quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

VAI DAR LIGA*

* Por Fernando Silva


Pode-se dizer que a temporada 2013 do Mundial de F1 começou dia 28 de fevereiro. Tô maluco? Nem tanto. Afinal, foi o dia da apresentação do primeiro carro para a disputa do campeonato, o Lotus E21, na belíssima combinação preto-dourado. É uma das equipes que, se mantiver a curva ascendente de 2012, vai lutar pelo título neste ano.

Mas, pelo menos neste post, eu quero falar de Lewis Hamilton e da Mercedes (confesso que jamais imaginei ver o cara vestindo outro macacão que não fosse o da McLaren). Contratado a peso de ouro (US$ 100 milhões por três anos de contrato), Lewis chega para revolucionar a equipe e fazê-la, de fato, vencedora.

Comparo sua contratação pela Mercedes com a chegada de Michael Schumacher à Ferrari, em 1996. Naquela época, Maranello vivia uma seca de títulos e contratações mal-sucedidas. Nigel Mansell e Alain Prost até corresponderam e entregaram vitórias, mas não conseguiram converter em títulos a expectativa dos tifosi. Veio Jean Alesi, então considerado o ‘novo Senna’, mas tudo o que o francês de origem siciliana conseguiu foi uma vitória, no GP do Canadá de 1995, e nada mais.

Schumacher foi igualmente contratado a peso de ouro e colocou a Ferrari de volta ao caminho das vitórias e dos títulos. Claro que nada veio a curto prazo. Aos poucos, Michael estruturou uma equipe ao seu redor. Bateu na trave em 1997, sucumbiu ao domínio da McLaren de Mika Häkkinen em 1998 e 1999 — ano do pior acidente da sua carreira, em Silverstone —, mas em 2000 não teve para ninguém, abrindo uma épica sequência de cinco títulos em cinco anos.
Da mesma forma, Lewis chega a Brackley para elevar o padrão da Mercedes, algo que Schumacher não conseguiu nos últimos três anos. Nico Rosberg até conquistou uma vitória,  mas ainda lhe falta estofo para liderar uma equipe. Estofo que Hamilton parece ter de sobra depois de seis anos na McLaren, time mais tradicional da F1 depois da Ferrari.

No último fim de semana, a Mercedes divulgou um vídeo com imagens da visita de Lewis à sede alemã da escuderia, em Stuttgart. Recepcionado por Ross Brawn e por Rosberg, Hamilton vestiu o macacão da Mercedes e se mostrou empolgado pelo novo desafio. Acredito que, se houver paciência — e o piloto disse que haverá — para traçar um projeto a longo prazo, a parceria Hamilton-Mercedes pode dar muito certo. Talento não falta a Lewis. Dinheiro não falta à Mercedes. Toda a equipe trabalhará pelo britânico e não medirá esforços para gastar milhões de euros em prol de um projeto vencedor. Pode levar tempo, mas acredito que Hamilton na Mercedes vai dar liga. Como deu Schumacher na Ferrari.

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