quarta-feira, 15 de maio de 2013

Pirelli confirma mudança nos pneus a partir do GP do Canadá*

* Por Lívio Oricchio



A partir da prova em Montreal, dia 9, pilotos e equipes vão dispor de pneus distintos em relação ao usados desde a abertura do campeonato, dia 17 de março, na Austrália. Os da próxima etapa da temporada, o GP de Mônaco, sexto do calendário, dia 26, não terão mudanças, serão os mesmos supermacios e macios já utilizados este ano. O traçado monegasco os submete a esforços menores e a degração não deverá ser elevada.

A direção da Pirelli anunciou ontem, em Milão, que os quatro tipo de pneus em uso vão ser revistos depois de o vencedor da corrida de Barcelona, domingo, Fernando Alonso, da Ferrari, ter realizado quatro pit stops. A provas passarão a ter duas paradas e, eventualmente, três, no máximo. O anuncio é o resultado de uma conversa entre o promotor da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, e Paul Hembery, diretor da Pirelli.

Não foi porque o proprietário da Red Bull, Dietrich Mateschitz, reclamou da pré-estabelecida elevada degradação que a empresa italiana passará a produzir, agora, pneus que atendam suas expectativas. Hembery explicou ontem os motivos de mudar as características técnicas do seu produto. “Desenvolvemos as unidades deste ano principalmente a partir dos dados que recolhemos nas nossas simulações, não suficientes para orientar a definição dos pneus.”

Com fundamentadas razões, Hembrey explicou que como os testes são bastante limitados e realizados antes de o campeonato começar em pistas da Europa, no inverno, as referências são distintas das que depois se verificam durante a temporada, no calor. “Esperamos poder dispor de mais testes e em locais diferentes também”, disse o inglês, caso a Pirelli renove o contrato de fornecimento de pneus para a Fórmula 1.

Em conversa com o Estado, em Xangai, Ecclestone, mentor da filosofia de pneus de rápido desgaste, comentou: “É muito difícil encontrar o ponto onde os pneus vão gerar corridas com dois pit stops ou, às vezes, três, a melhor opção para a Fórmula 1”. É o que se vai buscar agora em maior intensidade. “Como empresa sempre agimos rápido no sentido de melhorar algo quando se faz necessário”, afirmou Hembery.

Os novos pneus supermacios, macios, médios e duros terão comportamente semelhante aos de 2012 e 2011. “Vão apresentar a estabilidade dos pneus de 2012 e a melhora de performance proporcionada pelos deste ano”, falou o diretor da Pirelli.
Diante da reação de Ecclestone e Hembery, sensíveis ao que viram no Circuito da Catalunha e às solicitações de parte das equipes, parece ser possível, por exemplo, que Lewis Hamilton e Nico Rosberg, da Mercedes, autores das três últimas poles, passem a enfrentar menos dificuldades a partir do GP do Canadá para administrar o consumo de seus pneus nas corridas. Por outro lado, a Lotus, a que melhor explora as características dos atuais pneus, tende a perder parte de sua importante vantagem.

“Essa é uma das nossas grandes preocupações, não favorecer ninguém”, afirmou Hembery, ao Estado, em Barcelona. De qualquer forma, a manutenção parcial da filosofia de Ecclestone e da Pirelli garantirá corridas pouco previsíveis, importante para a manutenção do interesse de milhões de fãs no mundo todo, mas ao mesmo tempo mais técnicas, também essencial num espetáculo que visa a ser a maior disputa de engenharia automotiva.

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