Em uma corrida sem sono, eletrizante em que a chuva novamente trouxe emoção, à vitória ficou com um personagem já conhecido na terra dos cangurus. Jenson Button viveu em mais um Grande Premio da Austrália a emoção de surpreender e mostrar seu potencial.
Como imaginar antes da corrida que o resultado final fosse a “salada” que foi. Os principais postulantes a vitória sofreram imprevistos e a nova pontuação mostra que pelo menos no inicio da temporada irá pressionar a Vettel, Hamilton, Webber e Schumacher.
Sem dúvida alguma os pilotos que estão acima dos demais por uma ou outra razão são Vettel, Hamilton e Alonso, mas curiosamente o imponderável fez com que a pontuação ficasse interessante, pois Felipe Massa em um fim de semana difícil onde sofreu com o aquecimento dos pneus em sua Ferrari e claramente levando um baile de Alonso, mesmo assim com uma largada sensacional onde lembrou a do GP da Hungria em 2008, Felipe chegou à frente de seu companheiro e livrou-se da pressão que cairia em suas costas como em 2007 e 2008, onde Kimi Raikkonen disparou no inicio do campeonato.
Lewis Hamilton é mais um louco alucinado pela velocidade, não há limites para o piloto mais arrojado do grid da fórmula 1 atual. Ele não é irresponsável como muitos dizem, ele tem talento, no inicio da temporada sem a pressão de decidir o titulo, Hamilton mostra sua diferença em comparação aos demais.
Para termos uma idéia do que Hamilton fez nesse grande premio da Austrália, é só relembrar o Grande Premio da Alemanha em 2008. Um erro da Mclaren fez com que Hamilton realizasse uma parada a mais em relação aos demais e assim o inglês caiu para o quinto lugar.
Mas com uma Mclaren redonda e com o ímpeto de buscar a vitória, o inglês não tomou conhecimento de Massa e Piquet, deu show e venceu de maneira incrível em Hockenhein.
Para o campeonato foi ótimo a barbeiragem de Mark Webber, pois hoje Hamilton esta atrás de seu companheiro Jenson Button que joga a pressão para Hamilton. Pressionado Hamilton já mostrou que é vulnerável e desta vez ele não pilota sozinho na Mclaren.
Fernando Alonso já adaptado a Ferrari mostrou um belo desempenho, mas infelizmente a chuva e a largada sempre confusa na Austrália, vitimou e retirou o espanhol pela briga da vitória do GP Australiano.
Alonso muda de equipe e seu potencial sempre está presente, diferente de Button e Barrichello em especial que abertamente declararam dificuldade em se adaptar a suas novas escuderias.
O talento do espanhol é nítido nesse momento, pois pelo tempo de casa seria natural que Alonso sofresse com temperatura de pneus e não Felipe Massa que está em sua quinta temporada pela equipe de Maranello. Mas o fator decisivo que poderá ajudar Massa é a maneira em que o brasileiro está enfrentando o inicio da temporada e um companheiro fortíssimo.
Hoje vejo Felipe Massa equilibrado e sem correr riscos desnecessários, o brasileiro sabe que guia um carro super veloz e que precisará ser constante do inicio até o final do campeonato para não depender de milagres como em 2008.
Felipe pode não estar empolgando no momento, mas se este desempenho for planejado e executado de maneira positiva, o brasileiro da Ferrari merece respeito e destaque por sua estratégia.
E agora Sebastian Vettel? No melhor estilo do folclórico narrador Silvio Luiz: “O que eu vou dizer lá em casa meu filho?” Depois de duas poles incontestáveis e um ritmo forte enquanto teve condições para isto, aparentemente problemas mecânicos atrapalham seu desempenho até aqui.
Disseram que uma vela falhou no Bahrein e Vettel perdeu desempenho, tendo de tirar o pé e arriscar para terminar a corrida, o quarto lugar nessa situação seria uma vitória. Mas na Austrália um suposto problema nos freios fez com que Vettel atolasse na caixa de brita e desse adeus a corrida.
Vettel tem o melhor carro da Fórmula 1 no momento, é um piloto veloz, mas um pouco azarado em relação aos demais, há situações que só acontecem com ele, como lembrado na coletiva após o treino classificatório sobre a pole de Webber na Alemanha e a de Vettel na Austrália. Mas Webber na ocasião confirmou a vitória ao contrário de Vettel que atolado vê como decisiva a próxima etapa na Malásia.
Outros pilotos chamaram atenção por seus desempenhos. Robert Kubica em um ótimo dia consolidou a sorte recebida e seguro levou sua Renault ao pódio relembrando a temporada 2008 onde ultrapassar o polonês voador era tarefa árdua. Kubica está de parabéns por voltar ao pódio em seu novo desafio em 2010.
Rubens Barrichello finalmente chegou ao limite de sua Williams e com um pouco mais de sorte chegaria quem sabe até em um sexto lugar. Rubinho classificou de maneira incrível para o Q3 e se pensarmos que Barrichello largou a frente de Kubica, o oitavo posto ficou um pouco amargo para o que foi a corrida maluca. Mas Rubinho também está de parabéns por sempre estar entre os dez primeiros colocados e marcar pontos regularmente.
Mercedes, é um bom carro, é rápida, mas não o suficiente para brigar pela vitória. Rosberg é quem chega ao limite do carro na classificação, mas em corrida o talento de Schumacher ainda não renasceu e se o cenário permanecer dessa maneira Ross Brawn deverá inventar difusores do além para superar o G3 Red Bull, Ferrari e Mclaren.
Lucas Di Grassi e Bruno Senna. É uma pena, sofro junto com eles. A Virgin e a Hispania são horríveis, frágeis e apenas na aparência parecem com um Fórmula 1. Temo pela carreira dos dois. Que os céus tragam sorte a eles na Malásia.
Jenson Button, o inglês que já viveu momentos inesquecíveis em Albert Park, revive e com uma decisão arriscada, aparentemente catastrófica porém executada com sucesso, venceu tranquilamente depois de assumir a ponta após a rodada de pit-stops.
Agora fica a sensação de que a estrela de Button continua viva em 2010. Depois da estréia sem empolgar no Bahrein, o inglês mostrou porque leva o numero 1 em seu Mclaren.
Campeão é campeão e não podemos duvidar do que ele é capaz. Foi interessante para Button e obvio para a sequencia do campeonato também.
Mais uma vez o GP da Austrália empolgou e proporcionou a nós uma bela madrugada em alta velocidade. Fica a dica para Bernie Eclestone e Herman Tilke. Ao invés de circuitos maravilhosos no meio do “nada” por que não circuitos urbanos? E por que não molhar a pista antes da largada? Prefiro que seja “marmelada” e estranho, do que assistir procissões em vez de corrida de automóveis. Que venha Malásia e a chuva...
Douglas Vianna
5 comentários:
Acho que era melhor entrar em acordo com São Pedro, pois a corrida só é boa namhora da chuva, quando esta para todo mundo volta a andar de trenzinho...
Começo legal, meio morno...e cadê o show?
Alonsito, Hamilton e cia? Com carro 2 segundos mais rápidos nada de ultrapassar?
Ahhh, valha-me Deus!
a corrida foi muito boa, eletrizante...
e kubica foi o cara, detonou!!!
Depois de anos, valeu a pena ficar a cordado de madrugada pra treinos e corrida.
Tomara que seja a primeira de muitas.
Mas se a RBR não quebrar nas próximas, quem segura?
Teve minutos que a cerveja esquentou..o tira gosto fugiu..rs..rs..
entretanto, foi uma boa noite de corrida.
Vamos exportar o "exutufão?"
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