* Por Bruno Vicária
Foi uma vitória da perseverança. Tudo o que era para ser dito sobre a conquista de Tony Kanaan em Indianápolis já foi dito. Ele mais que mereceu e minha homenagem é uma charge feita pelo ótimo Maurício Moraes.
Mas vamos falar de mais detalhes das 500 Milhas:
- Kanaan assumiu a primeira posição em 15 oportunidades, liderando 34 voltas, apenas três menos que Ed Carpenter, o que mais andou na frente.
- Nada menos que 14 pilotos (mais de 1/3 do grid) liderou pelo menos uma volta.Foram 69 trocas de liderança durante a prova.
- A sequência de líderes: Carpenter-Kanaan-Carpenter-Kanaan-Andretti-Kanaan-Andretti-Kanaan-Andretti-Kanaan-Andretti-RHR-Power-Jakes-Carpenter-Andretti-Carpenter-Andretti-Carpenter-RHR-Andretti-RHR-Carpenter-Kanaan-Power-Kanaan-Viso-Muñoz-Kanaan-Allmendinger-Kanaan-Andretti-Kanaan-RHR-Muñoz-Tagliani-Bell-Hinchcliffe-Andretti-RHR-Viso-RHR-Allmendinger-RHR-Castroneves-Andretti-RHR-Muñoz-Dixon-Hinchcliffe-RHR-Allmendinger-Andretti-RHR-Andretti-RHR-Andretti-Kanaan-Andretti-Kanaan-Muñoz-Andretti-Muñoz-Hinchcliffe-Kanaan-RHR-Kanaan-RHR-Kanaan.
- Kanaan andou 34 voltas em primeiro, 48 em segundo, 14 em terceiro, 28 em quarto, 36 em quinto, 5 em sexto, 7 em sétimo, 7 em nono, 3 em décimo, 2 em 11º, 2 em 12º, 1 em 13°, 4 em 14º, 1 em 15º, 2 em 16º, 1 em 17°, 1 em 18º, 1 em 20º, 1 em 25º, 1 em 26º e 1 em 29°.
- O recordista de voltas em uma posição foi Josef Newgarten: 122 voltas (!) em 29º.
- 26 pilotos terminaram a prova, com 28 classificados no resultado final. Um ótimo número para uma 500 Milhas.
- A Andretti dominou as posições 2-3-4 do resultado final, com uma grande atuação do colombiano Carlos Muñoz, que, se tivesse mais uma volta, teria passado TK. Ele simplesmente ofuscou a sensação Tristan Vautier, que foi bem discretinho em Indianápolis (16º).
- Marco Andretti é o novo líder do campeonato. Pela primeira vez na história da nova Indy, um Andretti lidera a classificação.
- A sexta posição de Castroneves o jogou para terceiro no campeonato, cinco pontos atrás de Takuma Sato, o 13º.
- A.J. Allmendinger terminou em um bom sétimo lugar, mas quem merece mais destaque que ele é Justin Wilson, melhor Honda na prova, quinto, posição que o fez ir para sexto no campeonato.
- De longe, este é o pior ano da Ganassi na história da nova Indy.
- Ryan Briscoe também andou bem apagadinho, em 12º. Se queria voltar para a categoria, não vai conseguir desse jeito.
- Bia Figueiredo fez bem bonito e terminou em 15º. Praticamente ninguém notou as presenças de Simona de Silvestro, Katherine Legge e Pippa Mann na prova.
- A mesma coisa aconteceu com Conor Daly, filho do ex-piloto de F-1 Derek Daly.
- Quem merecia um melhor resultado era Ernesto Viso, que ficou em um mirrado 18º lugar, mas brigou no pelotão da frente a corrida inteira.
- Vencedor de duas corridas neste ano, James Hinchcliffe também não brilhou e foi apenas o 21º.
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Perto das 500 Milhas, a prova de Mônaco foi apenas razoável. Foi interessante por ter as pessoas certas na frente, a Mercedes, que segurou o mundo todo durante toda a corrida, o que, certamente, deixou a disputa mais atrativa. Contudo, méritos para Rosberg, que conseguiu se sustentar em primeiro, mesmo com a pressão das Red Bull.
Tem muita gente colocando a culpa da batida de Massa no próprio piloto. Alguns alegam que em 2002 ele já havia tirado Enrique Bernoldi da prova neste mesmo ponto (Ste. Devote), mas seria muito leviano afirmar isso sem saber o parecer técnico da Ferrari, que já disse: não foi culpa dele. Isso é coisa de gente que não tem o que fazer.
No fim, acabou sendo uma corrida interessante para o campeonato, apesar de Vettel ainda seguir na frente, com 20 pontos de vantagem para Raikkonen. Essa diferença seria menor, certamente, se o finlandês não tivesse enfrentado problemas no finalzinho.
Para Alonso a coisa complicou mais um pouquinho, são quase 30 pontos. Ou seja, ele volta à liderança, no mínimo, em duas corridas. Canadá e Inglaterra, tradicionalmente, são pistas boas para a Ferrari, mas a primeira é propícia a surpresas, então é difícil dizer.
Mesmo com a vitória, Rosberg está bem longe de Hamilton: a diferença entre os dois é de 15 pontos. O que faz a gente crer que a Mercedes ainda está longe de preferenciar alguém, mesmo Rosberg tendo feito três poles e vencido uma prova.
O acidente de Massa não foi culpa dele, mas Mônaco é a segunda prova dele no ano fora dos pontos e isso pode gerar uma pressão maior dentro da Ferrari, pois, tirando Grosjean, os outros pilotos de Red Bull, Mercedes e Lotus estão na frente dele. E isso reflete no campeonato de equipes: 41 pontos atrás da Red Bull e 11 à frente da Mercedes.
A Force India se estabeleceu como a quinta força do campeonato, deixando a McLaren em sexto. Já a Toro Rosso deixou a Sauber para trás, enquanto a Marussia vem ganhando da Caterham. Entre eles, a Williams.
Falando em McLaren, não vi problemas na pilotagem de Sergio Perez. Só acho que ele se encheu de confiança demais, por isso errou. Isso se chama maturidade, vem com o tempo. Achei até legal, pois provocou a ira de Raikkonen.
Sobre o acidente envolvendo Maldonado e Chilton, o inglês da Marussia foi grosseiro, mas Maldonado também teve imaturidade. Ambos sabiam que ali não tem como passar. Mesmo assim, um tentou e o outro se defendeu. Não ia dar certo, como acabou não dando. Ficou barato para Chilton, uma vez que Grosjean foi punido por atropelar Ricciardo. Dois acidentes de iguais proporções no quesito gravidade, mas que foram analisados com pesos diferentes.
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