quinta-feira, 16 de maio de 2013

A volta da McLaren-Honda*

* Por Rafael Lopes



McLaren-Honda. Confesso que ler estes dois nomes combinados dá uma certa sensação de nostalgia. Afinal, uma das parcerias mais bem-sucedidas da história da Fórmula 1 já tem data marcada para retornar: a temporada de 2015. O anúncio foi feito em Tóquio, capital do Japão, na tarde desta quinta-feira (no horário local). A montadora japonesa quer usar este tempo, cerca de um ano e meio, para desenvolver o novo motor turbo V6 de 1,6 litro, exigido pelo novo regulamento da F-1, e os sistemas de recuperação de energia em sua fábrica na cidade de Tochigi. Com isso, a equipe cumprirá o contrato com a Mercedes até o fim de 2014.

Será a segunda vez que McLaren e Honda estarão juntas. Da primeira vez, entre os anos de 1988 e 1992, sucesso absoluto, com 80% de aproveitamento em campeonatos. A equipe inglesa e a montadora japonesa conquistaram quatro títulos mundiais de pilotos (três de Ayrton Senna e um de Alain Prost) e quatro de construtores em cinco possíveis, além de 44 vitórias (30 de Senna, 11 de Prost e três de Gerhard Berger). Por estar tão viva na memória dos fãs da Fórmula 1 e ter marcado tantos êxitos, a parceria renasce cercada de expectativas. Afinal é a união de uma das melhores equipes com uma das maiores montadoras do mundo.

A volta da Honda à Fórmula 1 mostra o acerto da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) na adoção de um novo regulamento técnico em 2014, apesar da forte oposição de Bernie Ecclestone, chefe comercial da categoria. Ao apostar em um motor turbo V6 de baixa cilindrada, nos sistemas de recuperação de energia e na limitação do desenvolvimento aerodinâmico, a FIA tornou a F-1 atrativa novamente para as grandes montadoras, que poderão usar novamente as pistas do mundial como campo de testes para a tecnologia dos carros de rua. A parte mecânica voltará a ter uma grande importância, assim como as tecnologias ditas “limpas”.

A Honda, por sua vez, tinha deixado a categoria no fim de 2008, após duas temporadas frustrantes como dona de sua própria equipe. Mas não foi uma decisão meramente esportiva: a crise mundial afetou fortemente o Japão e a montadora foi praticamente forçada por seus acionistas a se afastar da maior categoria do automobilismo após o fracasso. Para mim, entretanto, estava claro que a Honda voltaria para a Fórmula 1. Não é do feitio dos japoneses deixar um trabalho mal-feito como lembrança. E o retorno teria de ser em grande estilo. A oportunidade apareceu em uma equipe como a McLaren. Alguém aí duvida do sucesso da parceria?

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