segunda-feira, 13 de maio de 2013

Erga la bandera*

* Por Luis Fernando Ramos




Num Mundial de 19 corridas com apenas cinco tendo a participação de um piloto da casa, o triunfo de Fernando Alonso precisava mesmo de uma celebração especial. Pela classe com que ele a conquistou, com uma bonita manobra na primeira volta para ganhar duas posições que foram fundamentais para que sua estratégia funcionasse. Pela própria estratégia inteligente da Ferrari em adiantar a primeira parada do espanhol para que ele ganhasse a posição de Sebastian Vettel e partisse para a liderança. Pela festa intensa de uma torcida apaixonada, mais de 90 mil pessoas que foram empurrar o ídolo local para seu segundo triunfo na temporada.

- A cada ano eles fazem esforços maiores para vir, com uma crise econômica que está cada vez mais forte. Poder ganhar correndo em casa sempre é emocionante. É a terceira vez que eu faço isso, mas foi tão especial como a primeira. E poder dar um bom domingo para que estes torcedores voltem para casa com um sorriso é uma alegria dupla para esta vitória.

Diante de tudo isso, beirou o ridículo o fato da FIA ter chamado Alonso para dar explicações aos comissários depois da corrida por ter “recebido um objeto estranho” na volta de desaceleração. Era apenas uma bandeira espanhola, que tremulou em seus braços para delírio do povo nas arquibancadas. Ao final, prevaleceu o bom senso e o caso não foi levado adiante.

Adiante está a Ferrari quando as corridas acontecem em pistas que geram um alto desgaste de pneus. Foi assim na China e foi assim ontem em Barcelona. Neste caso, nem a Lotus, o carro que costuma ser o melhor em termos de preservar a borracha, encontra meios para superar o ritmo de corrida superior dos carros do time italiano. Como havia acontecido em Xangai, Kimi Raikkonen também terminou em segundo atrás de Alonso.

A prova teve um total de 79 paradas, uma média de 3,59 por carro, ilustrando a intensidade do desgaste acontecido na corrida. Quando isto acontece, quem costuma sofrer mais é a Red Bull, cujo carro é mais agressivo com os pneus. Assim, não surpreendeu o fato de Sebastian Vettel se mostrar bastante tranquilo depois de terminar o GP em 4º lugar. Somou doze pontos importantes para se manter na liderança do Mundial num dia que poderia ter sido bem pior para sua equipe.

Felipe Massa terminou em terceiro, conquistando seu primeiro pódio da temporada num momento importantíssimo. Em julho a Ferrari deve acelerar o processo de decisão sobre o companheiro de equipe de Fernando Alonso no ano que vem. E o desempenho do brasileiro em Barcelona foi o melhor sinal que ele poderia ter dado: se classificou a apenas um milésimo de segundo do espanhol, fez uma grande primeira volta para se recuperar da punição que sofreu depois do treino e terminou no pódio, tirando pontos do líder do Mundial, o alemão Sebastian Vettel. Mas Massa garantiu que uma eventual renovação de contrato não é algo em que ele pensa agora.

- Estou nessa equipe há oito anos, tenho certeza que eles já sabem o que eu posso fazer. O que mais me preocupa no momento é brigar para chegar no pódio e para vencer corridas. Faço o meu melhor dentro do carro e o resto, eles já sabem - afirmou.

Diante da melhor performance da Ferrari na temporada, que levou o time a assumir a vice-liderança no Mundial de Construtores, Massa deixou claro estar otimista para o restante do campeonato.

- Estamos num bom caminho e espero lutar por pódios em cada corrida. É o nosso ponto forte, enquanto que as classificações não tem sido fáceis para nós. É algo no qual estamos trabalhando para melhorar o carro. Mas sabemos que temos um bom carro em ritmo de corrida. Com certeza existe a chance de eu conseguir uma vitória em breve - analisou.

Com 45 pontos somados em cinco corridas, este é o seu melhor início de campeonato desde que a Pirelli passou a ser a fornecedora de pneus, a partir de 2011.

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