* Por Lívio Oricchio
Nos dias do GP da Malásia, há pouco mais de uma semana, me submeti a um curso intensivo: ouvir o máximo de profissionais da Fórmula 1 dispostos a falar, o que é raro, sobre um assunto complexo, a renovação do contrato das equipes com a Formula One Management (FOM), dirigida por Bernie Ecclestone, vigente até o fim do ano apenas.
O resumo do que compreendi apresento a seguir. Primeiro: esqueçam a Fota, a associação das equipes. Existe, ainda, mas apenas oficialmente. E é por pouco tempo. A saída de Ferrari e Red Bull, em dezembro, esvaziou a associação. E soube que, além de Ferrari e Red Bull, a McLaren da mesma forma renovou o Acordo da Concórdia até 2020. A McLaren, cujo diretor Martin Whitmarsh é também o presidente da Fota, negociou em separado com Ecclestone. E uma das razões da existência da Fota era negociar em bloco com Ecclestone.
É por esse motivo e pelo baixo valor que Ecclestone lhe ofereceu para também estender o acordo que a direção da Mercedes está louca da vida. Sentiu-se, com toda razão, traída na Fota, e Ecclestone acena com bem menos do que vai levar para casa, como uma espécia de luva, a Ferrari, por exemplo: cerca de US$ 150 milhões.
O Acordo da Concórdia estabelece os direitos e as obrigações na relação entre as equipes e a detentora majoritária dos direitos comerciais da Fórmula 1, a empresa CVC Capital Partners, que não é boba e mantém Bernie Ecclestone na direção executiva do investimento. O inglês tem hoje pequena participação nessa sociedade.
É difícil para qualquer profissional da Fórmula 1 imaginar como será se o que me foi informado em Sepang proceder, como deve ser o caso em razão da excelência da fonte: a CVC vendeu parte da sua participação no negócio para a Ferrari e a Red Bull. Em outras palavras, as duas equipes são sócias da CVC e com direito a voto no Conselho Administrativo na empresa responsável por cuidar da Fórmula 1, a Delta Topco.
Sempre imaginei que se um dia as escuderias passassem a ser sócias da Fórmula 1 não seriam duas apenas, mas a maioria, senão todas. O que não estará pensando um grupo como o da Mercedes ou times tradicionais, a exemplo da McLaren, quanto à existência de dois participantes, Ferrari e Red Bull, com direito de interferir nos destinos da Fórmula 1 enquanto elas não. Mas é o que parece ter sido acertado.
Com certeza deve estar passando algo do tipo na cabeça dos homens que decidem no grupo da Mercedes: “Será que vale a pena continuar investindo na Fórmula 1?”
Bem, você deve desejar me perguntar: “E eu com isso, repórter, o que vou ver de diferente já a partir do ano que vem, o primeiro da extensão do Acordo da Concórdia, caso todos assinem? A não ser que a gente graúda que me informou esteja enganada, Luca di Montezemolo, presidente da Ferrari, aproveitou-se da sua situação privilegiada para negociar e impôs alguma de suas vontades.
Assim, já em 2013, muito provavelmente a Ferrari, ou quem desejar, poderá inscrever três carros no campeonato, bem como os testes durante a temporada voltarão a ser realizados.
3 comentários:
ou seja, FIArrari!!!
incompetentes na pista, apelam para a política de bastidores...
Engenheiros burros, cartolas inteligentes.
É isso aí! Vamos começar mandar nessa poha! Ou dá ou desce!! Os incomodados que se mudem pra Indy!!! =P
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