terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Lotus E21 ratifica impressão de que os modelos de 2013 serão bem semelhantes aos do ano passado*

* Por Lívio Oricchio


O primeiro lançamento do ano, o modelo E21-Renault da Lotus, ontem na sua sede em Enstone, Inglaterra, confirmou o que se espera que vá ocorrer nesta temporada: os carros serão bem semelhantes aos do ano passado por causa da manutenção básica do regulamento técnico. Mas algumas soluções que se mostraram eficientes deverão ser copiadas por muitas equipes.

A traseira rebaixada do carro que Kimi Raikkonen e Romain Grosjean vão pilotar já dia 5, em Jerez de la Frontera, na Espanha, por exemplo, é parecida com a que a Red Bull apresentou no GP de Cingapura do ano passado e permitiu a Sebastian Vettel arrancar para o tricampeonato.

O que primeiro preocupa a Lotus nem é tanto a velocidade de seu modelo de 2013, mas a manutenção do grupo de trabalho que a relançou na Fórmula 1 no ano passado. Niki Lauda, novo diretor e sócio da equipe Mercedes, fez uma oferta ao jovem diretor técnico da Lotus, James Allison, um dos responsáveis pelo crescimento significativo do time. A Lotus foi em 2012 quarta entre os construtores, com 303 pontos, 10 pódios e uma vitória, enquanto no campeonato anterior ficou em quinto com apenas 73 pontos e dois pódios. Allison coordenou o time do desenhista-chefe Martin Tolliday e do especialista em aerodinâmica Dirk de Beer.

Quanto ao E21, o que chama a atenção nas imagens apresentadas no Youtube é a tentativa extremada da equipe de Allison em gerar pressão aerodinâmica com o uso do escapamento, e para isso abaixou ao máximo as laterais na porção traseira, como fez com maestria Adrian Newey no Red Bull RB8-Renault de 2012. Apesar de o regulamento permitir agora cobrir o degrau antiestético do bico, a Lotus o manteve. “Representaria peso a mais”, explicou Allison.

Raikkonen foi outro expoente do ressurgimento da Lotus. Ontem falou do que espera de 2013: “A equipe já venceu todos no passado e não vejo razão para não repetir agora”. Quando ainda se chamava Renault, a Lotus foi campeã em 2005 e 2006 com Fernando Alonso.

O finlandês retornou à Fórmula 1 em 2012 depois de duas temporadas competindo de rali e havia dúvida se regressaria num bom nível. Foi tão eficiente que despertou até a atenção da Ferrari em recontratá-lo – no fim de 2009 acabou dispensado pelos italianos apesar de ter ainda um ano de contrato.

Se Raikkonen é uma unanimidade quanto a sua importância para a Lotus voltar a disputar o título, tudo o que existe sobre o seu companheiro, o francês Romain Grosjean, é desconfiança. No ano passado causou vários acidentes nas primeiras voltas, a ponto de ser suspenso por uma corrida pelo ocorrido na largada do GP da Bélgica. “Acho que todo mundo deseja ver se sou capaz de ser um piloto constante, algo em que falhei no ano passado. Sei disso e farei todo o possível para provar que sou capaz.”

De 5 a 8 de fevereiro, em Jerez, a Lotus vai começar a confrontar seu modelo E21 com o das escuderias com as quais imagina poder lutar pelo campeonato. Quinta-feira, na sua sede em Woking, Inglaterra, será a vez de a McLaren apresentar o carro. A Red Bull o fará domingo.

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