* Por Fábio Seixas
Ainda ao vivo, na transmissão do GP pelas rádios Bandeirantes e BandNews FM, eu lancei, assim que Alonso pegou a bandeira da Espanha: “A F-1 está tão chata que não duvido que ele será punido”. Não foi. Mas foi investigado, o que já é um absurdo. Ecclestone não pode querer que a categoria seja impecável e sem graça e previsível como o uniforme que veste há décadas: calça social preta e camisa branca. Não. As pessoas vão além dessa coisa cartesiana. As pessoas se emocionam. A Espanha vive uma crise braba, a corrida foi na eternamente separatista Catalunha, e Alonso deu um baita exemplo de solidariedade, civilidade e nacionalismo ao parar e pegar aquela bandeira com um fiscal. Que faça sempre. Que os outros o sigam. Às favas com os protocolos;
Além de tudo, Alonso tem sorte: seu quarto e último pit foi antecipado porque o pneu estava furado. Mas foi um furo mínimo, que não prejudicou seu tempo no caminho para os boxes;
Depois da farofada nas quatro primeiras corridas do ano, a Pirelli mudou os pneus duros a partir da Espanha. Agora, já admite mais mudanças. Demorou, mas enxergou o óbvio: não dá para seus pneus desmancharem após seis voltas. É ruim pro esporte, é ruim para seu marketing. “Hoje foi exagerado”, disse Hembery, diretor da empresa, após os 79 pit stops de Barcelona. Ele disse que mudanças podem ser implantadas a partir do GP da Inglaterra, no final de junho;
Se os pneus ficarem mais duros, a Red Bull agradecerá. O problema para Vettel e companhia é que sete etapas já terão acontecido. A boa notícia é que haverá outras 12 à frente, tempo suficiente para um reabilitação;
Se a F-1 fosse como a GP2 ou a GP3, com carros idênticos para todos os pilotos, não tenho dúvidas: Raikkonen seria o campeão da temporada;
Ainda sobre Raikkonen: já são 22 corridas consecutivas nos pontos. A última vez em que ele não pontuou foi no GP da China de 2012. Com mais três, ele bate o recorde histórico da F-1, que pertence a Schumacher;
Massa: “Talvez houvesse a oportunidade de brigar com o Kimi, mas no final, foi uma ótima corrida. Fizemos um ótimo trabalho. O desgaste dos pneus não estava tão bom como a da Lotus, mas fizemos o melhor que podíamos e mostramos o desempenho que esperávamos desde a sexta-feira”. O brasileiro fez uma boa corrida, a melhor desde a Malásia. Seu próximo alvo precisa ser superar Hamilton no campeonato. Cinco pontos os separam;
Rosberg e Hamilton devem ter tido uma difícil noite de sono. Primeiro e segundo no grid, terminaram respectivamente em sexto e 12º. ”Foi uma experiência que não quero viver nunca mais. Eu fiz absolutamente as mesmas coisas do Bahrein, mas não tinha aderência e não poderia acelerar, ou os pneus iriam embora. Fiquei totalmente perdido”, disse o inglês. Ele terminou reconhecendo o óbvio: as outras evoluíram muito mais nas últimas semanas;
Nasr continua sem vencer nesta temporada da GP2, mas é dos pilotos mais regulares do campeonato. Só perde para Coletti, não por coincidência o único que está à sua frente na tabela. Em Barcelona, Nasr foi segundo colocado no sábado e terceiro no domingo. A primeira prova foi vencida por Frijns. A segunda, por Coletti. Pilotando pela Carlin, um time que ainda busca crescimento na categoria, o brasiliense vem fazendo certinho: se a vitória ainda não é possível, o negócio é levar o carro ao final, na melhor posição possível. Sem loucuras. Muito piloto já foi campeão assim, e ele está na briga.
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