* Por Lívio Oricchio
Está sendo desgastante para Lewis Hamilton assistir a seu companheiro de Mercedes, o alemão Nico Rosberg, celebrar três pole positions seguidas e a vitória na última etapa do campeonato, o GP de Mônaco. Hamilton venceu o Mundial em 2008, pela McLaren, e se transferiu para a Mercedes, este ano, ganhando três vezes mais dos 7 milhões de euros (R$ 19 milhões) pagos a Rosberg.
O jovem inglês de 28 anos, centro das atenções da imprensa britânica, convive mal com o sucesso de outro piloto com o mesmo carro. O que ainda o consola é o fato de estar na frente na classificação: Hamilton ocupa o quarto lugar, com 62 pontos, enquanto Rosberg, o sexto, 47. O líder é Sebastian Vettel, da Red Bull, com 107.
Mas se existe uma etapa em que Hamilton pode se impor não apenas em relação a Rosberg mas a todos os adversários é o GP do Canadá, sétimo do calendário, no fim de semana, em Montreal. Seu histórico nos 4.361 metros no circuito Gilles Villeneuve é impressionante: foi lá que em 2007, temporada de estreia na Fórmula 1, portanto sem conhecer a pista, Hamilton estabeleceu a primeira das 27 pole positions que possui e conquistou a primeira vitória das 21 obtidas. E aquela era a sua sétima experiência na Fórmula 1.
Mais: Hamilton venceu o GP do Canadá em duas outras ocasiões, em 2010 e 2012, sempre com McLaren. Isso quer dizer que foi primeiro em três das seis edições que disputou. “Gosto do circuito, embora não seja o meu favorito”, diz Hamilton. “É uma pista onde quem freia tarde leva vantagem.” E nesse aspecto o inglês está dentre os mais eficientes da Fórmula 1.
Terá contra si, porém, a falta de adaptação ao sistema de frenagem do modelo W04 da Mercedes, segundo confidenciou a amigos, sua maior dificuldade com o carro. Há seis freadas fortes no traçado da Ilha de Notre Dame, localizada no rio São Lourenço.
“É um circuito onde, ao contrário de Mônaco, adotamos acerto com bem pouca pressão aerodinâmica para ser veloz nos longos trechos de aceleração plena”, diz Hamilton. E esse tipo de ajuste expõe os pneus a esforços maiores, pois o carro escorrega mais e é menos estável nas freadas.
A Pirelli vai distribuir em Montreal os mesmos pneus supermacios e médios já utilizados no campeonato. “Será o nosso maior desafio na prova”, afirma Hamilton, referindo-se a administrar seu uso. “Apesar de atingirmos velocidades bem elevadas em alguns pontos da pista, as curvas são lentas, como em Mônaco, por isso acredito que seremos competitivos lá também.”
A Mercedes vai obter no Canadá importante informação: a vitória em Mônaco decorreu apenas das características do circuito, que não desgastam os pneus, ou as modificações introduzidas na suspensão e no direcionamento dos gases do escape no modelo W04 de fato preservam mais os pneus. Antes do GP de Mônaco a Mercedes havia estabelecido três pole positions, na China, em Bahrein e na Espanha, mas perdeu muito desempenho nas corridas por apresentar elevada degradação dos pneus.
Montreal está uma hora atrás em relação a Brasília. O primeiro treino livre do GP do Canadá, sexta-feira, sempre no horário de Brasília, começa às 11 horas. A classificação, sábado, às 14 horas, e a corrida, domingo, às 15 horas.
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