Emerson Fittipaldi (São Paulo, 12 de dezembro de 1946) é um automobilista brasileiro. Filho de mãe russa e pai brasileiro, o jornalista Wilson Fittipaldi, Emerson foi o primeiro brasileiro campeão mundial em categorias de ponta no automobilismo internacional, abrindo portas para vários compatriotas. Foi bicampeão da Fórmula 1, campeão da CART (Fórmula Indy) e bicampeão das 500 milhas de Indianápolis.
Em 1964, ele foi notado a primeira vez em Interlagos, quando brigou com o diretor da prova que o impedia de entrar na ambulância que levava seu irmão Wilson, logo após ele ter sofrido um acidente em sua berlineta da Equipe Willys. Nesse mesmo ano Emerson se tornou piloto e começou a competir de kart, estreando com uma vitória em Santo André (SP), no dia 12 de abril. Terminou o campeonato em nono lugar. Sagrar-se-ia campeão paulista em 1965, quando estreou no automobilismo, dirigindo um Renault 1093, numa corrida na Ilha do Fundão pelo Campeonato Carioca. Ali sofreria também o seu primeiro acidente.
Em 1966, o irmão Wilson teve uma experiência internacional na Fórmula 3, correndo na Argentina, mas apesar de prometido não conseguiu um carro para as corridas na Europa e voltou ao Brasil. Wilson resolveu construir carros de fórmula conhecidos como Fórmula Vê. Emerson dominou o campeonato de Fórmula Vë de 1967, ganhando cinco das sete provas com o carro construído pelo irmão. Também voltou a ser campeão de kart.
Os irmãos Fittipaldi construiriam ainda um Fittiporsche e Emerson ganhou a II Cem Milhas de Kart em Piracicaba, disputada em 1968. Mas a categoria brasileira estava em crise e Emerson resolveu tentar a sorte na Europa. Iriam com ele os pilotos Luiz Bueno e Ricardo Achcar (que já havia vencido naquele mesmo ano na Inglaterra com um carro alugado), mas acabaram desistindo. A última vitória de Emerson no Brasil antes de viajar foi nas 12 Horas de Porto Alegre, pilotando um Volks 1600 (em segundo, pilotando um Corcel, chegaria José Carlos Pace).
Emerson teve a sua primeira corrida internacional em 7 de abril de 1969 na Holanda e três meses depois, após muitas vitórias na Fórmula Ford, ele estrearia na Fórmula 3 inglesa. Sagrou-se campeão da categoria aos 22 anos.
Seu imenso talento foi notado por Colin Chapman, proprietário da equipe Lotus de Fórmula 1, que o contratou no ano seguinte para correr pela sua equipe.
A corrida de estreia foi no Grande Prêmio da Inglaterra, em Brands Hatch, mesmo largando nas últimas posições terminou a prova em oitavo. Três semanas depois, em Hockenheim, marcaria seus primeiros pontos, com um quarto lugar. No final daquele ano, em Monza, seu companheiro de equipe, o austríaco Jochen Rindt, pediu que Emerson amaciasse seu carro para a corrida do dia seguinte.
O Brasileiro, no carro de Rindt, sofreu um acidente destruindo o carro do companheiro impossibilitando a sua utilização na corrida. Como Rindt liderava o campeonato, o chefe da equipe deixou Emerson de fora da corrida e Jochen Rindt competiu com o carro dele, mas o piloto austríaco faleceu num acidente que poderia ter matado Fittipaldi. A Lotus, de luto, retirou-se por duas corridas e voltou no penúltimo GP da temporada, em Watkins Glen. Nesse dia, Emerson venceu sua primeira corrida e, ao mesmo tempo, impossibilitou seus adversários de alcançar a pontuação de Rindt, que assim sagrou-se campeão mundial postumamente.
O ano de 1971 não viu vitórias de Emerson, embora sua atuação consistente lhe tenha garantido três pódios. Em 1972, com 5 vitórias, Fittipaldi tornou-se o campeão mundial mais jovem da história da Fórmula 1, com 25 anos, oito meses e 29 dias, recorde que manteve por mais de três décadas e que só foi quebrado em 2005, pelo piloto espanhol Fernando Alonso. Em 1973, Emerson venceu mais 3 corridas, no entanto perdeu o título para o escocês Jackie Stewart. O sucesso contribuiu fortemente para a entrada do Grande Prêmio do Brasil no calendário internacional no ano seguinte, no circuito de Interlagos. Ele mesmo venceu a corrida inaugural.
Em 1974, o piloto brasileiro trocou a Lotus pela McLaren, e, com três vitórias (uma delas no Brasil), sagrou-se bicampeão do mundo. Ainda competitivo, venceu mais duas corridas pela mesma equipe no ano seguinte.
Em 1975, fundou, em parceria com o irmão, a equipe Fittipaldi, equipe inteiramente brasileira e que contou em boa parte de sua vida com o patrocínio da cooperativa brasileira de açúcar e álcool Coopersucar, nome pelo qual a equipe se tornou mais conhecida entre os brasileiros. O primeiro ano em sua própria equipe (1976) foi frustrante, com constantes abandonos. Em 1977, Emerson conquistou alguns resultados razoáveis, como três quartos lugares, mas foi em 1978 que ocorreu o grande momento de Emerson em sua própria equipe, ao terminar o Grande Prêmio do Brasil no circuito de Jacarepaguá em segundo lugar.
A partir de então houve um declínio técnico na equipe, e, ao final de 1980, no mesmo circuito de Watkins Glen onde vencera sua primeira prova, Emerson Fittipaldi retirou-se da Fórmula 1 como piloto. Em 1982, após seu piloto Chico Serra marcar um ponto no Grande Prêmio da Bélgica, sua equipe fechou as portas.
Ao longo da carreira na Fórmula 1 foram 149 Grandes Prêmios, 14 vitórias, 6 pole positions, 6 melhores voltas, com um total de 276 pontos.
Emerson, quando ainda estava na Fórmula 1, chegou a realizar testes com carros da CART em circuitos ovais mas não gostou. Com o término da sua carreira na Fórmula 1 ele mudou de ideia e logo no primeiro ano em que realizou algumas corridas por essa categoria estadunidense (1984), ganhou o oval do GP de Michigan, um dos mais difíceis do circuito.
Aos 38 anos, Emerson reafirmava seu talento e assinou com a Patrick Racing para disputar regularmente o campeonato da CART de Fórmula Indy. Em 5 anos ele obteve 6 vitórias. Em 1989, após 5 vitórias, ele se tornou o primeiro brasileiro campeão da categoria. Sua mais expressiva e histórica vitória foi a mítica 500 milhas de Indianapolis, quando liderou 158 das 200 voltas. No final, um duelo de arrepiar com Al Unser Jr. A 5 voltas do final Little Unser ultrapassou facilmente Fittipaldi e faltando apenas duas voltas Fittipaldi se aproximou de Unser Jr devido a um grupo de retardatários que o haviam segurado. Na curva 3 do circuito de Indianápolis o brasileiro colocou seu carro por dentro e os carros se tocaram a mais de 350 Km/h, Unser Jr rodou e bateu seu carro no muro, Fittipaldi conseguiu corrigir o carro e venceu a prova sob bandeira amarela.
Mesmo com o acidente Unser junior terminou em segundo lugar, pois o piloto brasileiro Raul Boesel - que chegou em terceiro - era retardatário e estava seis voltas atrás. Após a corrida foi constatado que em sua última parada para reabastecimento, ninguém na equipe Patrick se lembrou de que havia poucas voltas para o fim e colocaram muito mais combustível do que o necessário para o final da corrida; desta maneira com o carro mais pesado Fittipaldi não conseguiu segurar a ultrapassagem de Unser Jr a poucas voltas do fim.
Roger Penske levou Emerson para seu time, a Penske, em 1990. Emerson continuou entre os melhores da categoria e em 1993 ganhou a sua segunda 500 Milhas de Indianapolis superando o campeão da Fórmula 1 de 1992, Nigel Mansell. Emerson comemorou tomando suco de laranja em lugar do tradicional copo de leite, como forma de promover o produto de suas fazendas. Emerson encerrou sua participação na categoria em 1996, depois de um grave acidente no Michigan International Speedway.
Em sua carreira na Fórmula Indy, obteve 22 vitórias e 17 pole positions.
2 comentários:
Bons tempos! Eu gosto do Emerson, ele parece ser bem legal!
Watkins Glen é A pista, queria ver a F1 atual correndo la, gosto d+ daquela pista.
O Galvão esse ano disse q "Watkins Glen nem existe mais". Ê Globo q gosta de menosprezar o q não lhe interessa eim...
"apenas" um dos 5 melhores pilotos de todos os tempos na F1 (na minha modesta e humilde opinião)
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