quinta-feira, 17 de abril de 2014

O fim dos chefes bonzinhos*

* Por Tatiana Cunha


Dizem que chefe não pode ser bonzinho. Na F-1, então, menos ainda. E este era o principal “defeito” de Domenicali.

Sua queda, porém, não chega a ser surpresa. No paddock, há alguns anos sua saída vinha sendo esperada. Há quem diga, inclusive, que Alonso era um dos mais incomodados com a presença de Domenicali e que vinha há algum tempo tentando convencer Montezemolo para tirá-lo do cargo. Não duvido.

Equipe mais tradicional da F-1, a Ferrari amarga um longo jejum de títulos e tem se mostrado incapaz de construir um carro vencedor nos últimos anos.

Apesar de bem intencionado e correto, Domenicali demorou demais para mudar as coisas na equipe. O caso de Massa é um exemplo disso. O brasileiro já não rendia há alguns anos (diga-se desde 2008) e mesmo assim foi tendo seu contrato renovado, ano após ano, algo que na F-1 ninguém conseguia explicar.

Sua saída coloca fim à safra de chefes bonzinhos na categoria. Além dele, Martin Whitmarsh, que foi “saído” da McLaren, era outro exemplo. E, assim como no caso de Domenicali, sua amabilidade e complacência não ajudaram a equipe a conquistar nenhum título.

Para a vaga aberta pela saída de Domenicali a escuderia italiana trouxe Marco Mattiacci, executivo da empresa na América do Norte e sem experiência nenhuma na F-1. A equipe acredita que o mais importante agora é alguém que conheça bem a Ferrari, pois é mais fácil aprender sobre a categoria do que sobre o que acontece em Maranello.

Mattiacci começa a trabalhar já neste final de semana, aqui em Xangai. E não terá vida fácil, já que pelo que se viu nas três primeiras corridas do ano, o carro da Ferrari em 2014 não deve levar Alonso e Raikkonen muito longe.

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