* Por Luis Fernando Ramos
No dia da corrida mais importante da temporada, a Fórmula 1 fez a maior anti-propaganda possível de si mesma. O Grande Prêmio de Mônaco trouxe uma série de acidentes causados por manobras questionáveis de pilotos com muito mais vontade do que qualidade. E trouxe a vitória de Nico Rosberg, da Mercedes. Uma equipe envolvida numa polêmica que beira o absurdo e que pode trazer consequências no Tribunal Internacional da FIA.
Na reunião dos pilotos no sábado à noite surgiu a informação de que a Mercedes havia feito um teste “secreto” com a Pirelli em Barcelona entre os últimos dias 15 a 17, para desenvolver uma nova construção dos pneus. Mas foi utilizado o modelo deste ano, o que contraria o regulamento esportivo da categoria. Ferrari e Red Bull entraram com um protesto junto à FIA. Ela esclareceu que havia informado à equipe alemã e à fabricante de pneus que as sessões só poderiam acontecer se a mesma oportunidade fosse oferecida às outras equipes. O que não aconteceu.
Ninguém acredita que o teste privado seja o responsável pelo primeiro triunfo da Mercedes no ano. Afinal, o carro prateado já vinha dominando os treinos classificatórios e era esperado que eles largassem na frente em Mônaco, um circuito onde as ultrapassagens são difíceis. Mas é um episódio nebuloso.
- Foi um dos primeiros a ficar sabendo e fiquei surpreso. É um estranho se o regulamento proíbe testes durante a temporada e uma equipe faz isso. Não é algo positivo e é uma bobagem que esta discussão aconteça por besteira - afirmou o líder do Mundial Sebastian Vettel, segundo colocado na prova.
Não há uma data definida para o pronunciamento do Tribunal da FIA. De qualquer forma o episódio manchou uma corrida que foi repleta de confusão, que teve dois períodos de Safety Car (um pelo acidente de Felipe Massa e outro pela batida entre Romain Grosjean) e mais uma interrupção de bandeira vermelha pelo acidente entre Pastor Maldonado e Max Chilton, tão violento que uma barreira de pneus foi deslocada e bloqueou a pista parcialmente. Além de Chilton e Grosjean, o mexicano Sergio Perez também foi alvo de críticas de outros pilotos por uma pilotagem excessivamente agressiva.
Pneus que mudam no meio do campeonato, testes privados nebulosos, pilotos que batem e não são punidos como se deveria. Tantos episódios que infelizmente trazem à tona um problema de administração atual na Fórmula 1. Uma pena. O GP de Mônaco, por sua tradição, não merecia isso.
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