiparar a guerra civil do Bahrein à criminalidade em São Paulo. O cenário por aqui é péssimo, todo mundo tem uma história de assalto para contar, mas não há batalhas no meio das ruas, não há uma má vontade específica de manifestantes furiosos contra a F-1, não há coquetéis molotov voando pelos ares. Não confundam as coisas…;
Assisti à Indy. Corrida boa, mas que terminou de forma patética, com aquele congestionamento de carros rodados na última curva. Ruim para Barrichello, já que a classificação final levou em conta a penúltima volta. Assim, em vez de terminar em sétimo, ele apareceu em oitavo na classificação. Duas observações: 1) Foi culpa de Castro Neves, que pediu desculpas, o que é bacana; 2) Barrichello chiou após a prova. “Gostaria apenas que as pessoas tivessem mais respeito um pelo outro na pista. Fui atingido por todos os lados do meu carro.” Não, ele não vai conseguir mudar o estilo da Indy. Acho que é mais fácil ele se adaptar.
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