domingo, 21 de março de 2010

SENNA 50 ANOS: SUAS VOLTAS VOADORAS

Falar de Ayrton Senna é fácil. Foi por causa dele que o vício pelas corridas se tornou presente e ativo, lógico que com a ajuda (e fanatismo) do meu pai, dinossauro velho de guerra de corridas e histórias em Interlagos. Foi por causa de Ayrton, nos idos de 1985, que por comecei a ver corridas com mais frequencia. Aquele capacete amarelo, aquele carro preto, dava para perceber o quanto ele se tornaria especial.

Isso ficou demonstrado no GP dos EUA, disputado em Detroit, em 1986. Como bom brasileiro, estava vivendo intensamente a Copa do Mundo do México, e ficara triste com a desclassificação da seleção canarinho nas quartas de final do certame, eliminada pela França. Isso foi em um sábado. No domingo, uma alegria, Senna vencera a corrida, e como forma de provocação, empunhou a bandeira brasileira e demonstrou o seu orgulho de ser brasileiro. Gesto que cansamos de ver nas mais diferentes vitórias nos circuitos mundo a fora, e que virou sua marca registrada. Enquanto ouviamos o tema da vitória, viamos Ele parar o carro, procurar uma bandeira brasileira e desfilar com suas cores.

Outra característica de Ayrton era suas flying laps. A bordo de um carro preto, Senna começava a fazer milagres. Os resultados não vinham nas corridas, vinham nos treinos. Muito em função de seu talento e com uma ajuda de um motor especial de classificação da Renault, Ayrton conseguia o tempo quando ninguém mais acreditava. Eram décimos e centésimos que só ele conseguia. Como dizia Galvão Bueno: "tirou o coelho da cartola".

O tempo foi passando e facilmente ele atingiu os recordes de pole. Depois que a Globo, em 1990, passou a exibir também os treinos, pudemos acompanhar suas habilidades em uma única volta. Senna esperava os últimos segundos e quando saia era fácil de perceber se seria pole ou não. Bastava ver, na camera onboard,  aquele capacete amarelo cheio na tela. No limite, Senna colocava o tempo nas curvas, passando por cima das zebras e fazendo o que poucos conseguiam, ter o controle do carro a todo instante. Do sei jeito e da sua maneira. Era um espetáculo.


Mas poucas poles de Senna emocionaram tanto quanto a do GP Brasil de 1991. Contra as Williams que começavam a mostrar a sua força, Ayrton precisava tirar no braço todas as vantagens tecnológicas que a equipe de Mansell possuia. E tinha que ser, do seu jeito, nos últimos instantes, no último segundo. Para variar, tirando o coelho da cartola.

Neste dia, o Brasil inteiro vibrou junto com Galvão Bueno e é essa imagem que eu guardo dele: Ayrton Senna, o rei das poles, o rei da chuva, o rei de Mônaco, ídolo, o homem a ser batido.



2 comentários:

Igor * @fizomeu disse...

no momento mais decisivo ELE sempre "vestia" o carro e extraía tudo o que era possível... fantástico!!!

Marcos - Blog da GGOO disse...

ELE era SEMPRE o homem a ser batido!