terça-feira, 18 de junho de 2013
Vettel e Red Bull estão de volta*
* Por Lito Cavalcanti
Olha só, Alonso vai fazer 32 anos no dia 29 de julho. É um dia depois do Grande Prêmio da Hungria, a 11ª das 19 etapas deste mundial. Pelo andar da carruagem (ou será da abóbora?), pode até ser que os títulos estejam definidos a favor de Vettel e da Red Bull.
Será que estou dramatizando demais? É, acho que sim. Mas é que ainda estou impregnado com a surra que Vettel deu em todo o resto da F1 lá no Canadá. Só deu Vettel, só deu Red Bull – a dele, claro; no caso do Mark Webber o discurso é totalmente diferente. Mas voltemos a Vettel: ele só não ocupou a liderança nas três voltas depois da sua primeira troca de pneus; sim, apenas na primeira; na segunda, entrou líder e saiu líder.
Que a pole position dele foi monumental nem precisa falar: ele derrubou as duas Mercedes, que até agora posavam de rainhas dos qualifies; que ele deu volta até no sexto colocado também é chover no molhado. O que mais me impressionou foi a primeira volta, quando ele abriu nada menos de dois segundos sobre o Hamilton. Na segunda, mais oito décimos.
E uma análise dos dados de cronometragem mostra que, mais alarmante, o gênio Adrian Newey reencontrou o caminho dos anos passados. Sim, o carro de Vettel era o segundo mais lento, à frente apenas do Caterham do Giedo van der Garde. E não se pode deixar de mencionar que o circuito da Ilha de Notre Dame é composto por retas mais ou menos longas entremeadas de curvas mais ou menos lentas.
Newey já fez isso algumas vezes em Monza, o templo das mais altas velocidades da F1. Ele desafia todos conceitos vigentes e troca a velocidade máxima pela aceleração máxima: utiliza enorme pressão aerodinâmica para que seus carros sejam os últimos a frear na entrada das curvas e os primeiros a acelerar na saída. Vettel não passou de 315,2km/hora, enquanto os Sauber de Nico Hulkenberg e Esteban Gutierrez chegaram a 321,6. Hamilton atingiu 320,2 e Alonso ficou em 319,5.
Isso mesmo, os velhos fantasmas voltaram a assombrar os dias e noites de Alonso. Não só dele, de todos pilotos que não contam com um Red Bull RB9, um carro que já parece adaptado às peculiaridades dos novos pneus Pirelli e por isso está apto a começar a seguir os passos dos RB8, dos RB7 e dos RB6, os irmãos mais velhos que levaram Vettel a vencer os três últimos mundiais.
A Ferrari, assim como todos outras, não está à altura. Até conseguiu brilhar em Barcelona, mas aquela foi apenas uma entre sete corridas. O carro deixa a desejar nas provas de classificação. No começo do ano, ainda se conseguiu um segundo tempo na Malásia, mas foi com Felipe Massa, não com Alonso. E era apenas a segunda corrida do ano, quando o pouquíssimo conhecimento dos novos pneus exigia uma boa dose de sorte para se obter um bom acerto.
Já ao chegar ao Canadá, Alonso deu alguns sinais de desespero. Perguntado sobre os 29 pontos que tinha de desvantagem na tabela do campeonato, ele disse que Vettel ainda não teve azar neste ano, mas fatalmente terá, como tiveram todos os outros. Só que três dias depois, a diferença entre os dois tinha passado para 36 pontos.
Ou seja, não vai bastar um dia de azar. Façamos as contas: se Vettel não marcar nenhum ponto na próxima etapa e Alonso vencer, o alemãozinho ainda vai ter 11 pontos de vantagem, e o espanhol vai precisar de pelo menos um quarto lugar na corrida seguinte para lhe tomar o primeiro lugar, isso na remota hipótese de Vettel voltar a não marcar pontos.
A próxima corrida é em Silverstone, um circuito tão favorável à Red Bull que, no ano passado, o vencedor foi Mark Webber. Tem mais: ele passou Alonso a cinco voltas da bandeirada. Em Nurburgring, as chances de Alonso são melhores a julgar pelo ano passado, quando ele venceu de maneira enfática. Vettel nunca venceu nestas duas pistas, mas ele não precisa tanto de novas vitórias. Quem precisa é Alonso.
Não poderia encerrar essas mal traçadas sem falar em Valteri Bottas e Felipe Massa. Os caminhos destes dois estão se cruzando nestes dias, Bottas subindo e Massa descendo. Colocar um Williams no terceiro lugar do grid arregala os olhos de qualquer equipe, e cair verticalmente na corrida não tira os méritos do jovem finlandês.
Por seu lado, Felipe Massa bateu pela terceira vez em duas corridas seguidas. Se restam dúvidas sobre o primeiro acidente de Mônaco, não há nenhuma dúvida sobre o do Canadá: ele colocou claramente a roda traseira esquerda sobre a faixa branca na hora de frear e o carro se descontrolou. Largou em 16º e, depois de uma boa recuperação, chegou em oitavo. Pergunta-se: em que posição teria chegado se largasse, por exemplo, em 10º? Pelo que andou na corrida, pelo menos em sexto, possivelmente em quinto ou quarto.
Massa nunca se deu bem na Ilha de Notre Dame. Mas até aí nada: Vettel também nunca havia vencido lá. E no domingo ele triturou a concorrência. Pergunta ao Alonso.
Olha só, Alonso vai fazer 32 anos no dia 29 de julho. É um dia depois do Grande Prêmio da Hungria, a 11ª das 19 etapas deste mundial. Pelo andar da carruagem (ou será da abóbora?), pode até ser que os títulos estejam definidos a favor de Vettel e da Red Bull.
Será que estou dramatizando demais? É, acho que sim. Mas é que ainda estou impregnado com a surra que Vettel deu em todo o resto da F1 lá no Canadá. Só deu Vettel, só deu Red Bull – a dele, claro; no caso do Mark Webber o discurso é totalmente diferente. Mas voltemos a Vettel: ele só não ocupou a liderança nas três voltas depois da sua primeira troca de pneus; sim, apenas na primeira; na segunda, entrou líder e saiu líder.
Que a pole position dele foi monumental nem precisa falar: ele derrubou as duas Mercedes, que até agora posavam de rainhas dos qualifies; que ele deu volta até no sexto colocado também é chover no molhado. O que mais me impressionou foi a primeira volta, quando ele abriu nada menos de dois segundos sobre o Hamilton. Na segunda, mais oito décimos.
E uma análise dos dados de cronometragem mostra que, mais alarmante, o gênio Adrian Newey reencontrou o caminho dos anos passados. Sim, o carro de Vettel era o segundo mais lento, à frente apenas do Caterham do Giedo van der Garde. E não se pode deixar de mencionar que o circuito da Ilha de Notre Dame é composto por retas mais ou menos longas entremeadas de curvas mais ou menos lentas.
Newey já fez isso algumas vezes em Monza, o templo das mais altas velocidades da F1. Ele desafia todos conceitos vigentes e troca a velocidade máxima pela aceleração máxima: utiliza enorme pressão aerodinâmica para que seus carros sejam os últimos a frear na entrada das curvas e os primeiros a acelerar na saída. Vettel não passou de 315,2km/hora, enquanto os Sauber de Nico Hulkenberg e Esteban Gutierrez chegaram a 321,6. Hamilton atingiu 320,2 e Alonso ficou em 319,5.
Isso mesmo, os velhos fantasmas voltaram a assombrar os dias e noites de Alonso. Não só dele, de todos pilotos que não contam com um Red Bull RB9, um carro que já parece adaptado às peculiaridades dos novos pneus Pirelli e por isso está apto a começar a seguir os passos dos RB8, dos RB7 e dos RB6, os irmãos mais velhos que levaram Vettel a vencer os três últimos mundiais.
A Ferrari, assim como todos outras, não está à altura. Até conseguiu brilhar em Barcelona, mas aquela foi apenas uma entre sete corridas. O carro deixa a desejar nas provas de classificação. No começo do ano, ainda se conseguiu um segundo tempo na Malásia, mas foi com Felipe Massa, não com Alonso. E era apenas a segunda corrida do ano, quando o pouquíssimo conhecimento dos novos pneus exigia uma boa dose de sorte para se obter um bom acerto.
Já ao chegar ao Canadá, Alonso deu alguns sinais de desespero. Perguntado sobre os 29 pontos que tinha de desvantagem na tabela do campeonato, ele disse que Vettel ainda não teve azar neste ano, mas fatalmente terá, como tiveram todos os outros. Só que três dias depois, a diferença entre os dois tinha passado para 36 pontos.
Ou seja, não vai bastar um dia de azar. Façamos as contas: se Vettel não marcar nenhum ponto na próxima etapa e Alonso vencer, o alemãozinho ainda vai ter 11 pontos de vantagem, e o espanhol vai precisar de pelo menos um quarto lugar na corrida seguinte para lhe tomar o primeiro lugar, isso na remota hipótese de Vettel voltar a não marcar pontos.
A próxima corrida é em Silverstone, um circuito tão favorável à Red Bull que, no ano passado, o vencedor foi Mark Webber. Tem mais: ele passou Alonso a cinco voltas da bandeirada. Em Nurburgring, as chances de Alonso são melhores a julgar pelo ano passado, quando ele venceu de maneira enfática. Vettel nunca venceu nestas duas pistas, mas ele não precisa tanto de novas vitórias. Quem precisa é Alonso.
Não poderia encerrar essas mal traçadas sem falar em Valteri Bottas e Felipe Massa. Os caminhos destes dois estão se cruzando nestes dias, Bottas subindo e Massa descendo. Colocar um Williams no terceiro lugar do grid arregala os olhos de qualquer equipe, e cair verticalmente na corrida não tira os méritos do jovem finlandês.
Por seu lado, Felipe Massa bateu pela terceira vez em duas corridas seguidas. Se restam dúvidas sobre o primeiro acidente de Mônaco, não há nenhuma dúvida sobre o do Canadá: ele colocou claramente a roda traseira esquerda sobre a faixa branca na hora de frear e o carro se descontrolou. Largou em 16º e, depois de uma boa recuperação, chegou em oitavo. Pergunta-se: em que posição teria chegado se largasse, por exemplo, em 10º? Pelo que andou na corrida, pelo menos em sexto, possivelmente em quinto ou quarto.
Massa nunca se deu bem na Ilha de Notre Dame. Mas até aí nada: Vettel também nunca havia vencido lá. E no domingo ele triturou a concorrência. Pergunta ao Alonso.
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