* Por Luis Fernando Ramos
Para Ferrari, um cenário igual ao início do ano passado seria o pior possível: um carro problemático, mas um Fernando Alonso somando pontos suficientes para deixá-lo como um sério candidato ao título da temporada. Isto porque as mudanças no modelo de 2014 serão severas com a introdução dos motores V6 turbo. Tirando o cockpit, as rodas e alguns elementos, muda bastante coisa. Acima de tudo mudam muitos conceitos de distribuição de peso, suspensão e até mesmo de aerodinâmica.
Isto acarreta não só um volume considerável de tempo e de recursos humanos, mas também de dinheiro. As diferenças são tão grandes que mesmo para equipes de ponta, o ideal é que o modelo deste ano já nasça bem competitivo para que, a partir do segundo semestre, o trabalho de desenvolvimento fique exclusivamente concentrado no carro de 2014.
Com isto em vista, perguntei a Fernando Alonso na coletiva do Wrooom se ele estava consciente de que, no calor do título, teria de aceitar que este é um ano diferente e que não poderia exigir do time um desenvolvimento agressivo do modelo 2013 para ajudá-lo na disputa.
“É um ano diferente em termos de desenvolvimento, haverá um momento do ano em que terá de decidir o que fazer. Equipes que não estarão lutando pelo título poderão se concentrar antes no desenvolvimento para 2014 e as que estarão tentarão estender ao máximo o desenvolvimento do carro deste ano. Seria uma boa notícia se estaremos na luta para desenvolver o carro até o último minuto. Mas um piloto sabe que esta é uma questão igual para todos os outros competidores, então não há problema”.
Assim, em nome do tricampeonato deste ano, o espanhol está disposto a sacrificar o ritmo de desenvolvimento de um modelo que ditará os caminhos nos próximos anos. Correta ou não - e acho que um título para a Ferrari seria a coisa mais importante para o momento do time -, o caminho que o time italiano deve tomar já está decidido. Alonso deixou claro.
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