* Por Teo José
A prova mais tradicional e fantástica do automobilismo teve ontem a sua edição de número 97. Tony Kanaan participou de 12, mais de 10% das provas. Esteve claramente perto de ganhar em, pelo menos, quatro. Só que o maior triunfo de sua carreira veio nesse domingo.
Na corrida em que mais vezes houve troca de liderança, com 68 em 200 voltas, Kanaan foi líder em 15 oportunidades. Sempre esteve entre os cinco primeiros. Desde o começo mostrou que tinha carro para vencer, como pelo menos mais sete pilotos.
Nas últimas quatro voltas, depois de uma amarela, pulou na frente e quando preparava para abrir vantagem outra bandeira amarela, devido a batida do Dario Franchitti. Faltando pouco mais de duas voltas, era claro que o sofrimento foi abreviado. As posições não seriam mais alteradas e a corrida terminaria com Safety Car.
Não caiu no colo. Foi uma vitória construída e de forma bem agressiva. Ganhou quem teve carro, cabeça e determinação desde o inicio. Acredito que mesmo sem a última amarela, ele iria abrir mais do que o suficiente para vencer.
Na verdade, não importa se estou certo ou errado. O que vale mesmo é a conquista. Tony é o tipo do piloto que nunca teve vida fácil. Sempre precisou lutar por tudo na sua vida. Neste ano, não está sendo diferente.
Começou a temporada ainda precisando fechar os buracos de patrocínio na sua equipe. Até o momento em que escrevo ainda não sei de quanto será seu prêmio. Pelo público de ontem, muita gente, cerca de 250 mil pessoas, o valor deve passar de dois milhões de dólares.
Descontando os impostos e a parte que fica para equipe, vamos calcular que engorde seu cofrinho em cerca de R$ 2 milhões.
Além disto a recompensa vem mais forte com o reconhecimento, o retorno de novos patrocínios e a carreira com um caminho mais longo e aberto. É o tipo da vitória que o piloto cresce e a equipe também.
Foi apenas o terceiro triunfo da equipe KV, antes tinha ganhado com Cristiano Da Matta e Will Power – a última vez em 2008. Tony voltou a vencer depois de quase três anos. Todos estes fatos mostram a grandeza que foi cruzar na frente.
Outro dia falamos aqui neste espaço que o objetivo maior dele neste ano era esta prova. A equipe se preparou melhor. Em uma edição muito equilibrada, a maior dos últimos tempos, brilhou a estrela do Tony. Brilhou mais do que isto: talento, garra, determinação.
Gosto de automobilismo assim. Onde regras, tecnologia, carros, modernidade são apenas alguns itens para se dar bem – mas onde o principal ainda é a cabeça e o coração do piloto.
Parabéns Tony! Não Perde Mais, Tony Kanaan!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário