terça-feira, 2 de outubro de 2012

Schumacher não precisaria passar por isso. E pode não ter acabado.*

* Por Lívio Oricchio


Não há muito mais o que dizer a respeito da surpreendente transferência de Lewis Hamilton da McLaren para a Mercedes e a contração de Sergio Perez, da Sauber, para substituí-lo. A Fórmula 1 ganha muito com a notícia e a Mercedes já tem uma certeza: vai crescer bastante. Entre o que os talentosos Michael Schumacher e Hamilton podem fazer, hoje, não há termos de comparação.

O alemão, aos 43 anos, estrou na descendente. Não tem, essencialmente, a mesma clareza de raciocínio, percepção, discernimento de antes do abandono da Fórmula 1, no fim de 2006, fundamental numa competição onde a diferença entre fazer sucesso e fracassar se mede em milésimos de segundo. Hamilton, aos 27 anos, está no auge. É capaz de assumir riscos na condução de carros não muito equilibrados e obter importantes resultados, como faz Fernando Alonso, na Ferrari. Os dois são os mais eficientes, hoje, nesse aspecto.

Por esse motivo Hamilton se encaixa como uma luva nos planos e necessidades da Mercedes. Por mais que a montadora alemã invista na melhora de sua infraestrutura na Fórmula 1, pequena se comparada a de Red Bull, Ferrari e McLaren, é pouco provável que já em 2013 desenvolva um carro que permita a Hamilton lutar pelas vitórias na primeira metade da temporada. Aí entra em cena a competência do piloto inglês. Seus bons resultados, se confirmados, tendem a elevar o moral da equipe, algo também importante na Fórmula 1 para torná-la grande, potencialmente campeã.

Agora, é triste assistir a um eventual fim de carreira de Schumacher como o experimentado por esse notável piloto ou, quem sabe, ex-piloto. Ser dispensado depois de sete títulos mundiais é algo que não precisaria se submeter. Tudo bem que está se divertindo na Fórmula 1, mas essa falta de noção de que parte importante da responsabilidade, pelos três fracos anos de competição, é sua o tirou da realidade. Esqueçam que o dinheiro é que o move. Completamente equivocado. E ninguém parece capaz de lhe chamar a atenção, com medo de perder amizade ou ferir uma boa relação profissional.

Mas provavelmente não adiantaria. Suas convicções não o deixam livre para refletir sobre seu momento e concluir que o maior problema não é o carro da Mercedes, mas si próprio. Nas três temporadas na escuderia alemã perdeu por larga margem para o companheiro, Nico Rosberg, que nem de longe é um Hamilton. Schumacher tem parâmetros para julgar seu trabalho se não iniciasse a autoanálise partindo da premissa de que não tem culpa na falta de resultados.

Ele não jogou a toalha ainda. Sua empresária, Sabine Kehn, negocia com Peter Sauber a vaga deixada por Sergio Perez. E o suíço nunca escondeu sua admiração por Schumacher. Há chance de o negócio dar certo. Seria uma opção desastrosa para a Sauber. A boa base do carro atual permite supor que o projeto de 2013 seja ainda mais eficiente. Faltaria piloto à Sauber.

Não há como imaginarmos ser possível para a McLaren preterir Hamilton nas seis etapas que restam do campeonato. Esqueçamos por um instante a disputa entre os pilotos para nos atermos a de construtores. O time campeão leva para casa 100 milhões de euros, quase a metade do orçamento da temporada. E a McLaren está em segundo, com 261 pontos, não distante da líder, Red Bull, 297. É um estímulo e tanto para fazer de tudo para Hamilton ganhar as corridas. E há ainda a questão de ter um piloto campeão, independente de no ano seguinte o número 1 estar em outro carro.

Um comentário:

Anônimo disse...

faltaria piloto..............kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk....vc ta louco! faltaria carro isso sim!